Baías e Baronis – FCP vs Naval


(foto retirada d’A Bola)

Não foi genial, mas cumprimos o objectivo. Recuperamos 2 pontos para o Benfica, ficamos mais 3 à frente do Sporting e ficamos à espera de saber se o Braga amanhã consegue manter a vantagem. Num jogo que tinha tudo para ser mais fácil do que foi, a equipa acaba quase sempre por complicar quando deve simplificar, recuar quando deve pressionar e relaxar quando deve acelerar. Enfim, o costume. Notas time:

BAÍAS
(+) Falcao, de novo. É inegável que está a atravessar um excelente momento de forma, marcando em vários jogos consecutivos e acima de tudo funcionando como um pivot quase perfeito para os outros avançados e médios ofensivos surgirem no espaço. Mais um golo pleno de oportunismo e capacidade de colocação na área, a somar a uma assistência para o golo de Varela. Tem um pormenor delicioso onde saca um cartão amarelo a Daniel Cruz que me vai ficar na memória.
(+) Helton mostrou hoje como se deve exibir um guarda-redes de uma equipa de nível mundial. Tocou poucas vezes na bola, mas sempre que tal aconteceu fê-lo com segurança e a mostrar aos companheiros da defesa que estava lá se fosse preciso. Evitou o 1-1 por diversas vezes e a defesa que fez depois de remate de Simplício acabou por deixar um grande marco no jogo. Caso não o tivesse feito, o jogo teria sido bastante diferente. Obrigado, Helton, pelos três pontos!
(+) Fucile esteve de novo em grande nível. Foi um tampão a muitas jogadas da Naval pelo seu flanco, recuperando sempre com grande velocidade e com a agressividade suficiente para roubar muitas bolas aos avançados e servindo para a frente com certeza no passe.
(+) Tomás Costa marcou um golo merecido e apesar de nalguns períodos da primeira parte ter parecido meio perdido em campo, cedo recuperou o posicionamento e foi muito importante na cobertura a Ruben e especialmente a Belluschi, que nunca sabia onde devia estar.
BARONIS
(-) Infelizmente esta época já está conhecida como a época do relax pós-intervalo. Continua a acontecer consecutivamente, numa altura em que o FC Porto está à frente no marcador, acaba por tentar descansar cedo demais e arrisca sofrer um golo que pode ser vital para a equipa adversária. Não estamos em alturas de facilitar um minuto que seja, porque numa desatenção defensiva, um passe transviado, um cruzamento sem olhar ou uma descoordenação a meio-campo podem ditar perdas de pontos, que nesta altura poderiam ser fatais.
(-) Belluschi esteve mais uma vez absurdamente mal. Passes falhados a rodos, lentidão e indecisão depois de passar o meio-campo acabam por transformar um crescendo de forma aparente num pico que parece já ter passado. Espera-se pelo regresso de Meireles.
(-) Varela esteve abaixo do normal. O golo acaba por salvar uma exibição fraca, trapalhona e com pouca clarividência. Continua a marcar e a fazer jogar mas parece estar em baixo fisicamente e a equipa pode-se ressentir disso num futuro bem próximo. Se ao menos tivéssemos Hulk para ir jogando, mas nem isso…
(-) A equipa da Naval é mais uma das que devia descer de divisão já este ano, juntamente com mais umas 6 ou 7. Enquanto o jogo esteve empatado, defenderam com 11 jogadores. OK, é normal, dirão. A perder por 1, continuaram a defender com 11. A perder por 2 e por 3…também. É fraco demais, é mesquinho e pobre. Inácio, que já foi campeão nacional uma vez como treinador principal e algumas como adjunto, já tem experiência para saber que não tem nada a perder se jogar para ganhar. Porque jogar para não perder tende a dar nisto. E ainda bem.
Três pontos conquistados, dois recuperados e algumas dúvidas. Ao intervalo falei com o meu pai e aparentemente pela TV o jogo estava a ser bem agradável e activo. Ao vivo, fiquei com a mesma ideia que tenho vindo a criar sobre a equipa: estamos melhor, mas não o suficiente para me convencer que estamos prontos para mostrar futebol a sério. Mas uma coisa já dá para notar, a equipa está a jogar algum futebol que era incapaz de fazer aqui há dois meses e muita dessa mudança se deve a Ruben. Vamos ver quando regressarem Meireles, Rodríguez e especialmente Hulk. Até lá temos um jogo para ganhar na quarta-feira!
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Transferência?

(in O Jogo)
Tenho-me mantido aparte destas controvérsias todas porque fundamentalmente gosto de futebol e acredito que lutar contra metafóricos moínhos de vento é uma perda de tempo. Ainda que possa haver uma campanha deliberada para abater o FC Porto (e por arrastamento o Braga) como alegam muitos blogs portistas, opto por não me envolver nestas questões porque não ajuda nada à qualidade do jogo no terreno, o que verdadeiramente interessa.
Ainda assim, achei piada ao lapso na nota de culpa ao Sapunaru. Eles são tantos processos disciplinares que um gajo até se engana. Se eu me quisesse juntar aos teóricos da conspiração, cá ia mais uma acha para a fogueira. Como não o faço, limito-me a achar que Renato Dias Santos é um senhor ingénuo que não relê o que escreve.
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Valeri out, Ruben in

Aqui está mais uma confirmação da falta de confiança que Jesualdo coloca nalguns dos jogadores que tem no seu plantel e que entraram ainda este ano. É certo que Ruben Micael e Valeri competem pela mesma posição e que o madeirense fez mais em três jogos que o argentino no resto da época (apesar de terem sensivelmente o mesmo número de minutos, Ruben com 258 e Valeri com 275), mas Valeri acaba de perder muito terreno na luta por uma eventual titularidade.
Valeri pouco tem mostrado de positivo e mesmo com a baixa forma de Belluschi desde o início da temporada, nunca o ainda jogador do Lanús se conseguiu mostrar em nível suficiente para convencer o treinador a dar-lhe uma oportunidade a sério na equipa titular. É mais um exemplo, a somar ao de Prediger e outros no passado (Mareque, Bolatti, Benítez et al), que o mercado argentino nem sempre serve para enriquecer o plantel mas sim para encher os bolsos de alguns empresários. E tantos putos a pedir para jogar…
De notar igualmente a entrada de Nuno André Coelho para o lugar de Sapunaru. David Addy vai ficar a ver a Champions’ da bancada, o que era expectável tendo em conta o pouco tempo que tem de azul-e-branco.
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Baías e Baronis – FCP vs Sporting


(foto retirada do MaisFutebol)

Já há muito tempo não saía do Dragão com um sorriso tão rasgado. Há meses que não ganhávamos de uma forma tão convincente, jogando um futebol vivo, agressivo e prático, com trocas de bola rápidas e bem orientadas, com gente que sabia ou parecia saber o que fazia em campo, de tal forma que demolimos uma equipa que não é tão má quanto aparenta. Os pobres sportinguistas que foram ver o jogo saíram vergados a uma derrota pela mesma diferença que nós, na época transacta, sofremos em Alvalade para a outra Taça. E não se podem queixar de nada a não ser deles próprios e do azar que tiveram em apanhar a melhor exibição da temporada do FC Porto. To the notes:

BAÍAS
(+) Falcao. É inegável que está em grande forma, mas o que mais impressiona é a maneira como continuamente marca golos em diversas situações, desta vez com um remate de fora da área (com a ajuda de Rui Patrício) e outro de ponta-de-lança, na finalização de mais uma excelente jogada de Ruben Micael. Mexe-se bem, controla bem a bola e é um perigo quando tem espaço. Parece ser lento nos movimentos mas é rápido a executar e a despachar-se dos defesas que tem constantemente à sua volta. Excelente.
(+) Vou comprar uma vergasta, está decidido. Quando Mariano faz um jogo destes depois da miséria que fez na Madeira, o mundo está um pouco torcido ou então a bracadeira de capitão tem poderes mágicos. Dá elevação sobrenatural a Bruno Alves e dá ânimo a Mariano. Ver o argentino como capitão do FC Porto já foi deveras peculiar, vê-lo a dar um nó enorme ao João Pereira entusiasmou, observar o remate que deu o 5º golo do ângulo que me foi possível, em linha recta para a baliza e ver a bola a entrar, foi genial. Mas o que mais impressiona neste fulano é o esforço que coloca em todas as jogadas. Acabou quase de gatas, sem mais para dar. Como já disse incontáveis vezes, Mariano é um lutador, um guerreiro. Se soubesse jogar à bola (pelo menos consistentemente) era um ídolo. Mariano, penitencio-me perante o gigantesco jogo que fizeste hoje. E se jogares assim no Domingo contra a Naval, escrevo uma crónica em forma de poesia sobre ti.
(+) O mesmo que disse sobre Mariano aplica-se a Maicon, apesar de uma forma não tão intensa. Maicon jogou simples, duro e bruto, sem inventar e a impedir que a sua lentidão se tornasse como um handicap para tentar deter Liedson. Não se notou que Bruno Alves estava de fora, o que creio ser suficiente para caracterizar a sua exibição. Evitável o “chega-para-lá” na segunda-parte, que poderia ter resultado na sua expulsão.
(+) Ruben Micael. Desde que Lucho saiu que não via isto ao vivo. É esperto, bom tecnicamente e eminentemente prático. Ainda um pouco indeciso quando chega muito perto da área, acaba por ser exactamente o que precisávamos para recuperar as famosas transições defesa/ataque. Entendeu-se bem com Fernando e Belluschi, com quem formou o improvável meio-campo que demoliu por completo os oponentes na mesma zona. Assenta como uma luva na posição que ocupa, resta saber se Jesualdo o irá mudar para o lugar de Belluschi quando Meireles estiver em condições.
(+) A agressividade que colocamos em campo durante o jogo foi muito acima da média e era algo que os adeptos pareciam já ter esquecido, tal era a forma passiva com que vinha a exibir-se. Já na Madeira tínhamos arrancado uma boa exibição (contra 10, certo) através da pressão no meio-campo, e hoje confirmou-se uma maior disponibilidade física e acima de tudo mental para o fazer. Gostei de ver e espero que a equipa aguente a enorme carga que vai ter de suportar durante o mês de Fevereiro.
BARONIS
(-) Sporting. Para uma equipa fazer um super-jogo, normalmente a outra equipa realiza um sub-jogo. Foi isso que aconteceu com o Sporting. Raramente se entenderam do meio-campo para a frente, limitando-se a enviar bolas longas para Saleiro ou Liedson que raramente causaram perigo à muito atenta defesa do FC Porto. Moutinho esteve trabalhador mas…inconsequente. Veloso esteve atento mas…inconsequente. Izmailov foi talvez o único que causou perigo enquanto aguentou das pernas, marcou um belo golo mas não chegava. Era Marat mais nove, porque Rui Patrício esteve a dormir o jogo todo, Grimi esteve a besta do costume, agressivo em demasia quando nada o exige e macio quando é preciso ser rijo. Foi uma das equipas do Sporting mais desgarradas que me lembro de ver ao vivo.
(-) Fucile. Facilita. Brinca. Perde a bola. Golo do adversário. Não é a primeira vez e infelizmente não será a última. Dá vontade de lhe dar dois bananos no focinho sempre que começa com as tradicionais infantilidades que enervam os adeptos e colocam a equipa e o resultado em risco.
(-) Voltamos a cair nos mesmos erros e no mesmo enervante e absurdo relaxamento depois de marcar um golo. Felizmente contámos com uma equipa fraquíssima do outro lado que para lá do golo que marcou nunca mais conseguiu conter o renascimento do FC Porto, mas é recorrente ver a equipa a recuar depois de se colocar em vantagem. Se a outra equipa desse mais luta teria havido muito mais dificuldades para recuperar a diferença no marcador.
Duas cadeiras do meu lado direito estavam três adeptos sportinguistas. Pai e dois filhos. Saíram 5 minutos antes do final da partida, desejando boa noite aos portistas perto dos quais se sentaram e com quem durante o jogo estiveram a trocar algumas impressões. Só nesse momento me apercebi que apoiavam o outro lado. Raramente se manifestavam, mantinham a c
abeça para baixo e suspiravam imenso durante o jogo. Ao contrário, os meus habituais colegas de bancada exultavam com a fugaz glória de uma exibição que nos encheu de alegria. Só peço uma coisa aos rapazes de azul-e-branco: por favor, mas por favor não vão perder a Alvalade daqui a umas semanas. Seria uma facada nas nossas aspirações e uma vingança saborosa para os leões. E pelo que vi hoje, custava-me ainda mais hipotecar as nossas chances na Liga às mãos de uma equipa tão fraca…
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Segunda metade


Vejam lá como fica o plantel para a segunda parte da temporada:

——-
Helton
Beto
Nuno
——-
Fucile
Miguel Lopes
Álvaro Pereira
David Addy
Bruno Alves
Maicon
Rolando
Nuno André Coelho
——-
Fernando
Tomás Costa
Guarín
Belluschi
Valeri
Ruben Micael
——-
Cristián Rodríguez
Mariano González
Falcao
Varela
Farías
Orlando Sá
Entradas:
David Addy (ex Randers FC, Dinamarca)
Ruben Micael (ex-Nacional da Madeira)
Saídas:
Hulk (castigado ad-aeternum)
Sapunaru (castigado ad-aeternum e consequentemente emprestado ao Rapid Bucareste)
Prediger (emprestado ao Boca Juniors da Argentina)
Analisando sector a sector, na baliza tudo na mesma, e em termos defensivos temos uma substituição que muda um pouco a filosofia que havia em termos de alternativas adaptadas. Passo a explicar. Sapunaru funcionaria como lateral direito em situação natural, podendo ser usado como defesa-central quando fosse necessário. Miguel Lopes e Fucile funcionavam como defesas laterais, tanto esquerdos como direitos, e até Tomás Costa, Rodríguez ou Mariano podiam funcionar como alas recuados, dependendo do jogo e da estratégia. A defesa reestrutura-se com a saída de Sapunaru e a entrada de Addy, que para além de ter um nome que parece um alentejano a dizer “somar” em inglês, é totalmente desconhecido cá na urbe.
Para o meio-campo chegou talvez o elemento que será mais importante, tão fraca tem sido a prestação nessa zona do terreno dos rapazes que a povoam. Ruben já fez mais em dois jogos que Guarín em toda a época e Belluschi parece poder jogar ao lado do madeirense, tendo dado boas indicações na Choupana. Meireles e Fernando poderiam ocupar os outros pontos de um novo 4-4-2, ou até num extremo 4-2-2-2, com maior abertura para os flancos e mais cobertura no meio do terreno. Mariano e Rodríguez seriam jokers, jogando onde Jesualdo lhe aprouvesse. Na frente, nada de novo, depois de tudo ter parecido diferente. Kléber chegou e zarpou de novo, Farías foi-se e voltou outra vez. Se Lavoisier fosse vivo, apostava que Farías se transformava. Como o químico francês já está convertido em estrume há algum tempo, refuto a sua teoria. Farías não se transformará em nada, vai continuar a ser o mesmo Ernestinho do costume, a marcar os golos fáceis e a complicar o que parece simples. Com Falcao certo no onze e Varela a rasgar tudo, restaria Orlando Sá para aproveitar alguns amontoamentos na área.
Parece-me curto, para além de fraco. Se dá uma caganeira ao Varela ou ao Falcao, toda a estratégia ofensiva cai por terra e ficamos com o moralizadíssimo Farías para marcar golaços como só ele sabe, municiado de forma magistral pelo génio que é Mariano “ai-que-lá-se-me-vai-a-bola-outra-vez” González.
Quando comparado com plantéis de anos transactos, fico a tentar descobrir alguma mais-valia e custa-me encontrá-la. Tínhamos Paulo Assunção, temos Fernando. Tínhamos Lucho, temos Ruben Micael. Tínhamos Lisandro, temos Falcao. Tínhamos Pepe, temos Bruno Alves. Tínhamos Cissokho, temos Álvaro. Tínhamos Alan, temos Varela. E só nestes dois últimos é que vejo melhorias…
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