Seleccionações

Numa semana em que (quase) nada se passa no reino do Dragão, há que analisar a prestação dos nossos jogadores nas diversas selecções em que estão envolvidos. Porquê, poderão perguntar? Porque no Verão de 2010 realiza-se mais um Campeonato do Mundo, que tradicionalmente serve de plataforma de salto até outras paragens para muitos dos intervenientes, o que acaba por ser de vital importância para a saúde económica dos clubes, para não falar das vantagens para os próprios jogadores.
Ora nestas andanças temos os seguintes rapazolas, tendo em conta que ainda haverá hipóteses, ainda que remotas, de outros serem convocados para as respectivas selecções, que não menciono:
PORTUGAL
  • Bruno Alves
  • Raul Meireles
  • Rolando
  • Beto
URUGUAI
  • Fucile
  • Álvaro Pereira
  • Cristián Rodríguez
BRASIL
  • Helton
COLÔMBIA
  • Falcao (sem hipótese de qualificação)
  • Guarín (sem hipótese de qualificação)

ROMÉNIA
  • Sapunaru (sem hipótese de qualificação)
Sapunaru, Falcao e Guarín não valorizam absolutamente nada…mas não me parece que o pudessem fazer. Guarín depende apenas dele para sair do fosso em que entrou na primeira temporada, e Falcao está a crescer no futebol europeu, e apesar de falhar o Mundial, pode fazer o suficiente na Liga dos Campeões para subir a cotação. Sapunaru tem sofrido com lesões e com a boa forma de Fucile, por isso só um milagre faria com que o rapaz entrasse na equipa nesta altura. A Roménia fez uma campanha deplorável e por isso quase nem chegou a pensar na hipótese de fazer as malas para terras africanas. Ponto, parágrafo.
Considerando que Helton ainda não participou em nenhum jogo (apesar de ser um seleccionável), temos 7 jogadores nas rampas de lançamento para o Mundial, e qualquer um deles parece destinado a ter de participar ainda em mais um play-off de acesso para poderem lá chegar. Portugal, considerando que vence Malta amanhã em Guimarães, terá de disputar mais dois jogos de bota-fora frente a um adversário que pode ser bem complicado, ao passo que o Uruguai tem tudo ao seu alcance para se qualificar directamente (basta vencer a Argentina), ou então, caso não vença, tem de conseguir um resultado melhor que o Equador para ter acess
o ao play-off frente ao 4º classificado da CONCACAF…uff, e dizem que só os portugueses é que sofrem com as matemáticas da qualificação!
Vamos então saltar para um futuro próximo, em que ambas as selecções se qualificam. Helton, a ser convocado só muito dificilmente tiraria o lugar ao seu colega do Inter, Júlio César. Não é melhor, é mais experiente mas não ao mesmo nível e teria um lugar quiçá como 3º guarda-redes. Seria bom para valorização pessoal mas não creio que ajudaria o nosso keeper a subir a sua quota de mercado. Dava para umas guitarradas em Joanesburgo e pouco mais.
No campo dos lusos, Bruno Alves e Meireles têm lugar garantido nas escolhas de Queiroz. Ambos têm sido titulares, apesar da forma menos positiva neste início de temporada, e deverão continuar nessa situação. Tanto um como outro poderão lucrar consideravelmente com um torneio que corra bem, ou então podem ver o seu passe desvalorizado se as coisas saírem tão mal como na Coreia. Bruno Alves esteve na boca do mundo este defeso e poderá ver o seu nome envolvido na imprensa novamente no próximo Verão. Já Meireles teve o suposto interesse do Sevilha e do Valência, que poderá ser reactivado (ou aceso noutros burgos) caso tenha um bom desempenho. Já Rolando e Beto não parecem figurar nas primeiras escolhas, apesar de integrarem igualmente o lote dos convocáveis como segundas opções. Dependeriam de lesões, castigos ou graves abaixamentos de forma por parte dos titulares para passarem a ser primeiras escolhas, mas em nada prejudicaria uma presença na África do Sul. Não são nomes conhecidos do mundo do futebol, por isso era uma boa maneira de lá se colocarem.

Mudando antenas para a selecção Celeste, temos três potenciais titulares, com Álvaro, Fucile e Rodríguez a figurarem regularmente nas convocatórias e nas equipas titulares do Uruguai. Chegando ao Mundial seriam mais uma das típicas selecções sul-americanas de quem nunca se sabe o que esperar. Ou caem sem apelo nem agravo na primeira ronda e os seus jogadores são considerados flops permanentes e os valores caem a pique, ou então fazem o proverbial brilharete, ganham ao Gana e empatam com a Itália para perder num jogo rijo e a roçar a violência frente ao Brasil. Ou qualquer coisa do género.
Aí começar-se-iam a notar os melhores, os mais agressivos e empenhados jogadores, e talvez Fucile ou Álvaro teriam mais mercado, dada a falta de laterais decentes que continua a existir no futebol europeu.
Ainda falta muito tempo para lá chegarmos, mas algumas decisões para o mercado 2010/2011 começam a ser feitas amanhã. Eu vou estar em frente à televisão às 19h45 para ver a nossa Selecção…e depois às 23h00 novamente para ver aquele que vai ser, na minha opinião, um dos jogos do ano, o Uruguai – Argentina.
Maradona, se me estás a ler, e sei que tal é bem provável, esquece lá isso e deixa o Uruguai ir ao Mundial!!!
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O Mundo


Imaginem que estão descansadamente a almoçar num restaurante e a meio do repasto ouvem alguém a dizer “Estes peitos de frango panados com limão e tomilho são os melhores do Mundo!”, é possível que fiquem a pensar uma de várias coisas:

  • Este senhor é de facto um visionário, pois a minha refeição compõe-se dos referidos panados de galinha e são dignos de Zeus. Isto é pura ambrósia, estalajadeiro!
  • Blergh…não estão assim tão bons, que exagero, a minha mãe cozinhava bem melhor e usava umas ervas mais frescas e viçosas.
  • Mas…do Mundo? De todo o Mundo? Não haverá uma taberna nos Andes que confeccione este prato com mais afinco, quiçá com melhores ingredientes e usando frangos caseiros criados com carinho e afecto desde pintinhos?
Os absolutos tendem a ser facilmente refutáveis, especialmente quando o seu fundamento não é examinado com precisão. E às vezes sai disto. Depois não me venham dizer que A Bola não é o órgão oficioso do Benfica.
Assim sendo, proponho manchetes para a próxima revista Dragões:
  • “Bruno Alves salta mais sem vara que Bubka com ela!”
  • “Tomás Costa tem o nariz mais partido do Mundo!”
  • “Mariano é o melhor driblador de relva do sistema solar!”
Se se lembrarem de mais, avisem. As rotativas estão à espera do vosso génio.
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Suplentes Natos

No último jogo no Dragão a contar para a Liga Sagres, frente aos nossos velhos amigos de verde e branco, dei comigo a olhar para o banco dos suplentes e a pensar para com os meus metafóricos botões: “O Meireles está de rastos, o Hulk já não pode das pernas e o Mariano está a ser a nódoa do costume, é preciso tirá-los!”. E passada esta primeira análise mental aos onze que estavam em campo, comecei a pensar em alternativas. E suei para descobrir alguém que pudesse ajudar em vez de desfazer o que a equipa estava a criar.
No ano transacto o banco do FC Porto era composto, mais coisa menos coisa, por isto:
Nuno, Sapunaru, Stepanov, Guarín, Tomás Costa/Madrid, Mariano/Tarik e Farías.
Este ano, com algumas saídas e outras entradas, as sete opções de Jesualdo no banco seriam talvez:
Beto, Sapunaru/Miguel Lopes, Maicon, Guarín/Tomás Costa, Mariano/Valeri, Varela, Farías.
Isto pressupondo, obviamente, que todas as principais opções estariam em condições de jogar e que o onze titular seria composto pelos melhores jogadores que temos, e que Jesualdo os escolheria.É óbvio que são tudo exercícios de conjectura de um adepto, mas creio que não fujo muito de um modelo que tradicionalmente se adopta para um banco que ofereça alternativas para diversas situações de jogo, sejam elas lesões, expulsões, necessidades ofensivas ou defensivas consoante o teor da partida. Um banco em condições acaba por ser um refúgio para o treinador, o facto de saber que em qualquer altura pode transformar a equipa com a entrada de um jogador fresco e com capacidade de soltar ou reter a bola, de catapultar o jogo ofensivo da equipa ou de travar os intuitos contrários com maior posse de bola, enfim, aquelas teorias Gabrielalvianas que todos conhecemos.

Ora com as lesões que têm apoquentado a nossa equipa nos últimos tempos, o banco tem sido constituído por um painel de jogadores que em pouco tem ajudado o treinador. É verdade que Farías já marcou por duas vezes e Rodríguez e Falcao uma vez cada depois de sairem do banco. No entanto, não deixo de pensar que tirando a surpreendente influência de Guarín no miolo, muito devido à baixa forma de Meireles, o banco não oferece credibilidade a Jesualdo e por isso compreendo até um certo ponto a relutância do treinador em mudar alguma coisa com recurso a substituições.
O que espera o normal adepto de um jogador que venha do banco? A resposta parece evidente: que entre em campo, trinque relva e marque 4 golos de rajada, faça 2 assistências e 13 recuperações de bola, tudo nos primeiros 10 minutos. Descendo à terra, o mínimo que se espera é que cumpra o papel que estava a ser desempenhado pelo substituído e se possível que o melhore. Ora escalpelizemos (detesto este termo mas pareceu-me correcto utilizá-lo aqui) as opções que temos:
– Farías parece lógico que nunca será uma opção que colha grande apoio da massa associativa, já que não mostrou qualidade suficiente para ser titular, o que se espera de qualquer suplente, ainda que tenha jogadores melhores à frente. Entra e marca mas normalmente fá-lo quando o jogo já está decidido.
– Guarín é inconstante, tanto pode levantar a equipa, dando músculo e sentido prático, mas perdendo inteligência e posse de bola controlada.
– Tomás Costa é louco. Entra em campo com o espírito que mencionei…mas aplica-o sem medir consequências e sempre que está em campo fico com medo que possamos rapidamente passar a jogar com menos um jogador.
– Valeri ainda não mostrou o suficiente para ser titular, mas parece ter bom toque de bola e inteligência para controlar o jogo. É o oposto de Guarín, digamos.
– Mariano é como a Don Pasolini. É Mariano. Esforço acima da média, luta como nenhum…e pouco mais.
– Varela seria suplente com Falcao, Hulk e Rodríguez em condições e em boa forma. Este sim, parece-me ser a melhor hipótese que temos para uma boa alternativa a jogos lentos com equipas fechadas atrás, porque daria rapidez e capacidade de ruptura pelo flanco.
– Prediger…não sei, não sei mesmo. Pelo preço que custou já podia ter jogado um ou dois minutinhos, até lá reservo o direito de não me pronunciar. Tanto pode ser um Doriva como um Quintana, um Bolatti ou um André. Não sei e acho que poucos se podem gabar de o saber.
– Maicon, Sapunaru, Miguel Lopes, Nuno André Coelho. Qualquer um deles teria um papel eminentemente defensivo, mais num registo de manter resultado e evitar calafrios para o final do encontro.
Até Orlando Sá estar em condições, continuamos a não ter um avançado que possa jogar em força na área. Farías é um oportunista, tal como Falcao, mas o colombiano bate o argentino aos pontos na capacidade de domínio e posse de bola, é mais rápido, mais agressivo e mais concretizador. Quanto ao resto…é pouco. Talvez suficiente para uma equipa de consumo interno mas manifestamente pouco para a Champions’, como já se viu. Creio que na reabertura do mercado de transferências podemos ver a saída de um ou dois jogadores (Nuno André Coelho, Prediger e Farías colocam-se na dianteira) e quiçá a entrada de mais um ou dois mas até lá é o que temos. Até agora tem servido à justa, mas por quanto mais tempo irá servir?
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Votação: Alternativa credível a Fucile?


Fucile é um semi mal-amado no FC Porto. Desde que chegou que há uma enorme divergência de opiniões face à performance do uruguaio no seio da equipa, seja a lateral direito ou a lateral esquerdo, creio que posso dizer que nunca foi aceite de braços abertos por toda a gente. Tal deve-se, em grande parte, ao próprio Jorginho. É inegável a capacidade de esforço e luta que coloca em campo, é daqueles que gostamos de ver, que nos cansa com as corridas loucas pelo flanco e cujos carrinhos levantam os adeptos em salvas de palmas e gritos de incentivo. Por outro lado, as constantes faltas de concentração e displicências graves colocam-nos quase sempre no fio da navalha, especialmente contra adversários mais fracos, que parecem colher de Fucile um sentimento paternalista do estilo: “Anda lá, pronto, faz lá o que sabes que eu não te tiro a bola…”.
Aproveitado no flanco esquerdo durante vários anos, tal era a falta de alternativas, fixou-se na direita depois da saída de Bosingwa e por lá tem ficado, mais lesão menos lesão, e é actualmente titularíssimo na equipa…pelo menos nos últimos 2 ou 3 jogos. A questão coloca-se, no entanto: quem está mais apto para o substituir?
As 23 respostas foram:
  • Sapunaru: 56%
  • Miguel Lopes: 26%
  • Tomás Costa: 13%
  • Nuno André Coelho: 4%
O tradicional conservadorismo dos adeptos mostra-se bem nesta sondagem. Nada contra, incluo-me no grupo, se bem que Miguel Lopes tem talento e já o mostrou na época transacta, e não fossem as lesões e talvez pudesse ombrear com Fucile na disputa pelo lugar. Até lá, temos a alternativa romena, um rapaz nervoso que creio nunca será titular indiscutível como Fucile o é. Lá virá a hipótese de rodar jogadores (já agora na Taça frente ao Sertanense será uma boa hipótese) e veremos quem será o escolhido por Jesualdo.
Próxima votação: Quem deve render Mariano?
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