Liderança e organização

Enquanto o futebol de clubes está temporariamente colocado de lado pela imprensa, sucedendo-se as banais entrevistas de jogadores e treinadores e opinion-makers, junto-me à multidão. Fica um artigo com a opinião de Helder Varandas, especialista no mundo das finanças do futebol, sobre o porquê do FC Porto mostrar a melhor organização interna e externa e liderança forte desde há 30 anos, ao mesmo tempo que analisa as formas dos clubes evoluirem e o porquê de uns o fazerem e outros não.

O especialista em assuntos financeiros ligados ao futebol Hélder Varandas definiu hoje a organização e a liderança como factores determinantes para o sucesso dos clubes e apontou o FC Porto como exemplo em Portugal.

Para Hélder Varandas, o FC Porto é, entre os clubes portugueses, aquele que apresenta melhor organização interna e externa, além de ter uma liderança “forte há cerca de 30 anos”.

De há uns anos a esta parte o Benfica também mostra liderança. Já o Sporting não tem um líder forte há alguns anos”, disse, acrescentando: “A liderança, associada a uma organização e gestão sólidas, resolvem todos, ou quase todos os problemas a montante. Tudo isto permite alcançar com menor esforço e mais naturalidade o êxito desportivo”.

A organização das sociedades desportivas mereceu de Hélder Varandas uma especial atenção, repartindo-a em duas partes: Interna e externa.

Hoje em dia qualquer sociedade (clube) tem de basear a sua organização interna na utilização de novas tecnologias de informação (TI) integradas. Nesta matéria, nenhum dos três grandes cumpre ainda todas essas exigências, embora FC Porto e Benfica estejam mais avançados do que o Sporting”, disse.

Para este especialista, “é preciso que o software esteja totalmente integrado (e não apenas ligado por interface) e que seja produzido pela mesma empresa. Isso permite integrar sob o mesmo software áreas como a bilheteira, a relação com os sócios, a gestão da publicidade e dos patrocinadores e até o scouting. Tudo isso e muito mais só se consegue através das novas TI”.
“A ausência desta integração cria entropias no sistema. Ou seja, a emissão de um bilhete através de um sistema de software integrado fica automaticamente creditada nas receitas disponíveis e debitada no depósito à ordem. Conclusão: Esta operação contabilística encerra-se logo ali”, explicou.

Para Hélder Varandas, este é um dos exemplos da importância que os clubes devem dar a esta área de gestão, “uma vez que no exemplo dado anteriormente, a falta dessa integração dos sistemas informáticos obrigará alguém a fazer o lançamento manual da operação de venda daquele bilhete, com todas as implicações que essa opção tem no consumo de recursos das organizações”.

A componente estratégica é outra das vertentes internas que, na opinião deste especialista, “os clubes têm de melhorar”.

“A elaboração de um plano estratégico é básico para todas as áreas de um negócio como o futebol. O FC Porto e o Benfica têm dado mostras de que têm um planeamento estratégico e uma estratégia, sendo que, obviamente, o planeamento abarca o curto, médio e longo prazos”, considerou.

No caso do Sporting, continuou, “a prática parece demonstrar, também neste aspecto, que o clube não tem desenvolvido essa componente estratégica”.

Já em matéria de organização externa, Hélder Varandas sustentou que “esta área, muita vezes mais invisível, tem uma importância extraordinária no funcionamento e na afirmação dos clubes e da sua marca”.

“É através desta capacidade de organização virada para o exterior que se ganham competências para, designadamente exercer influências na liga, federação, junto do seleccionador, dos media e até dos próprios árbitros, sendo que estes passam a olhar para a entidade com respeito, porque percebem o papel que um clube forte tem sobre todo o universo do futebol”, adiantou.

E concluiu: “Esta componente da organização externa tem igualmente um peso importante a nível internacional na afirmação dos clubes”.

in sapo.desporto.pt

Link:

Mudar para quê?

“O Ruben vem de uma lesão e ainda precisa de recuperar a melhor forma. Ele sabe que em equipa que ganha não se mexe. O F.C. Porto está a ganhar, o treinador vai mudar para quê? O Ruben está consciente de tudo, está a trabalhar e a aguardar uma oportunidade, até porque já não é um desconhecido do público e da casa.”

Ilídio Marques, padrinho de Ruben Micael, no MaisFutebol

É a primeira declaração de um familiar de um jogador do FC Porto que leio e que faz o rapaz parecer que não tem uma família mercenária.

Espero que o Ruben tenha recebido esta mesma educação e realmente perceba que o seu momento vai chegar e que o talento que tem não vai ser desperdiçado. Penso eu de que.

Link:

E pachacha? Pachacha também perturbava?

Para quem não teve o prazer de ler um ou dois parágrafos da decisão da ADOP, fica o link para o PDF:

Decisão da ADOP (pdf)

Acho que é a primeira vez que no mesmo documento leio as palavras “cona” e “jurisprudência”. É de louvar.

PS: Os meus sentimentos à família do José Torres e aos adeptos do Benfica. Ao contrário do Simão, Torres sempre defendeu a Selecção e lutou por ela, mesmo no Mundial do México quando tudo parecia desabar em cima dele. E quando morre uma figura deste tamanho, tanto real como metafórico, é sempre altura de deitar fora as clubites.

Link:

Contradições

Um dos grandes problemas dos programas de opinião sobre futebol, principalmente os que têm um formato que se foca menos na bola e mais nos assuntos paralelos, reside na forma como os intervenientes influenciam a opinião pública através das declarações que fazem enquanto o programa decorre. Muita gente gosta de pequenos saundebaites e quando ouve qualquer tipo de declaração mais parva logo a passa a considerar como verdadeira porque “ouviu na televisão, foi ele que disse” e pronto, a veracidade está tão confirmada como a de um artigo na Wikipedia.

No início desta temporada, o Dia Seguinte entrou no mercado de transferências e trocou o irritante Sílvio Cervan pelo…coiso Rui Gomes da Silva. Os outros fulanos lá ficaram, seguindo a linha editorial da SIC Notícias em termos de futebol, que se pauta por não falar de futebol mas sim das polémicas do futebol, muitas das quais por si levantadas, sejam elas válidas ou não.

Voltando ao assunto do primeiro parágrafo, usando o sujeito do segundo. Rui Gomes da Silva é parlamentarmente astuto e gosta de atirar nacos e nacos de barro à parede e enerva um santo. Os outros dois que lá estão não ajudam muito à credibilidade do programa porque caem na esparrela, exaltam-se e levantam a voz e está o caldo entornado, os blogs a saltar e as audiências a subir. Uma rebaldaria, portanto.

Reparem neste exemplo, recolhido do blog Guerreiros da Invicta:



Para além dos erros consistentes sobre o custo de James Rodríguez e a atitude agressiva (não no sentido positivo, mais naquela onda do “I know you are but what am I?”, ouviram quanto custou Rodrigo? E agora passo a citar outro blog, desta vez benfiquista:

Ontem, o Director Desportivo e Administrador do futebol do Benfica afirmou:

«Rodrigo é uma aposta de futuro e sempre o dissemos. O Benfica tem sete atacantes, não estaríamos a apostar na sua progressão se ficasse. Tem grande potencial e vai para uma liga muito competitiva. Custou seis milhões, mas, por exemplo, ainda agora o Barcelona emprestou um avançado que custou 70 milhões.»

Rui Costa, 01/Setembro/2010, na cerimónia dos 40 anos do Damásio Ginásio Clube

Não está aqui em questão o preço do jogador nem o valor dele. Nem é um ataque ao Benfica, esqueçam lá isso. Trata-se de um aviso à quem vir estes programas: ponham um filtro à interpretação do que se diz. Mesmo daquilo que parecem ser factos.

É por estas e por outras que eu prefiro que o meu clube seja parco em declarações oficiais. É que quanto mais se abre a boca, mais hipótese há de sair trampa.

Link: