Baías e Baronis – FCP vs Braga


(foto retirada do MaisFutebol)

Devo admitir que nas horas que antecederam a partida não estava no melhor dos humores em termos futebolísticos. Apesar da subida de forma que a equipa tinha vindo a manifestar, dos belos resultados caseiros frente a Sporting e Arsenal e da melhoria no fio de jogo da equipa, estava apreensivo. O Braga joga bem, troca a bola com calma e confiança e tinha vindo a mostrar que o futebol não é só feito pelos melhores mas também por aqueles que mostram em campo serem pragmáticos e eficazes. Por isso fiquei em êxtase com a vitória e a exibição, garra e querer, determinação, eficácia e bom futebol, tudo de azul-e-branco. Venham de lá essas notas:

BAÍAS
(+) Varela. Enquanto vê relva na frente dele, é um combóio sem travões. Arrancou duas belas assistências na primeira parte e deu cabo da cabeça ao Filipe Oliveira que se viu e desejou para parar o extremo portista, bem coadjuvado por Álvaro. Apesar de se notar já alguma falta de pernas para aguentar 90 minutos seguidos, tal é o ritmo que impõe a todas as jogadas em que participa, durante o tempo que está em campo acaba por ser uma peça vital no nosso ataque.
(+) Álvaro Pereira. O mesmo que disse de Varela posso dizer de Álvaro, com um pózinho extra: que grande golo!!! Acho que ninguém esperava ver um tiraço tão bem colocado da parte do uruguaio, ele que sempre que antes tinha tentado rematar à baliza tinha saído para a bancada ou para os placares publicitários, mas desta vez foi certeiro. Passou o jogo todo a tirar bolas a Alan e a apoiar Varela com confiança, em grandes correrias pelo flanco. Espero que continue a crescer como tem feito desde o início da época.
(+) Falcao. Não há dúvidas que foi uma excelente compra. A forma como se antecipa ao central do Braga no primeiro golo é perfeita e está a combinar muito bem com Varela, o que tem trazido vários golos ao colombiano, algo que obviamente não se via no início da época, como é compreensível. Joga bem em frente à baliza mas acaba por ser quando está de costas que é mais valioso, dominando bolas difíceis e rodando para os médios e extremos poderem continuar a construir por forma a lhe devolverem a bola prontinha para entrar nas redes. Estou a ficar fã.
(+) Ruben+Meireles. Os dois juntos começam a mostrar o que valem. Ruben, apesar de no jogo contra o Arsenal não ter ajudado muito na defesa (andou lá mas foi pouco eficaz e tem Fernando a voar para todo o lado quando é preciso) e Meireles não subir o suficiente no terreno, hoje parecem ter encontrado um equilíbrio melhor entre eles. Meireles apareceu bem melhor que nos jogos anteriores e Ruben foi mais estático e organizador, rodando a bola para os extremos, esses sim em foco. Gostei do que vi e dá garantias de um meio-campo mais coeso, algo que nos falta desde Agosto de 2009.

(+) Mariano. Continua trapalhão, tosco e tremido em todas as vezes que está com a bola nos pés, mas hoje fez das melhores primeiras-partes que o vi fazer desde que chegou ao FC Porto. Um exemplo de garra e determinação, não desistindo de nenhuma bola, lutando até não poder mais contra todos os adversários, incluindo o mais temido: a bola. Surgiu sozinho frente a Eduardo, fez tudo bem, mas falhou a baliza por meros centímetros. Merecia o golo.
(+) Ambiente. O estádio estava cheio de gente, uns de azul e outros de vermelho, e a interacção entre ambos foi viva, dinâmica e sem problemas. Cantou-se, gritou-se, foi um espectáculo como poucos este ano ou em quaisquer outros, com manifestos das claques, apoio do público e um jogo muito bem disputado dentro do campo. Fossem todos assim…
BARONIS
(-) Posicionamento táctico de Fernando. Numa equipa como a nossa, que precisa de ter um meio-campo estruturado por forma a não precisar de recuar os extremos para pontos em que se torna difícil e trabalhoso fazer um contra-ataque fácil e rápido, Fernando torna-se um ponto de interrogação. Jogando tão perto dos centrais (mesmo quando não há ninguém para marcar na zona onde se encontra) abre espaço a mais no meio-campo, e as outras equipas já se começam a aperceber disso. De quem é a culpa? De Jesualdo, claro. É uma opção táctica válida mas com a qual não estou de acordo.
(-) Olegário. Num jogo em que tudo estava a correr bem para o nosso lado, eis senão quando o internacional e único árbitro luso que vai marcar presença no Mundial decide começar a estragar o jogo. Falhou muito e falhou demais. Falhou no penalty que não marcou contra o FC Porto (Meireles sobre Alan, creio), falhou em não expulsar pelo menos Rafael Bastos pela entrada assassina sobre Belluschi, falhou em apitar mais do que deve (o que faz SEMPRE), falhou quando marcava uma falta e no lance seguinte com a mesma configuração se esquecia de o fazer…enfim, falhou como falha habitualmente, é mais um dos apitadores que temos, que não deixa lutar nos lances banais e esquece-se de punir os lances graves. Mau.

Não estava à espera e aposto que ninguém esperava uma vitória tão gorda. Fomos melhores, fomos eficazes e mostrámos que ainda cá estamos para tentar ganhar isto. Não dependemos só de nós mas precisamos de continuar a pressionar os da frente para ainda poder sonhar. Vamos a Alvalade para ganhar, porque não temos outra hipótese. Espero que o jogo de hoje não tenha sido só uma noite acima da média e que subamos a fasquia para recuperar o atraso que, por nossa culpa, se verifica neste momento.
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Baías e Baronis – FCP vs Arsenal


(foto retirada d’A Bola)

Quando estava a caminho do estádio, ontem aí pelas 18h, comecei a perceber que os sinais apontavam para uma noite de sorte. Não apanhei trânsito, estava céu quase limpo e descobri um único lugar para estacionar o bólide numa zona onde estava tudo cheio menos o espaço que aparentemente reservaram para mim. “Ah, pensei eu, hoje vai correr bem!”. E não podia estar mais perto da verdade: correu bem. Correu bem demais para a primeira parte medrosa e pouco agressiva que demonstrámos, correu impecavelmente bem para a débil forma física da equipa e correu muito bem para um ou dois jogadores do FC Porto, esses sim incansáveis e com a cabeça no sítio. Foi uma boa vitória, como as são todas a este nível, mas podia ter sido bem melhor. A notas:

BAÍAS
(+) Falcao. Claramente é melhor jogador do que pensei que fosse quando o vi a jogar pela primeira vez. Depois de mais entrosado e melhor integrado no tipo de jogo da equipa, é um lutador incansável durante todo o período que está em campo e a falta de rapidez que Lisandro tinha é compensada pela capacidade de jogar de costas para a baliza, do que dá muito jeito para entradas dos médios e desmarcações dos extremos. Cansa vê-lo a jogar e custa ainda mais ver árbitros, como ontem, a permitirem jogo bruto à vontade quando Falcao era puxado…e a marcarem logo falta quando ele próprio puxava os adversários. Muito bom.
(+) Fucile. Mais um que cansou ver jogar. Esteve em todo o lado, apoiou o ataque e regressava à defesa em correria louca, fazendo a espaços lembrar o grande João Pinto, tal era a abnegação em todos os lances que disputava. Apanhou várias vezes Fabregas pela frente e deu-lhe uma ou duas cacetadas valentes mas a maior parte das vezes manteve-se estóico e fez uma exibição que lhe valorizou o passe em mais um ou dois milhões de euros. Provou mais uma vez que quando quer e não inventa muito, é um excelente jogador.
(+) Helton. Deu a segurança que era preciso quando era preciso. Várias defesas simples no início do jogo e uma defesa para a fotografia depois de uma cabeçada de Bendtner somados a vários cruzamentos em que saiu a agarrar a bola com confiança e domínio pleno da área acabaram por marcar o regresso aos palcos europeus em grande para o nosso cada-vez-mais-titular defensor das redes. A falta de marcação dos defesas coloca Helton entre os não-culpados do golo sofrido.
(+) Esperteza. A forma rápida como marcamos o livre indirecto, com o beneplácito do anormal do árbitro, é um sinal de vontade, de garra e de querer ganhar como já não via há algum tempo. Depois da primeira parte com entrega mas com medo do adversário, a forma como entramos para a segunda-parte foi um sinal de que se queria virar um resultado adverso da melhor forma possível, com inteligência. Não foi um jogo brilhante mas foi o jogo possível frente a uma equipa que, ainda que desfalcada, tem muito futebol, mais que suficiente para nos vencer. Ainda assim mostrámos que não somos uma equipinha ridícula do sul da Europa e que nos batemos contra os grandes quando queremos. Pelo menos na primeira mão em casa…
BARONIS
(-) A primeira parte de Fernando e do resto do meio-campo foi atroz. A forma como a equipa recuava constantemente no terreno, fruto do intenso cagaço que tinha das trocas de bola entre Nasri, Fabregas, Rosicky, Denilson e Diaby (admita-se, quase de olhos fechados, qual deles o melhor…até Diaby me surpreendeu pela capacidade técnica), e deixava espaços tremendos à entrada da área que só não deu em remates de longe vá-se lá saber porquê. Fernando jogava colado aos centrais mas sempre de olho em Fabregas, abrindo uma cratera de espaço a 30 metros da baliza quando Bendtner era o único jogador que estava na zona, (coberto já por Rolando e Bruno Alves), o que ofereceu por completo o meio-terreno aos de Londres. Ruben e Meireles, ainda e compreensivelmente sem entrosamento, andavam meios perdidos nas trocas de posição constante dos adversários, Varela e Hulk tentavam recuar mas não muito, com as indicações que tinham para se colarem às costas dos laterais, e Falcao andava a ser empurrado por Vermaelen. Em suma, foi uma primeira-parte para esquecer e as alterações ao intervalo, com Fernando a fixar-se mais em Fabregas e a deixar Ruben e Meireles mais soltos para rodar a bola, acabaram por ditar que nos soltássemos mais para uma segunda-parte mais afoita e mais prática.
(-) Forma física. Correram muito, é verdade, esforçaram-se como poucas vezes esta época, mas que diabos, a equipa está estourada e espremida. Temos tido muitas lesões este ano e o plantel curto em termos de valia está a ficar com poucas reservas para os embates enormes que temos por aí, a continuar este Domingo frente ao Braga. Numa altura em que vai ser difícil rodar jogadores sob pena de hipotecar as chances no campeonato, temo pelas segundas-partes que vamos enfrentar a caminho.
(-) Fabianski. Ainda eu falo mal do Kralj e do Woskiak…porra, que frangueiro!
Não foi mau, mas não foi excelente. 2-1 é sempre um resultado instável nestas competições, e precisamos de um jogo como o de ano passado em Manchester para conseguirmos sacar no mínimo um empate. Vamos com alma e confiança e revejo-me nas declarações de Tomás Costa depois do jogo: “No nosso segundo golo aproveitámos bem uma distracção deles. Isso demostra que temos de estar 90 minutos concentrados.” É isso, Tomy, 90 minutos de garra, é o que precisamos!!!
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Baías e Baronis – Leixões vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

A foto que escolhi estaria de acordo com o jogo se as personagens estivessem ao contrário. O jogador do Leixões no chão e o do FC Porto a tentar jogar à bola. Foi o anti-jogo que já temos encontrado noutros encontros e que para além de transformar o jogo numa soneira acaba por enervar os meninos de azul-e-branco, incapazes de dar a volta a esta situação recorrente e que acaba por tramar os “grandes” que não têm estaleca para o assumir. Perdemos dois pontos e acima de tudo perdemos a embalagem que vínhamos a ganhar nos últimos jogos. Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Helton. O zero que está do lado do Leixões deve-se em grande parte ao brasileiro que nos guarda as redes. Esteve impecável, seguríssimo e imperial durante todo o jogo, com defesas calmas e saídas imponentes dos postes, a dar confiança à defesa e a garantir a força da linha mais recuada.
(+) Ruben. O nosso futebol com ele é melhor, mais simples apesar de mais lento, os passes saem melhor e com mais precisão, as jogadas desenrolam-se com maior certeza e com um semblante de fio condutor que até faz acreditar no melhor. Tivesse ele companheiros no meio-campo à altura e não precisávamos de lamentar a falta de golos. Levou um amarelo incompreensível e o mesmo se pode dizer do penalti sobre ele que ficou por marcar, só se entendendo porque os 3 metros a que Bruno Paixão se encontrava não lhe permitiram vislumbrar a falta. Otário.
BARONIS
(-) Falta de eficácia. Todas as situações contabilizadas, a culpa deste empate tem claramente de ser atribuída aos avançados do FC Porto. Varela, Belluschi e até Falcao falharam golos que não se podem falhar a este nível e em particular quando se disputam pontos vitais para o campeonato. De notar que estas falhas são individuais e não colectivas, porque a equipa, para além de alguma falta de agressividade inicial, compensada especialmente depois da entrada de Tomás Costa, acaba por não ter influência directa no resultado, ou neste caso, na ausência dele.
(-) Belluschi. Mais um jogo perdido por parte do argentino. Sem falar na absurda fantasia capilar que o rapaz ostenta no escalpe, foram passes falhados, falta de pressão no meio-campo e criatividade quase nula na frente de ataque. Safou-se um remate à trave que não passou disso: um esporádico remate à trave e um deserto de ideias durante os minutos em que esteve em campo. É óbvio que é uma aposta furada e está a convencer os adeptos que não merece estar no plantel.
(-) Varela. Não pelo que fez, mas pelo que não fez. Não marcou, não conseguiu ser o Varela do costume e mostrou que quando está nervoso ainda é mais trapalhão que o normal. Teve algum azar mas isso não explica tudo.
(-) Anti-jogo. Eu sei, eu sei, as equipas pequenas têm de usar as armas que estão ao seu alcance. Mas valha-me Santo Gregório de Albergaria, era preciso atirarem-se para o chão constantemente durante a segunda parte do jogo? Começava a ser ridículo ver os rapazes a tombar, fosse com câimbras ou com outras maleitas inventadas…
O que mais incomoda é que depois de ver um jogo fraquinho do Benfica contra o Belenenses, os da Luz acabam por vencer com um singelo golo e não criarem grandes oportunidades extra para aumentar o marcador. Nós, com várias chances, zero. Eles à frente e nós em terceiro. Tem sido esta a história desta época…
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Baías e Baronis – FCP vs Académica


(foto retirada do MaisFutebol)

Ontem escrevi aqui no blog que o jogo ia ficar 1-0. Não me enganei e parecia haver boas razões para tal acontecer. O jogo, no entanto, surpreendeu-me. Foi vivo, dinâmico e apesar de nem sempre ter sido bem jogado acabou por ser um bom espectáculo com a Académica a fazer uma exibição cheia de personalidade, estrutura táctica (ao contrário dos anfitriões) e atrevimento ofensivo, completamente diferente do que tinha feito no campeonato aqui há uns meses. E só nos safou o doido do Mariano que se lembrou de fazer um remate perfeito perfeito e colocar o seu clube na sua primeira final da Taça da Liga. Vamos lá então a notas:

BAÍAS
(+) Mariano. Quando disse depois do jogo contra o Sporting que a bracadeira do FC Porto tem poderes mágicos, estava numa de ser jocoso. Mas começo a acreditar em cristais e em reiki e no poder curativo do Professor Bambo quando vejo golos como o de ontem. Mariano, até à saída de Bruno Alves, tinha sido não um mero espectador, mas um parcial destruidor das jogadas ofensivas da equipa. Num nível acima de Guarín (era complicado), conseguia falhar passes e perder bolas infantis, dando a iniciativa ao adversário. Sai Bruno, muda a bracadeira para Mariano, pling! É correr pelo flanco direito, são remates fortes, é a garra que volta e um golo de execução magistral que acaba por ser merecida. Mariano é um jogador emocional, que substitui o talento pelo esforço e que não desiste mesmo quando as coisas não lhe correm bem, o que acontece quase sempre. Ontem deu-nos 500 mil euros. Já lhe paga o salário para uns largos meses.
(+) Ricardo Carv…perdão, Nuno André Coelho. Esteve muito bem e provou que afinal não está na lista dos dispensáveis. A forma subtil com que se colocava perante o ataque adversário e roubava a bola dos outros rapazes fazia lembrar o agora jogador do Chelsea, com quem já por diversas vezes foi comparado noutros tempos.
(+) Nuno. Apesar de apenas conseguir agarrar a bola à segunda, esteve bem, seguro e salvou várias chances de golo da Académica. Foi a par de Mariano o responsável pela qualificação.
(+) Ruben. Notou-se claramente que a partir da sua entrada a equipa mudou. Guarín estava a ser o principal responsável por levar a equipa para a frente com o seu estilo…a sua ausência de estilo a ser um handicap tremendo. Ruben joga mais, muito mais, mais simples, mais prático e mais eficiente. Conseguiu um feito tremendo: pôs os adeptos a chamar por ele ao fim de 4 jogos, o que é complicado num clube como o FC Porto. Parabéns.
(+) Académica. Da equipa hiper-mega-defensiva que vi a jogar cá para o campeonato só sobraram as camisolas. Villas-Boas conseguiu introduzir uma estrutura táctica que não abana, a mostrar saber e astúcia na colocação dos jogadores em campo e a encostar os ingénuos jogadores do nosso meio-campo para terrenos que não sabem calcar. Valorizou a nossa vitória e merecia um pouco mais, mas no final quem ganha é quem marca…
BARONIS
(-) Guarín. Este rapaz está a ultrapassar Mariano nos meus pequenos ódios de estimação. Ao passo que Mariano é um jogador que eu gosto de criticar porque é um jogador à minha imagem (ou melhor, é um tipo que joga tanto quanto eu e tem o mesmo perfil: pouca inspiração e muita transpiração), Guarín é só mau. Mau tacticamente, mau tecnicamente, mau quando perde a bola e imediatamente ceifa as pernas do adversário, mau na visão de jogo, mau no passe, mau na organização defensiva…só se safa o remate forte, que só não é mau porque um em cada vinte deles vai em direcção à baliza, e em termos de rácio no FC Porto, não é fraco, infelizmente. Guarín está mais uma vez a perder para Tomás Costa por culpa própria. Não se adaptava a trinco, não se adapta a médio-ala e não se adapta a interior. Acho que de facto não se adapta ao FC Porto.
(-) Belluschi. Mais um jogo, mais um desperdício. Falha passes demais, continua muito hesitante e está a ser uma tremenda desilusão para os adeptos.
(-) Experiência táctica. O 4-1-3-2 falhou redondamente, mais uma vez. Quiçá com outros jogadores (Meireles e Ruben a titulares) poderia ter sido um pouco mais eficaz, mas a forma como Valeri e Belluschi andaram a passear em campo, juntamente com Guarín que parecia achar que o jogo decorre à velocidade de um pique do Moniz Pereira (parabéns pelos 89 anos!), minaram a estrutura e deixavam Tomás Costa a voar de um lado para o outro a tentar tapar os buracos que eram deixados. Jesualdo quis experimentar mas mal viu que as coisas não estavam nada bem reverteu para o 4-3-3 com Varela, e as coisas ficaram melhor. Como era evidente.
Uff. Este já está, estamos na segunda final do ano (Supertaça em Aveiro já cá canta) e é, como todas as finais, para ganhar. Só tenho pena que seja no Algarve, senão muito provavelmente tentaria ir ver o jogo, mas assim sendo torna-se menos viável. De volta ao campeonato agora, está aí o jogo contra o Leixões que é essencial vencer, com um golo do Mariano à entrada da área ou com uma bicicleta do Falcao ou até com um cabeceamento do Miguel Lopes, de qualquer forma são três pontos que terão de ficar do nosso lado!
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Baías e Baronis – FCP vs Naval


(foto retirada d’A Bola)

Não foi genial, mas cumprimos o objectivo. Recuperamos 2 pontos para o Benfica, ficamos mais 3 à frente do Sporting e ficamos à espera de saber se o Braga amanhã consegue manter a vantagem. Num jogo que tinha tudo para ser mais fácil do que foi, a equipa acaba quase sempre por complicar quando deve simplificar, recuar quando deve pressionar e relaxar quando deve acelerar. Enfim, o costume. Notas time:

BAÍAS
(+) Falcao, de novo. É inegável que está a atravessar um excelente momento de forma, marcando em vários jogos consecutivos e acima de tudo funcionando como um pivot quase perfeito para os outros avançados e médios ofensivos surgirem no espaço. Mais um golo pleno de oportunismo e capacidade de colocação na área, a somar a uma assistência para o golo de Varela. Tem um pormenor delicioso onde saca um cartão amarelo a Daniel Cruz que me vai ficar na memória.
(+) Helton mostrou hoje como se deve exibir um guarda-redes de uma equipa de nível mundial. Tocou poucas vezes na bola, mas sempre que tal aconteceu fê-lo com segurança e a mostrar aos companheiros da defesa que estava lá se fosse preciso. Evitou o 1-1 por diversas vezes e a defesa que fez depois de remate de Simplício acabou por deixar um grande marco no jogo. Caso não o tivesse feito, o jogo teria sido bastante diferente. Obrigado, Helton, pelos três pontos!
(+) Fucile esteve de novo em grande nível. Foi um tampão a muitas jogadas da Naval pelo seu flanco, recuperando sempre com grande velocidade e com a agressividade suficiente para roubar muitas bolas aos avançados e servindo para a frente com certeza no passe.
(+) Tomás Costa marcou um golo merecido e apesar de nalguns períodos da primeira parte ter parecido meio perdido em campo, cedo recuperou o posicionamento e foi muito importante na cobertura a Ruben e especialmente a Belluschi, que nunca sabia onde devia estar.
BARONIS
(-) Infelizmente esta época já está conhecida como a época do relax pós-intervalo. Continua a acontecer consecutivamente, numa altura em que o FC Porto está à frente no marcador, acaba por tentar descansar cedo demais e arrisca sofrer um golo que pode ser vital para a equipa adversária. Não estamos em alturas de facilitar um minuto que seja, porque numa desatenção defensiva, um passe transviado, um cruzamento sem olhar ou uma descoordenação a meio-campo podem ditar perdas de pontos, que nesta altura poderiam ser fatais.
(-) Belluschi esteve mais uma vez absurdamente mal. Passes falhados a rodos, lentidão e indecisão depois de passar o meio-campo acabam por transformar um crescendo de forma aparente num pico que parece já ter passado. Espera-se pelo regresso de Meireles.
(-) Varela esteve abaixo do normal. O golo acaba por salvar uma exibição fraca, trapalhona e com pouca clarividência. Continua a marcar e a fazer jogar mas parece estar em baixo fisicamente e a equipa pode-se ressentir disso num futuro bem próximo. Se ao menos tivéssemos Hulk para ir jogando, mas nem isso…
(-) A equipa da Naval é mais uma das que devia descer de divisão já este ano, juntamente com mais umas 6 ou 7. Enquanto o jogo esteve empatado, defenderam com 11 jogadores. OK, é normal, dirão. A perder por 1, continuaram a defender com 11. A perder por 2 e por 3…também. É fraco demais, é mesquinho e pobre. Inácio, que já foi campeão nacional uma vez como treinador principal e algumas como adjunto, já tem experiência para saber que não tem nada a perder se jogar para ganhar. Porque jogar para não perder tende a dar nisto. E ainda bem.
Três pontos conquistados, dois recuperados e algumas dúvidas. Ao intervalo falei com o meu pai e aparentemente pela TV o jogo estava a ser bem agradável e activo. Ao vivo, fiquei com a mesma ideia que tenho vindo a criar sobre a equipa: estamos melhor, mas não o suficiente para me convencer que estamos prontos para mostrar futebol a sério. Mas uma coisa já dá para notar, a equipa está a jogar algum futebol que era incapaz de fazer aqui há dois meses e muita dessa mudança se deve a Ruben. Vamos ver quando regressarem Meireles, Rodríguez e especialmente Hulk. Até lá temos um jogo para ganhar na quarta-feira!
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