Ouve lá ó Mister – Olhanense


Amigo Vítor,

Estou desde quinta-feira a tentar curar uma naso-faringite. E não usaria este termo se não tivesse ido à médica com quase 39º de febre, que me obrigou a ficar dois dias a trabalhar de casa, muitas horas de contínua dor de garganta e uma absoluta incapacidade de me locomover para mais que uma ou outra visita ao WC. O resto foi passado aqui, a trabalhar na mesa da sala com alguns pequenos intervalos de minutos em que, prostrado na cama ou no sofá, ia pensando na vida. Sou homem e como sabes os homens sofrem mais quando estão doentes que as mulheres, não tenho dúvida. Nem sei porquê, mas é um facto.

Por isso ainda nem sei se vou conseguir ir ver-te ao vivo. E será uma pena, especialmente depois do jogaço em Guimarães, mas caso não me vejas para lá, não desanimes, pá. É mais um jogo para ganhar e seja qual for o resultado do jogo do Benfas que acaba antes do nosso começar, a motivação funciona sempre em nosso favor. Quer fique em casa ou vá ao Dragão, conto contigo e com uma boa exibição dos teus moços para me ajudarem a ficar bom, porque amanhã vou trabalhar e se ainda estiver doente, ao menos que algo me dê um motivo para me levantar da cama com um sorriso.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Olhanense 2 vs 3 FC Porto

foto sacada de MaisFutebol.pt

É sempre estranho olhar para um resultado de 2-3 a nosso favor e depois consultar as estatísticas do jogo. Verifica-se logo que houve domínio claro, na posse de bola, nos remates à baliza, no fluxo ofensivo e no controlo de jogo. Mas quem assistiu à partida viu que o jogo teve porções distintas de bom futebol alternado com pontapé para a frente, com falhas grandes a nível defensivo. Saímos em cima, virando um resultado estupidamente negativo depois de uma sequência de desatenções, mas podemos ter recuperado de vez um activo para o plantel: James. Sem ser consistente durante o jogo todo, há alturas em que o brilho do colombiano ofusca todos os outros em campo e esteve perfeito na entrada, no primeiro golo e na assistência para o segundo. Só podemos esperar que assim continue. Notas abaixo:

 

(+) James Assim sim, rapaz. Assim mostras do que és feito, ao contrário do que tinhas vindo a fazer durante um bom punhado de jogos este ano até a semana passada. Surpreende-me a velocidade no controlo de bola e no passe (porque a técnica e o talento não surpreendem nada, há dois anos que os vejo), mas lamento que só quando começa um jogo no banco é que parece ficar mais “picado” para entrar em campo e ajudar a equipa. Genial o passe para o segundo golo, perfeito o chapéu a Ricardo no primeiro, aproveitando o que o nosso ex-keeper nacional tem de pior e que os gregos já agradeceram há oito anos. Continua, miúdo, mas assim, não como em Barcelos.

(+) Moutinho Uma corrida louca atrás de uma bola que ressaltava em velocidade uns bons 20 metros à sua frente. Não conseguiu lá chegar mas João mostrou que é disto que é feito e fê-lo também para mostrar aos adeptos que está cá até deixar de estar. Um jogo estupendo de controlo de bola, passe certeiro e rotação de bola a meio-campo, conseguiu mostrar o grande talento que tem da melhor forma, com luta, com empenho, com suor. Os adeptos podiam duvidar da vontade de Moutinho, mas não creio que tenham razões para o fazer. Ainda bem.

(+) O início da segunda parte Forte, pressionante, rápido, eficaz. Todos os adjectivos que faltaram durante tantas semanas no ano passado e vários minutos já este ano, todos eles estiveram à vista no arranque do segundo tempo e o resultado foi óbvio. Um golo depois de várias tentativas e a reviravolta no marcador. Uma salva de palmas para quando conseguirem mostrar isso mesmo durante alguns jogos consecutivos. Preferencialmente desde o início do jogo, pode ser?

 

(-) Tremideira nos últimos dez minutos Compreendo que os rapazes estivessem cansados, principalmente Hulk e Moutinho que se fartaram de correr todo o jogo. Mas se somarmos essas duas peças em baixo rendimento na zona final a outros dois que por natureza pouco defendem (James e Varela), temos uma equipa de putos a pontapear bolas para a frente sem que consigam manter um fio de jogo estável e amedrontando-se perante o Olhanense como se as cores fossem as mesmas mas estivesse o Milan do outro lado. Mais confiança, rapazes, fazem favor de não dar enfartes aos adeptos? Alguns de nós ainda se lembram do Olympiakos e do Sparta de Praga, ou até do Nacional aqui há uns anos. Obrigados.

(-) Ausência de FernandoÉ uma constatação que até Rui Santos pode tirar sem que o acusemos de ser um pederasta benfiquista: sem Fernando, a zona central em frente à defesa fica muito fraca. Defour tem boa vontade mas é incapaz de manter um jogo defensivamente estável e com posse de bola firme e sem sobressaltos, mas nem a entrada de Castro ajudou, tal é a disfunção entre a posição natural tanto do português como do belga quando comparadas com o raio de acção do brasileiro. Fernando continua a ser vital para tapar os desiquilíbrios naturais de uma equipa com balanceamento ofensivo e é muito complicado rendê-lo, especialmente quando o adversário dá pancada de criar bicho, como foi hoje o caso o Algarve.


Não tão bom como o jogo contra o Guimarães (o adversário não só é melhor como distribuiu lenha como um madeireiro no inverno, com João Ferreira a ter um critério exageradamente largo, que compreendo mas não aceito alguns dos lances divididos com Rui Duarte, Abdi ou Maurício, a roçar a violência), mas o suficiente para que tenhamos saído do Algarve satisfeitos. Não mais iremos tão a sul no campeonato, mas a imagem que deixamos foi de uma equipa que parece ter índices competitivos mais altos que no ano passado e certamente acima da primeira não-exibição em Barcelos. A pausa que vem aí é uma bela duma treta, portanto.

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Ouve lá ó Mister – Olhanense


Amigo Vítor,

Ainda estamos todos a respirar fundo depois do último dia do mercado e quando percebi que o João e o Givanildo iam ficar no plantel pelo menos até Dezembro, houve um grande peso que se levantou das minhas costas. Tenho pena de ver sair o Sapu, mas um dia destes ainda me hás-de explicar o que se passou para vocês não se entenderem. Ou para alguém não se entender com ele. Ainda por cima deve ser um gajo porreiro para ir prós copos, homem. Mas disso falamos mais tarde, hoje o que importa é que joga o FC Porto, com ou sem mercado.

O Olhanense não me mete medo. Para te falar a verdade, poucas coisas me metem medo para lá de um ou outro cão vadio e o inevitável armagedão que se aproxima. O Otamendi dar barraca também me mete algum medo, ou uma das “cuecas” do Fernando aos adversários, talvez até uma saída em falso do Helton que, não sendo Deus, também tem as suas falhas de vez em quando. Mas estou à espera de um jogo à imagem do último e não do penúltimo. Quero que os nossos rapazes vão para cima do Olhão com tudo o que têm para mostrar que estão aqui, firmes, prontos para serem campeões. Quero ver o João a jogar bem no meio-campo, o Hulk a raspar relva com aquele corpanzil que assusta qualquer defesa. Quero ver a mesma fibra, a mesma vontade, a mesma inspiração do jogo do passado sábado, por muito que o jogo seja longe cá do burgo.

E na ausência do Fernando…eu dava uma hipótese ao Castro. Não quero mal ao Defour, espero que o Steven compreenda, mas apesar do Castro não ser trinco, acho que tínhamos bastante a ganhar em ter um pouco mais de agressividade no meio-campo especialmente porque do outro lado vai estar gente que não tem problema em zurzir em canela alheia. É só uma opinião, tu fazes o que quiseres.

Seja como fôr, entra para ganhar. Mata o jogo e depois vê-se o que é preciso fazer para gerir. Devia ser sempre assim, não é?

Sou quem sabes,
Jorge

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Porta19 entrevista o Olhanense.net

Voltando às conversas entre bloggers e aproveitando a visita do FC Porto ao Algarve, enviei um convite ao administrador do blog mais representativo do Olhanense – Olhanense.net – que foi aceite com grande cordialidade e simpatia. Como optaram por responder em grupo (porque não são dados a protagonismos, dizem com modéstia), aqui estão as respostas bem informadas e agradáveis da malta que representa o blog mais importante dos nossos próximos rivais na Liga:

 

Porta19: Quais serão as principais diferenças estruturais entre o Olhanense do ano passado e deste ano?

Olhanense.net: Em termos tácticos parece-nos que nenhuma, o 4-2-3-1 continua a ser o sistema preferencial. Em termos gerais, entre os adeptos esperávamos que este fosse o ano da consolidação, devido à boa classificação obtida em 2011/12 e até porque o clube vendeu vários activos (quantos clubes dos chamados pequenos podem dizer isso?) mas parece que essas vendas apenas serviram para pagar dívidas… a população e massa adepta do Olhanense olha para estes negócios com alguma desconfiança, e de um modo geral ficamos com a sensação que nunca conseguiremos fazer uma grande venda, pois mesmo a “pequena” venda do Fabiano Freitas (que ainda rendeu 400 mil euros) parece não ter grande impacto na estabilidade do clube… ficamos sempre na mesma, sempre com dificuldades. Se não tivessemos vendido jogadores como seria? Nem começávamos o campeonato? Vendemos os principais jogadores da época passada (Fabiano, Cauê e Salvador Agra) e além disso saíram titulares que não pertenciam ao clube, como o André Pinto, Mexer, Ismaily e Wilson Eduardo. As suas saídas não foram colmatadas e isso deixou o Sérgio Conceição “apreensivo”, para utilizar um eufemismo.

 

Porta19: Como a única equipa algarvia a participar na primeira Liga, há condições para que os adeptos se consigam deslocar em apoio à equipa nas suas deslocações?

Olhanense.net: Não deixa de ser frustrante o Olhanense ter esperado tanto para regressar à 1ª Divisão e agora apanharmos esta crise. É irónico que os adeptos normalmente organizassem excursões para os jogos fora na 2.ª Liga durante os últimos anos e que agora não exista tanto entusiasmo, derivado a esta falta de disponibilidade financeira tão grande devido à crise… e para “ajudar à festa” temos os jogos na Tv marcados para sextas ou segundas feiras à noite.

 

Porta19: Como é que viram a “chatice” do início da temporada com Sérgio Conceição? De que lado é que se colocaram neste feudo?

Olhanense.net: O nosso site raramente se coloca em “lados” no que se refere a problemas da vida do clube. Tentamos noticiar e esclarecer, mostrar curiosidades. Claro que houve alturas em que tinhamos artigos de opinião publicados no nosso site, mas isso simplesmente não tem acontecido ultimamente, talvez porque actualmente qualquer um pode dar uma opinião curta e num curto espaço de tempo nas redes sociais ou até nos comentários das notícias nos sites dos jornais. De qualquer modo, em relação a este caso específico queremos acreditar nas palavras do presidente e do treinador quando fizeram as pazes, pois garantiram que a imprensa exagerou muito ao relatar o que realmente aconteceu…

 

Porta19: Há jogadores com bastante experiência como Maurício, Fernando Alexandre, Rui Duarte, Ricardo, Vasco Fernandes, Rui Sampaio ou Luís Filipe, por exemplo. Achas que o Olhanense pode ter uma época estável e apontar para a primeira metade da tabela?

Olhanense.net: Claramente. Aliás, nota-se que mesmo com o plantel ainda incompleto, e sem ter feito ainda grandes exibições, o Olhanense conseguiu amealhar quatro pontos, uma vitória em casa e um empate fora, frente a rivais directos, demonstrando que a equipa tem valor e há espírito guerreiro. Depois da pré-época conturbada, não poderiamos ter começado melhor. Entre os adeptos havia um certo descrédito, mas a confiança está claramente recuperada.

 

Porta19: Com a imprensa tão tri-polarizada em Portugal, como é que vês o desprezo a que são votadas as equipas de dimensão mais pequena?

Olhanense.net: O nosso site surgiu para “combater” isso mesmo!!! Mas não nos podemos queixar, como clube histórico de regresso aos grandes palcos mais de trinta anos depois, temos um certo espaço, um “cantinho” que é só nosso, que podemos comparar a clubes como o Leixões ou a Académica, em termos “mitológicos” do futebol português. Ou pelo menos pensamos que podemos pensar assim, não nos levem a mal por isso.

 

Porta19: O Olhanense.net é o maior blog afecto ao Olhanense. Como é que se conjuga o amor pelo clube com a vida do dia-a-dia?

Olhanense.net: Quando começámos há 10 anos era mais trabalhoso, digitalizar fotos e notícias, mas tinhamos esse “gosto”. Hoje em dia os nossos colaboradores têm a vida mais fácil, acesso à internet e às ligações para as notícias da imprensa nacional e estrangeira. É mais fácil. Aliás, temos perfeita noção que qualquer um poderia fazer o que nós fazemos actualmente, temos é algum passado que demonstra que começámos a fazer isto com gosto, e que insistimos em mantê-lo.

 

Porta19: Ainda há esperança para a maioria dos blogs Portugueses de futebol ou a inspiração está a definhar em função das redes sociais e dos fóruns de discussão?

Olhanense.net: Há claramente um facilitismo nas redes sociais (respondemos a isso quase sem querer, na pergunta sobre o caso entre treinador e presidente), mas nós enquanto pudermos vamos tentar manter o nosso site/blog como era. Nem que seja para arquivo, pois temos muita coisa de jogadores e planteis antigos, curiosidades que vamos destacando, como é o caso recente de uma antiga glória portista, Albano Sarmento, que os vossos colegas de clube “Bibó Porto, Carago” escreveram que não poderia ser considerado campeão nacional em 1955/56 porque não fez nenhum jogo… nós por acaso topámos isso há uns dias e respondemos que realmente não podia ter feito nenhum jogo, pois nesse ano cumpriu o serviço militar em Tavira e esteve ao serviço do Olhanense, ainda que por pouco tempo (mas nessa altura não se podia jogar em 2 clubes diferentes na mesma época). A notícia é esta: http://olhanensenet.wordpress.com/2012/08/30/arquivo-de-jogadores-albano-sarmento.

 

Porta19: Para ser mauzinho…a malta do Olhanense.net tem outro(s) clube(s) ou são apenas fãs do clube da terra?

Olhanense.net: Há muita gente ferrenha apenas pelo Olhanense, não tenham dúvidas disso, mas é óbvio que temos o mesmo “problema” que os outros clubes mais pequenos de outras cidades portuguesas, não há como esconder isso. Há muita gente com um primeiro ou segundo clube, mas nós temos uma desculpa: estivemos 34 anos longe dos grandes palcos. Qual é a desculpa dos outros clubes que andaram sempre pela 1.ª Divisão? (esperamos ter respondido com igual nível de malícia, se não for esse o caso segue um recorte de um jogo entre SCO e FCP em 1949)


Há malta muito boa a trabalhar em blogs. Interessados, empenhados, com espírito de sacrifício para uma causa comum e a união que beneficia tanto os clubes como as pessoas que lá trabalham e os adeptos que partilham das alegrias e tristezas das suas vidas. Este é mais um exemplo e merece os meus parabéns. Mas amanhã…amanhã, amigos, é cada um para seu lado!

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 SC Olhanense

foto retirada de fcporto.pt

À medida que as jornadas vão prosseguindo e o campeonato se vai aproximando do final, os padrões dos adeptos ficam diferentes. Mais altos para alguns, que exigem que a equipa suba o nível e cresça nas exibições, na produção ofensiva e na eficácia defensiva, numa altura difícil e fundamental em que nenhuma falha é perdoada. Para outro grupo de adeptos, os padrões de qualidade baixam e a única coisa que querem é ganhar. Não querem saber se os jogos são maus, se há muitas bolas para a bancada, remates de qualquer lado ou jogadas construídas sem um fio de jogo pensado. O que interessa são os três pontos. Ainda há um terceiro grupo. O que gosta de combinar as duas vertentes, a construtiva e a produtiva. Sou do terceiro. Saí do Dragão satisfeito pela vitória e razoavelmente contente com a exibição. Não foi genial e mais uma vez houve tantas falhas e tão grandes que o Dragão parecia situado nos arredores de Los Angeles. Mas ganhámos e nesta altura é mais importante vencer que jogar bem e perder. Notas, já já aqui abaixo:

 

(+) João Moutinho Tem tido a consistência que permite ao nosso meio campo manter-se competitivo, muito à sua custa. Diria que a equipa do FC Porto hoje em dia está “pendurada” nos pés de Moutinho porque sem a inteligência do português, com a bola e no espaço quando a procura, a equipa andaria à deriva em campo. Moutinho está de novo em grande nível, a jogar simples, com sentido prático e a executar os lances certos no momento certo. É talvez um dos únicos jogadores do Mundo que teria lugar no meio-campo de Guardiola no Barcelona. Talvez não fosse titular mas era menino para fazer uns trinta ou quarenta jogos por ano.

(+) Maicon e Otamendi no centro Os dois centrais estiveram bem perante os avançados do Olhanense que não fizeram um grande jogo muito por culpa dos nossos defesas. Rolando ficou no banco, não sei se por castigo se por opção, mas os factos falam por si: zero golos sofridos, velocidade no passe, agressividade positiva durante o jogo e bom entendimento na cobertura defensiva dos espaços criados pelas subidas dos laterais. Uma pequena nota recorrente: Otamendi falha muitos passes curtos, Maicon falha muitos longos. Tirando isso, estiveram bem.

(+) A vontade de Sapunaru O romeno é um tolo. Ele sabe que é tolo, todos sabemos que é tolo. Mas há qualquer coisa naquela loucura que me entusiasma e perdoo-lhe mesmo alguma inépcia técnica e até o espaço que continua a permitir a qualquer adversário que lhe apareça pela frente antes de lhe tentar tirar a bola. Mas dá gosto vê-lo a correr pelo flanco, a tentar sempre subir no terreno a ajudar o extremo do seu lado, a aparecer na área para cabecear ou a rematar cruzado para a baliza. Dá ideia que está noventa minutos a pensar em marcar um golo e raramente desiste até o conseguir. Quantos mais romenos loucos há por aí? Tragam-nos alguns que bem precisamos.

 

(-) Lucho Há jogos que correm melhor que outros e apesar do golo que marcou, Lucho hoje foi uma nulidade em campo. Foi pior. Falhou inúmeros passes, tirava o pé nas disputas divididas, permitia movimentações dos jogadores do Olhanense muito perto dele sem tentar obstruir a progressão do adversário e raramente foi produtivo com ou sem a bola nos pés. Se fosse outro jogador qualquer, especialmente alguém que não conhecesse, diria que era um tosco. Mas Lucho não é tosco, muito longe disso. Um mau jogo que também poderá surgir da fraca condição física. Saiu bem.

(-) Álvaro Pereira Um jogo fraquinho do Palito, com pouca claridividência no ataque e demasiadas distrações na defesa onde obrigou Otamendi a ir ao seu auxílio muitas vezes, quase sempre com sucesso, felizmente. Álvaro tem sido um jogador importante mas há alguns jogos em que aparece muitas vezes no ataque a criar perigo para a área contrária. Hoje, nem isso, porque sempre que passava o meio campo lá acabava por perder alguns metros à frente. Estranho o facto de ter jogado com a cabeça muito inclinada para baixo, talvez esteja cansado, sei lá. Vai precisar de jogar bastante melhor contra o Braga.

(-) A complacência de Alex Sandro É complicado perceber o que passa pela cabeça de quem quer que seja. Parece fácil visto de fora mas acredito que Alex Sandro não é retardado. Sinceramente acredito. Mas as várias jogadas ridículas que hoje protagonizou nos vinte e tal minutos que esteve em campo foram dignas de registo para a posteridade por vários motivos. Porque um internacional brasileiro como é Alex Sandro que mostra (e já não é a primeira vez) uma atitude complacente com a nossa camisola, sem interesse em jogar, sem força, sem concentração, sem a cabeça no jogo…envergonha-me. E devia envergonhá-lo também. Espero muito mais dele, mas acima de tudo espero que lute. Não o fez.

 

À entrada, subi as escadas de acesso à bancada e um homem com o apoio de duas muletas subia também as escadas com alguma dificuldade, mitigada com o auxílio de um jovem, diria seu neto. Ao lado, um colega que com ele se deslocou ao Dragão dizia-lhe: “Nem sei para que é que você veio, ficava em casa a ver na televisão…”, ao que o sénior lhe responde: “Nada disso, o Porto é o Porto, carago, e enquanto tiver forcinha nas pernas hei-de cá vir sempre que puder!”. É exactamente este o espírito que gosto de ver. Um louvor ao velhote, se fazem favor, porque faz ver a tanta gente que se queixa de tudo e todos e deixa de lá ir apoiar a equipa nos momentos maus, mesmo nas alturas que a equipa mais precisa deles. Fomos trinta e um mil no Dragão. Poucos ou nenhuns assobiaram. Gostei.

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