Uma explosão ouvida por todo o mundo

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Reconsiderando Kelvin

Aquela crista é de estrela. Logo assim à partida, chega um catraio de 18 anos e pumba, saca de uma trunfa com a confiança dos gigantes, uma espécie de poupa imperial para marcar logo a diferença pelo estilo. Não critico, só invejo a possibilidade.

Vi Kelvin várias vezes ao longo do ano. Quase sempre que tive a oportunidade de o ver a jogar fiquei desiludido. Especialmente pela forma como via o miúdo a encarar cada lance como “só mais um”, em vez daquilo que gosto sempre de ver num jovem que tem talento e que quer mostrar serviço, para quem qualquer cenário tem de ser visto como o último da vida dele. Vi-o muitas vezes a desistir de disputar a bola depois de falhar uma finta, a desanimar e a ficar nitidamente desanimado quando as coisas não corriam bem. Kelvin decepcionou-me porque não o vi a aplicar o talento que tem da melhor forma, como tantos outros antes dele. Não digo que não tenha futuro, longe disso, mas a mentalidade competitiva terá de ser elevada para um nível suficientemente bom por forma a poder ser uma opção válida para jogar no plantel principal. É a diferença entre um Sérgio Conceição e um Alessandro, por exemplo. O primeiro lutava com tudo o que tinha e não tinha. O segundo esperava que a bola viesse parar perto dele. Qual dos dois fez carreira no FC Porto? Pois.

No entanto, Kelvin acabou por ser uma figura importante, talvez não ao nível de Atsu ou João Tomás mas ainda assim teve um papel principal na manutenção do Rio Ave na Liga. Fez 27 jogos, marcou 2 golos e recebeu 5 cartões amarelos.

Se o rapaz aceitasse, mantinha-o por cá, na B. Sei que é novo, que tem vontade de jogar a um nível mais alto, mas com a proibição da proibição dos empréstimos a permitir que vá para um clube como o Rio Ave ou o Olhanense, que está mais próximo e tem garantias de poder jogar mais, torna-se mais arriscado colocá-lo numa equipa estrangeira onde não há garantias que possa vir a jogar de uma forma consistente, para lá do “efeito-distância” que pode ser prejudicial ao desenvolvimento do seu talento. E Kelvin precisa de jogar, precisa de aprender, de evoluir, de se tornar mais jogador.

O puto tem qualidade, não há dúvida. Mas terá maturidade?


Outros posts de retrospectiva dos nossos emprestados em 2011/2012:

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Se isto pega cá…

in BBC Sport

 

Se a nossa Liga (ou a espanhola) seguissem estas regras…Kelvin seria obrigado a ficar no Porto e Ruben Micael no Atlético.

É uma medida que salvaguarda o cumprimento dos contratos e previne a compra em volume de alguns futuros valores que não têm hipótese de se afirmarem rapidamente nos plantéis. Mas será que protege os jogadores?

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