O prometido é devido. O rapaz fez um bom jogo e então tive de activar a minha fraquíssima veia poética para homenagear o nosso Mariano.
Aham. A pedido de diversas famílias, cá vai:
Com a camisola já de suor manchada
apareces sem parecer reparar
que te foge quase sempre da alçada
a bola que em vão tentas controlar.
Em atitude que é tão tua e desvairada,
tropeçando, cambaleando a lutar,
ouves adeptos que gritam sem demora:
“Jesualdo, põe o Mariano cá fora!”
Quantos dias não passaste em tristeza,
rodeado de família e bons amigos,
frustrado na lamúria da dureza
dos Portistas que tinhas por inimigos.
Mas um dia, ah benesse da Natureza
foste encarar de frente os perigos,
esqueceste a ignomínia do insulto
e tentaste ir atrás de um indulto!
Engrandeces a camisola que ostentas
de azul-e-branco lindo e imaculado,
ultrapassas toda a fúria das tormentas
com dois golos! Aleluia, mal-amado!
Foi a paga das vezes que te lamentas
e respondes com voz de homem enervado:
“Para mim uma besta é de trabalho!
E agora? Quem me manda pro caralho!?”