10 + 11 = 10

Há uma anedota que o meu pai costumava contar aqui há uns anos e que sempre me ficou no ouvido, em parte porque tem piada e por outro lado é aplicável na perfeição a muita gente que anda por este mundo. Vamos a ela:
Consta que aqui há uns anos um avião que sobrevoava a savana africana teve um acidente e despenhou-se. No avião ia uma orquestra sinfónica inteira e apenas sobreviveram três violoncelistas, que depois de sairem debaixo dos destroços verificaram que cada um dos seus instrumentos estava miraculosamente em perfeitas condições. Eis senão quando um deles avista um leão faminto que está a caminhar na sua direcção. O músico, alarmado, grita para os outros: “E agora? Que vamos fazer?”. Olhando para os violoncelos e pensando que iriam ser comidos pelo rei da selva, pensaram que não tinham nada a perder e começaram a tocar. O leão chegou a 5 metros deles e parou, sentou-se e ficou a ouvir a delicada música tocada pelos artistas. Entretanto chega outro leão igualmente faminto e os músicos, observando o segundo majestoso animal, trocaram olhares de conivência e continuaram a tocar. O segundo leão imitou o primeiro, chegando perto e sentando-se a apreciar o concerto improvisado. A dada altura aproxima-se um terceiro leão, que procede a comer os músicos, ignorando a música que enfeitiçara os seus colegas. O primeiro leão vira-se para o segundo e diz: “Pronto, tinha de chegar o surdo para dar cabo da festa.”

Devo avisar desde já que esta deambulação humorística não está relacionada com o Sporting. É, no entanto, uma metáfora quase perfeita para explicar o que sinto acerca de Mariano González neste momento.
Mariano tem sido o risco no capot, a cereja em cima da francesinha, o rosa-choque sobre o azul-petróleo. Neste jogo frente ao APOEL, o argentino sublinhou com riscos fortes a sua incapacidade de conseguir converter jogo de equipa em algo que poderia ser produtivo mas que mal a bola chegava aos seus pés rapidamente se transformava numa sobremesa deliciosa para o adversário. O facto de ter sido expulso não deveria ter afectado a equipa como aconteceu, já que uma equipa que joga com 10 jogadores e Mariano e vê este último ser enviado para os balneários sem passar na casa de partida nem receber 200€…continua com 10 jogadores e já devia estar habituada.
Nem tudo em Mariano é censurável. Como já disse em diversas ocasiões, é talvez o jogador mais lutador do plantel, deixa tudo em campo e recupera muitas bolas em apoio defensivo. É útil no contra-ataque e quando está confiante acaba por ser dos melhores em campo não tanto pela qualidade mas pela capacidade de luta e de empenho. Mas não chega. Mariano é por natureza um avançado, um extremo que joga do lado direito e pouco mais. Já aí é dúbio o aproveitamento que tem tido no nosso plantel, debilitado por lesões e inconstâncias de forma de outros jogadores, a somar ao endeusamento que Jesualdo parece ter pelo nosso número 11. Mariano está a chegar ao fim da linha no FC Porto, e continua a não mostrar o suficiente para se manter no plantel, ainda por cima não mostrando capacidade para jogar noutra posição que não naquela onde nasceu para a bola.
O mais extraordinário é que um rápido olhar para o CV do rapaz impressiona qualquer um! Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 2004, Vencedor da Serie A, Bicampeão de Portugal, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira. Este histórico ainda piora a sua situação, porque se este homem é mais medalhado que a grande maioria dos jogadores do resto do plantel e continua a produzir menos que o resto da malta…algo está mal!
Não deve ser fácil ser Mariano González nos tempos que correm. Pior ainda é ser portista e ver o pobre homem a tentar mostrar serviço raramente o conseguindo. É como ver um anão a tentar chegar a uma lata de bolachas que está na prateleira de cima, sem usar uma escada. Ele vê e quase que lá chega…mas acaba por derrubar a lata e ficar com migalhas de Oreo no cabelo.
Por isso, Mariano, já chega, rapaz. Foi bom enquanto durou e rimo-nos muito contigo (e de ti, admito) mas já chega. E se chegar a engolir estas palavras, como já aconteceu em diversas ocasiões, só terei de te dar os parabéns e pagar-te um jantar. Prova que estou errado, Mariano, desafio-te!!!
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Votação: Quem deve render Mariano?



Poucas são as figuras que conseguem chegar a um ponto de consenso tão generalizado como Mariano. Todo o mundo portista adora detestá-lo, e ao mesmo tempo que se elogia a capacidade de trabalho, louvando o empenho e a dedicação do argentino, a sua falta de talento é notável. Costumo comparar as forma como Mariano tenta dominar uma bola que receptiona a um bébé de berço a tentar empurrar um dos calhaus de Stonehenge na subida para a Torre. Ao mesmo tempo que balança pratos na ponta de alguns pauzinhos e faz remixes de singles dos Depeche Mode. A fazer o pino. De saltos altos.
Mas sejamos objectivos. Mariano é um jogador de plantel e tem sido titular apenas devido às lesões de Rodríguez e Varela. Agora que ambos estão quase prontos para serem utilizados (Rodríguez já jogou ontem frente à Argentina), chega a altura de optar pela saída de Mariano e pela entrada de…um jogador que possa fazer qualquer coisa útil em campo. A questão é: quem?
As respostas foram:
  • Rodríguez: 47%
  • Varela: 47%
  • Farías: 4%
O que me salta à vista nestes resultados é simples: Ernesto Farías é um visitante assíduo do Porta19! Só assim se explica o único voto em “El Tecla”. Quanto aos outros dois, ambos têm vantagens e desvantagens. Cebola é mais inteligente e faz melhores diagonais mas é mais lento e…gordo, ao passo que Varela é mais rápido e agressivo, mas com pior capacidade técnica.
A minha opção vai para Rodríguez. É mais jogador e muito útil para controlar a bola, para além de ser um perigo na área. Varela seria a melhor opção para o banco de suplentes, entrando para rasgar defesas cansadas de travar Hulk à pancada ou para liderar contra-ataques rápidos.
Próxima votação: Jogos à tarde ou jogos à noite no Dragão?
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Os porcos voam!!!


Ao contrário do que se possa inferir ao ler o título deste post, não vou falar da vitória do Benfica. Li há pouco que com a saída de Lucho, um dos novos capitães de equipa do FC Porto é nada mais nada menos que Mariano González. Sim, Mariano. O número 11 do plantel. A sequência de capitães fica então: Nuno >> Bruno Alves >> Raul Meireles >> … Mariano!!!

Quando estava a ler a notícia tive uma sensação estranha, um misto de temor com pânico, apimentado com uma leve gargalhada. Mariano González é um caso sui-generis, sem dúvida, uma história do sem-abrigo que se transformou num…bem, num pedinte com um carrinho de compras e meia dúzia de caixas de papelão para se refugiar do frio, mas que ainda assim mostra uma subida no seu nível de vida. Chegado ao FC Porto há dois anos, teve uma primeira época que não creio estar ao nível de qualquer um. Até um macaco amestrado conseguiria dominar melhor a bola e dar mais de dois passos sem a perder. Que diabo, o homem andou de gatas atrás do esférico mais que uma vez! No mesmo jogo!!! Acabado esse purgatório, o segundo ano mostrou um Mariano melhor, mas nada que se aproximasse de um jogador completo. Por qualquer influência divina ou lobby de pressão interna, vá se lá saber porquê, Mariano continua no plantel, acaba por substituir Lucho quando este se lesiona, termina a época a titular e arranca para a seguinte (a actual) na mesma situação, beneficiando da lesão de Rodríguez, a falta de ritmo e adaptação de Falcao e agora o castigo a Hulk.
Ora já que está visto que o seu talento futebolístico não pode pesar na escolha para capitão (nem é normal), é provável que tal se deva à influência dentro do balneário. Mas, perguntarão, não foi este que na primeira época andava sempre dentro e fora do gabinete do psicólogo? Certo. Não era o Mariano que sofria de problemas de confiança? Na mouche. Então como se explica esta decisão?!?!?!
Não sei, não estou lá dentro. Falando um bocadinho a sério, sou um dos críticos de Mariano desde que chegou e ao mesmo tempo que aplaudo o esforço e a dedicação que coloca em todas as jogadas de que faz parte, não é um jogador constante nem me parece extraordinariamente inspirador para poder ser eleito capitão de equipa, ainda que numa fileira recuada. Ao mesmo tempo que penso que se todos os jogadores do FC Porto tivessem a garra e determinação que Mariano mostra, seríamos campeões da Europa, não posso deixar de achar bizarro que este rapaz seja eleito sub-sub-sub-capitão.
Enfim, olhem para o ar e se virem um porco a voar…é normal, já vi coisas mais estranhas…
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Baías e Baronis – Época 2008/09 – Mariano González


MARIANO GONZÁLEZ

Ah, o nosso ódio de estimação convertido em ídolo manufacturado para as massas! Mais uma época atípica, só que desta vez pelos melhores motivos. Depois de um início fraco (mais um), acaba por crescer em moral e produtividade, depois de conseguir alguns jogos seguidos a marcar e a assistir para golo. É de facto estranho que com a sua inegável capacidade de luta e empenho durante os jogos não se traduzam em contributo para o encontro, já que a maior parte das vezes que tem a bola acaba por adiantar demais o esférico, ou chuta para as bancadas, ou lembra-se e passa a bola para um espaço vazio onde ninguém conseguiria chegar. Este rapaz devia ser um caso de estudo, sinceramente. Com todos os problemas de confiança que supostamente tem, se os conseguir ultrapassar até pode ser um jogador decente. Até lá será sempre um mal-amado por culpa própria. Já teve uma segunda oportunidade que poucos tem e tentou não a desperdiçar. Conseguiu. Um dos maiores críticos cá em casa (eu) apoia Mariano para a próxima época. E espero não me arrepender do que digo. Quanto mais não seja dá para um gajo se rir.
VEREDICTO: BAÍA
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Baías e Baronis – FCP vs Nacional

Primeira edição da rubrica que pretendo escrever depois de um jogo do FCP. Podia chamar-lhe “Positivo e Negativo” ou “Em Alta e em Baixa” ou até “O Melhor e o Pior”. Optei pela última, só que em vez da frugalidade das palavras tradicionais, preferi escolher um dos melhores jogadores que já passou por este clube…contra um dos piores. Porquê, perguntarão? Porque soa melhor. E porque o Baroni tem um espaço especial aqui no meu coração. Ah…as saudades…

Se não concordarem, são livres de comentar, obviamente!

BAÍAS
(+) Vontade de vencer, de criar o resultado necessário para ser campeão nessa noite
(+) Garra de Rodriguez e Mariano que terminaram o jogo de rastos, bem como Fucile e Meireles que saíram lesionados antes do jogo acabar
(+) Público entusiasmado e estádio repleto
(+) Cissokho evolui muito rápido para um jogador com tão pouca experiência, faz bem a linha, apoia o ataque e recupera bem para a defesa
BARONIS
(-) Muito nervosismo que apesar de expectável, não pode continuar a desnortear a equipa
(-) Fucile muito inseguro a lateral-direito, provavelmente ainda não a 100% fisicamente
(-) Muito espaço dado ao meio-campo do Nacional, jogando com 3 médios contra 4 do adversário (antes de alterar para o aparentemente 4-2-2-1-1)
(-) Tomás Costa continua a jogar com algum nervosismo, tem de parar mais para pensar no que vai fazer a seguir
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