Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Maccabi Tel Aviv

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Um jogo típico de confrontos entre equipas desiguais na Champions. Ataque, gestão, defesa, gestão, mais ataque, dois golos e uma exibição tranquila, relaxada e sem grandes complicações. Foi uma noite com poucos sobressaltos que tirando a verticalidade de Ben Haim II (ao nível dos campeonatos nacionais dos anos 90 com os Quims e Zé Pedros que também metiam os pobres cardinais romanos ao barulho) que causou algum stress, nada de muito importante que nos metesse medo. Mérito para Aboubakar e para Brahimi, os dois destaques da noite. Notas abaixo:

(+) Aboubakar. Continua a trabalhar como um bulldozer robótico, sem hesitações no momento de correr e de pressionar o adversário, recuando quando precisa para ajudar a equipa com ou sem bola. O golo é sortudo apesar da desmarcação ser excelente (fraquinhos os centrais do Maccabi, admita-se), mas o segundo golo é 80% seu, pela forma como arrasta os defesas para longe de Brahimi e lhe endossa a bola em corrida. Muito bem, mais uma vez.

(+) Brahimi. Curioso como apesar do golo que marcou até nem teve um dos jogos mais produtivos de sempre. Mais perigoso pelo meio do que pelas alas, foi ainda assim bastante dinâmico e tentou tudo para conseguir ultrapassar os jogadores que lhe caíam em frente com a finta curta e as rotações que já começam a ser habituais. Se conseguisse ordenar o cérebro para soltar a bola com melhor timing seria bem mais rentável mantê-lo em campo para lá dos setenta minutos de jogo.

(+) A efeméride para Ruben Neves. Marco a atribuição da braçadeira a Ruben Neves, apesar das condicionantes que levaram a esse acto, porque é histórico. O mais jovem capitão de equipa na Champions, um puto formado nas nossas escolas e com maturidade competitiva como poucos vi até hoje. Não quero adicionar aos elogios como já tenho vindo a fazer e prefiro ser cauteloso ao assumir que ainda possa ser cedo para ser capitão de equipa a tempo inteiro, mas que está bem lançado, lá disso não tenho dúvidas.

(-) Corona. Maxi, André e Ruben passaram metade do jogo a gritar com o mexicano para que se posicionasse nos locais certos para ajudar a defender. Não funcionou. Tentou oitocentas vezes passar pelo adversário de uma forma tão lenta que só por uma vez o conseguiu naquela finta curta parecida com a que lhe deu o segundo golo contra o Moreirense. Mas esteve muito distraído, pouco activo e displicente nos lances defensivos. Saiu tarde.

(-) Novamente em modo “andebol de onze”. Aborreces-me, FC Porto, quando começas a horizontalizar o que devias verticalizar. Em linguagem normal, passar tantas vezes a bola para o lado sem tentar furar torna-se enfadonho e apesar do adversário estar em permanência atrás da linha da bola (defender com onze contra o FC Porto é como jogar com quatro guarda-redes contra o Barça), urge criar mais jogo por zonas centrais e não depender quase em exclusivo do que os extremos possam fazer. Compreendo que tentem sempre puxar o adversário para que suba e abra espaços, mas o ritmo tem sido lento e a movimentação do meio-campo ofensivo esteve ao mesmo nível.


A meio da corrida, sete pontos não são maus de todo. Uma vitória em Israel e será quase impossível fugir do apuramento. Bom trabalho, malta.

PS: Uma pequena nota para justificar o atraso. Depois de sair do estádio cheguei ao carro e verifiquei que tinha sido assaltado. Não sei se foi o filho da puta do arrumador ou outro filho da puta que se lembrou de me partir o vidro e levar meia-dúzia de coisas da mala. Só sei que foi um filho da puta. Filho da puta. E lixou-me a cabeça ao ponto de me tirar a vontade de escrever. Enfim, coisas que acontecem. Filho da puta.

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Ouve lá ó Mister – Maccabi Tel Aviv

Señor Lopetegui,

Uma bela semana de estreias, Julen! Depois do Varzim ter debutado com alguma dose de sucesso aqui no estaminé, eis senão quando temos uma novidade de peso: o primeiro clube israelita a figurar nas doutas categorias que pautam o trajecto deste que te escreve aqui no blog. O Maccabi não é uma equipa desconhecida mas está para aparecer o primeiro gajo da minha habitual convivência que consiga dizer o onze provável destes moços logo à noite no Dragão. É que nem ao longo de vários anos de intensa aplicação e devoção à causa do Football Manager chegam para conseguir agregar informação acerca deles a não ser meia-dúzia de vídeos do youtube, resumos das primeiras duas jornadas da Champions deste ano e a tradicional tentativa de atirar com Cohens ou Haims ou Greenbergs porque a malta acha que tudo que é israelita tem nomes desses. Como se não houvesse um tuga chamado Ronaldo. Enfim, continuemos.

Jogos da Champions nunca são para menosprezar e já não é a primeira vez que vejo treinadores nossos a armarem-se em parvinhos e a rodar gajos enquanto pensam no próximo confronto. Não creio que seja o caso, até porque já fizeste rotações suficientes na Póvoa e deves ter uma ideia do que podes vir a fazer e aposto que essa ideia assenta na base do costume, com uma ou outra alteração por causa das lesões. Se o Marcano não estiver em condições, não o ponhas a jogar. E no fundo é isso. O resto deixo à tua consideração. Seja o Maxi ou o Layún, o Ruben ou o Danilo, o Tello ou o Corona, só espero um jogo decente e uma vitória. É exactamente o que precisamos, de continuar a ganhar para seguir em frente!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Varzim 0 vs 2 FC Porto

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Mais um jogo sem grande história e com poucas histórias para contar. Valeu pela boa exibição de Bueno e Evandro, pela noção que Helton ainda cá está com a mesma vontade e segurança, pela estreia de Lichnovsky e pela confirmação que Varela não consegue dominar ou cruzar uma bola em condições há algum tempo. Vamos a notas:

(+) Tello. Um golo e várias assistências de morte numa boa exibição, de longe a melhor da época até agora. Apareceu quase sempre bem na desmarcação e usou bem a velocidade para ultrapassar os defesas e para conseguir ser produtivo, algo que ainda não tinha conseguido este ano. A continuar, espero.

(+) Evandro. A formiguinha do costume, correu que se fartou e foi a partir dele que surgiram alguns dos desequilíbrios mais interessantes a partir do meio-campo. Nunca será um jogador essencial no nosso meio-campo mas prefiro várias centenas de vezes a dinâmica e o empenho que o brasileiro coloca em jogo à pamonhice que Herrera costuma trazer. Titular absoluto em jogos de menor cartaz, sem dúvida.

(+) Bueno. Finalmente conseguimos ver Alberto Bueno a jogar entre linhas como jogador mais avançado do trio de meio-campo e a impressão foi positiva. Bem nas tentativas de desmarcação e na movimentação naquela zona de ninguém por onde vagueou, é franzino mas não tem medo do choque e mostrou talento e capacidade técnica que o podem tornar bastante útil na nossa Liga. Se chega ou não para outros voos, só o tempo o dirá.

(-) Osvaldo. Ui, rapaz, que tu falhaste tantos golos feitos que nem consigo muito bem perceber como é que vais chegar a casa e não sacas da vergasta para te castigares. Um falhanço terrível depois de um bom passe de Tello, mais um chapéu mal calculado e uma bola enviada direitinha ao guarda-redes…por isso enquanto o Vincent estiver com a pica toda, vais mesmo ter de continuar de peidola alapada no banco.

(-) Desorganização do jogo ofensivo. Havia muito pouca interligação entre os jogadores, compreensível perante a quantidade de mudanças que Lopetegui fez no onze, mas este tipo de jogos traz quase sempre um FC Porto com poucas ideias em que cada jogador parece jogar sozinho e há mais braços esticados a pedir auxílio ou movimentação do que ideias a surgir na mente dos rapazes de azul-e-branco. Torna o jogo enfadonho e dependente em demasia nos lances de inspiração individual.


Uma já está, venha a próxima eliminatória, preferencialmente sem jogos grandes. Afinal de contas o Cissokho gostava de jogar mais uns minutinhos…

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Ouve lá ó Mister – Varzim

Señor Lopetegui,

Já não falávamos há que tempos, hombre! “Falar” não será o termo mais adequado a estes meus solilóquios que nem sempre vão parar aos teus ouvidos, facto que não me impede de prosseguir com eles. E hoje é um dia especial porque é a primeira vez que escrevo um texto neste espaço com referência ao Varzim. E é sempre interessante abordar uma partida que tem tanto para poder correr mal como para ser pouco memorável. Explico.

Um jogo de Taça contra uma equipa de um escalão inferior é sempre um pau de dois bicos. Un pao con dos biqueros, se o meu espanhol não me falha. Se ganhas, ninguém quer saber, apareces nas notícias depois da surpreendente derrota do Gil Vicente contra o Arraiais de Baixo e a maior parte do povo nem sabe que jogaste. Se perdes…upa upa, capas de jornais, títulos a bold em tudo que é site, torrentes de tweets a insultar-te e aos teus, assobiadelas garantidas no próximo jogo e um sabor a humilhação que mais parece que estiveste a fumar charutos de estrume durante umas horas. Por isso aprovo o facto de teres mantido uma convocatória moderadamente estável para não recomeçares mal depois das selecções, especialmente com o Benf…perdão, o Maccabi aí à porta.

Dá alguns minutos a moços que não os podem ter habitualmente. Tive pena que não chamasses o Sérgio mas sei que ainda lhe podes dar minutos na Taça da Liga. Mas podes enfiar lá o Tello e o Varela, até o Osvaldo e o Lichnovsky para ganharem mais rodagem. Não deites é tudo a perder com invenções em demasia. Mantém a estrutura base, muda uma ou outra peça e deixa-os descansar depois do jogo estar ganho. Vai estar vento e chuva e o jogo é mesmo à beira-mar, por isso vê lá se os rapazes não pensam em praia antes de rodarem no lodo. É para ganhar.

Sou quem sabes,
Jorge

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Dragão escondido – Nº36 (RESPOSTA)

Cá está ele:

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Artur Duarte de Oliveira foi uma das transferências que mais prazer me deu ao ver confirmada, a par de Lucho e João Moutinho, porque era um jogador que apreciava bem antes de passar a usar as nossas cores. Agressivo pelas alas e em frente à baliza, rápido no 1×1, foi um dos nossos carrascos-mor quando passeava pelos lados do Bessa e criou uma frente de ataque temível com Jardel e Edmilson em 1996/1997, ano em que chegou ao clube, bem como no ano seguinte, perdendo importância na última temporada com Fernando Santos ao comando da equipa.

Na foto podemos ver Artur num jogo disputado nas Antas no dia 15 de Fevereiro de 1998, numa vitória por 3-1 frente ao Leça com Artur a marcar o primeiro golo da partida e assistiu o segundo. O resumo fica em baixo:

Entre as muitas tentativas falhadas, algumas vindas de qualquer realidade alternativa onde o FC Porto nunca existiu:

  • Bino – O nosso treinador dos sub-17 tinha saído no ano anterior para o Marítimo.
  • Capucho – Titular nesta partida mas claramente desadequado na foto pela dinâmica do movimento!
  • Carlos Manuel – Só passou uma temporada no plantel, aquela que se seguiu a esta.
  • Domingos – Estava por terras de Espanha ao serviço do Tenerife.
  • Drulovic – Entrou aos 78 minutos para o lugar de Capucho.
  • Edmilson – Tinha saído no Verão a caminho do PSG.
  • Fernando Mendes – Também titular nesta partida, por se tratar de um esquerdino seria a segunda melhor escolha.
  • Folha – Ficou a ver o jogo no banco.
  • João Manuel Pinto – Com Aloísio e Jorge Costa em forma, não foi sequer convocado.
  • Jorge Couto – Há dois anos que jogava no clube de onde saiu Artur, do outro lado da cidade. De xadrez. Esses.
  • Kostadinov – Regressado ao seu clube de origem, defendia as cores do CSKA Sofia.
  • Mielcarski – Também estava no plantel mas não foi convocado para este jogo.
  • Paulinho Santos – Elemento mais que presente no plantel, não foi convocado para este jogo.
  • Pavlin – Só chegou ao plantel uns anos mais tarde.
  • Sérgio Conceição – O actual treinador do Vitória de Guimarães entrou aos 71 minutos para o lugar de Aloísio.
  • Zahovic – Fazia parte do plantel e esteve neste jogo, apontando o segundo golo do FC Porto a passe de…Artur.

O vencedor foi Nuno Moreira que deu a resposta certa via Twitter aos 28 minutos de “jogo”. Raios te partam, homem, se não andas a hackar a minha conta para descobrir as fotos!

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