Dragão escondido – Nº23 (RESPOSTA)

A resposta está abaixo:

Clayton Ferreira Cruz foi um elemento activo no plantel do FC Porto desde que chegou do Santa Clara a meio da temporada 1999/2000 e apesar de fazer três épocas e meia ao serviço do clube, nunca foi considerado um indiscutível no onze, muito menos um jogador amado pelos adeptos. Tinha boa técnica individual e um pé esquerdo acima da média, mas o estilo lento e alguma atrapalhação com a bola que levava a níveis de ineficácia “Marianos” fez com que fosse constantemente alvo de assobiadelas por parte do público das Antas. Ainda assim, conseguiu ser campeão e vencedor da Taça UEFA em 2002/2003 e fez ao todo 117 jogos e 25 golos pelo FC Porto, um dos quais de calcanhar na Turquia frente ao Denizlispor. Ficou-me na memória, que querem?

A maior parte do pessoal que tentou adivinhar esteve na mouche em termos de plantel…mas não no nome. Entre os nomes “ao lado”:

  • Alentichev– Um elemento vital no plantel 2002/2003, de onde foi tirada a foto, e pela posição que faltava e a altura do rapaz, era uma excelente hipótese…mas não era o russo, que jogou mais vezes descaído para a ala em 2003/2004, também com José Mourinho ao comando;
  • Capucho– Ah, as meias! As meias, amigos, eram o ponto fácil para perceber que não era o nosso actual treinador dos sub-19, porque Capucho usava-as sempre em baixo, mesmo antes do jogo começar…;
  • César Peixoto– Mais um elemento do plantel e olhando para a equipa, uma boa hipótese para a sua posição, mas a altura do rapaz dava para perceber que não era ele;
  • Marco Ferreira– Chegado a meio da temporada vindo do Setúbal, participou ainda em 17 jogos pelo FC Porto em 2002/2003, mas não neste;

Estupenda participação, com comentários sobre as meias, os patrocinadores das camisolas e o jogo a que a foto se refere…que devo admitir, não faço ideia qual será. O primeiro a adivinhar foi o Lois (ou “a”, se levarmos em conta a bifização do nome), que atirou com uma bela duma resposta completíssima. Parabéns, gajo(a)!

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Dragão escondido – Nº23

Mais uma equipa notável, de um ano notável, com um palmarés…esperem…notável! E quem é o notável jogador que está a ser ocultado pelo capacete do Boba Fett?

Força na caixa de comentários! E não vale andar a procurar a imagem na internet, todos o podem fazer e tira a pica à brincadeira toda…torna-se fácil demais, não acham? Batota não entra!

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Penafiel

Abençoada box com DVR que tenho ali ao lado da televisão e que juntamente com a app que tenho no telemóvel me permitiu gravar o jogo todo mais alguns programas subsequentes, porque por causa da paragem do jogo estava a ver que não conseguia ver a partida completa. Foi o jogo possível com as condições ridículas do terreno, que no fundo se resume a isto: quatro-zero, alguma eficácia, uma assistência de letra, um golo de cabeça do Quaresma e placards publicitários a voar no meio do campo. Exacto, foi isso. Notas, já já aqui abaixo:

(+) Quaresma. Marcar um golo (de cabeça, senhores, e com intenção!) no primeiro jogo depois de voltar é simpático mas acima de tudo é a forma como Quaresma encara os defesas de uma forma que poucos fazem no nosso passado recente que me faz sorrir um bocadinho. Sim, já não é o mesmo de antigamente, mas o toque de bola está lá e se conseguir meter algum respeito aos adversários que ficam a pensar o que vai sair daqueles pés…já não é mau de todo. Reservo a resposta às minhas dúvidas sobre o regresso do rapaz ao clube para o próximo Domingo.

(+) Fabiano. Pode parecer estranho dar uma boa nota a Fabiano num resultado de 4-0 a nosso favor, mas o rapaz esteve muito bem em quase todas as situações (largou uma bola depois de um livre mas tem a desculpa da bola molhada e da chuvada absurda que caía naquele momento), especialmente nas saídas rápidas a cobrir o posicionamento mais subido dos defesas. E é exactamente isso que se pede a um guarda-redes de uma equipa grande, que esteja sempre atento, rápido a sair dos postes e que não invente quando vai cortar a bola. Fabiano fez tudo isso e começa a dar-me segurança vê-lo na baliza. Helton, amigo, podes ter aí finalmente o teu sucessor.

(+) Ghilas. Trabalha imenso, este estupor, apesar de parecer gostar mais de jogar de costas para a baliza do que de frente, o que pode ser extremamente útil se jogarmos com dois avançados (Ghilas amortece para Jackson, remate, golo!) na área. Corre muito, usa bem o corpo e tem técnica suficiente para jogar mais do que cinco minutos de cada vez…mas se insistir em rematar pouco, ao contrário do que fez na pré-época, acaba por perder para o colombiano que é mais rematador e bem mais eficaz. Ainda assim, gostei de o ver e a “rabona” para o golo de Jackson é…indicador e médio juntos com o polegar a tocar nos lábios, fazer som de beijo…voilá.

(+) Jackson. Dois remates, dois golos. Um com o pé, outro de cabeça. Perfeito.

(-) Adaptar quando há outras soluções. Não gosto de ver Ricardo a lateral-direito. Não tem posicionamento defensivo adequado, tem pouco corpo para o choque directo e entende-se mal com o central que joga a seu lado, o que é compreensível mas perigoso. Apesar das várias mudanças que Paulo Fonseca fez na equipa, especialmente do meio-campo para a frente, questiono-me se não teria valido a pena deixar Ricardo no banco e Varela de fora, para Victor Garcia entrar para o lugar de Danilo. Acontece-me o mesmo quando vejo Mangala a jogar a lateral-esquerdo, por outros motivos, porque o francês sabe defender mas ataca como um urso pardo a correr atrás do último coelho da floresta, mas do lado direito temos um lateral promissor na equipa B que pode e deve ser aproveitado. A questão é: quando?

(-) As chuvadas. Assim não dá, amigos. Aposto que o animal que controla a meteorologia lá de cima olhou para baixo e pensou: “Ah, meus caros, vou-vos punir pelo jogo parvo do passado Domingo! Sorvam as minhas lágrimas, muahahahahha!”. Acho que deve ter sido qualquer coisa como isso.


Meh. Um resultado destes e a sensação de que…who really cares? Sim, é mais uma competição, mas não é nem de perto suficiente para a malta se entusiasmar por aí fora. Ainda assim, foi um jogo minimamente decente com o temporal que caiu no Dragão e a ultrapassagem ao Sporting também acaba por ser interessante para manter o FC Porto no topo do grupo. O jogo contra o Marítimo decide tudo e apesar de não dependermos só de nós, temos boas hipóteses de vencer esse jogo e esperar que o Sporting derrape em Penafiel. Mas…meh.

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Ouve lá ó Mister – Penafiel

Mister Paulo,

O jogo do passado domingo deixou-nos a todos de rastos. Portistas de todo o mundo viram o pouco que conseguimos fazer e começam a pensar que não há escapatória para esta falta de qualidade que no nosso futebol atravessa, e quando isso acontece, quem se costuma lixar é o treinador. E olha que Janeiro é um mês propício para despedimentos ali para o lado das Antas, por isso há mais em jogo nestas próximas semanas que apenas um ou outro resultado mais ou menos interessante para competições tão sombrias como esta que hoje vais alinhar.

E parece que já passámos por isto aqui há umas semanas, depois do jogo em Madrid contra o Atlético, ou no Estoril, ou até em Alvalade. E depois aparecem jogos como o Zenit, o Braga e o Sporting no Dragão, onde até jogamos em condições e vencemos o jogo…e a malta vai alegre para casa, relativamente satisfeita com a exibição e a pensar: “é desta, carago, é desta que começamos a jogar a sério!”, mas o próximo jogo traz sempre uma enxurrada de parvoíces e uma incrível falta de fibra dos teus rapazes e, lamento dizê-lo, também de ti.

Não vou poder ir ao Dragão hoje à tarde (pelas hemorróidas de Satã, um jogo às 18h30 de uma quarta-feira é suficiente para me enfiarem um punho no rabo, amigos!) mas o jogo é fácil. Tem de ser fácil, raios, é o Penafiel! Já reparei que convocaste a grande maioria dos suspeitos do costume em vez de espetares com uma espécie de roleta (por falar em roleta, apeteceu-me pôr isto aqui: http://www.roletaonline.pt. pronto.) com a equipa B. Descansaste o Lucho e o Licá, o Danilo vai cumprir o jogo de castigo e o Otamendi vai fazer sei lá que raio é que ele faz nos dias de folga, só sei que não lhe tem ajudado a concentração. Seja como for, e considerando que o FC Porto B vai jogar com este mesmo Penafiel no próximo Domingo, vai ser uma boa maneira para vermos se os As são melhores que os Bs. Até agora, para te ser sincero, não tenho notado muitas diferenças.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Benfica 2 vs 0 FC Porto

foto retirada de MaisFutebol

Estou há quarenta minutos com esta página aberta num tab separada das outras enquanto vou pesquisando livros usados sobre a guerra civil americana na Amazon. Estou por isso oficialmente deprimido. Foi uma tarde dura, com um jogo do FC Porto que esteve abaixo do que esperava e que mostrou pela enésima vez este ano que não conseguimos ter um andamento que sirva para mais que vitórias mais ou menos sofridas contra equipas de meio da tabela em Portugal e alguns confrontos europeus contra rapazinhos nórdicos ou moldavos. O Benfica não fez um jogo extraordinário, longe disso. O FC Porto é que não jogou nada. Nadinha. Vamos a notas:

(+) Fernando. Pode ser questionável dar a melhor nota do FC Porto a Fernando, ele que esteve tantas vezes fora da posição, chegando inclusive a ser um dos que pressionou Oblak quando mais ninguém lá saía. E foi esse o problema, porque Fernando quis ser três jogadores ao mesmo tempo: um trinco, um médio box-to-box e um organizador de jogo. E só leva a melhor nota porque tentou por tudo fazer com que o meio-campo do FC Porto não se desfizesse como uma folha de papel vegetal na Foz durante a semana que passou. Tentou e falhou, mas tentou com aquele fogo nas ventas e a atitude de fúria que tanta falta faz nesta equipa (quase que sorria quando se dirigiu a Soares Dias, como de costume, para reclamar de costas e braços bem erguidos)…mas teve poucos que o acompanhassem.

(+) Varela. Foi dos poucos que pareceu que queria tentar qualquer tipo de entendimento com o lateral e correu imenso durante o jogo, apesar de ter estado sempre com pouco apoio da parte dos colegas. Depois da expulsão de Danilo foi vê-lo a tentar fazer o flanco na maneira habitual, tosca e trapalhona, mas com uma pitada extra de esforço que merecia ter tido outra ajuda do resto da equipa.

(+) O respeito a Eusébio. Acho que posso falar por todos os portistas quando digo que só nos lembrámos do Eusébio durante o jogo porque o vimos sem cessar nas costas das camisolas do Benfica. Aliás, vimos demasiadas vezes as costas dos jogadores deles, tantas foram as oportunidades em que nos ultrapassaram em velocidade…mas adiante. O minuto de silêncio foi isso mesmo. Um minuto. De silêncio. Como devia sempre ser (e que cumpro sem falar quando o vivo num estádio), antes da imbecilidade das palmas tirar a solenidade toda de tantos momentos similares. Gostei.

(-) Mas nós temos meio-campo? E defesa? Ataque, talvez? Foda-se, temos uma equipa?! É uma constante de 2013/2014: o FC Porto parece entrar em campo em inferioridade numérica. Muitas vezes dou por mim a olhar para o relvado e a tentar perceber quem é que falta ali no meio e que está a tornar a equipa numa amálgama de jogadores que andam a correr (nos dias bons) de um lado para o outro sem saber onde serão as posições certas para os jogadores certos. É uma espécie de grande jogo de Mastermind, onde o jogador certo está na posição errada (Fernando com alguém ao lado, Josué na ala, Lucho a segundo avançado…), o jogador errado está na posição certa (Defour quando era preciso Lucho, Otamendi em vez de Maicon…) ou ambos (Licá. Só isso). Há uma extraordinária falta de entrosamento, sequências imensas com passes falhados que nos juvenis daria direito a volta ao campo e vinte flexões só com um braço, desmarcações com força a mais ou a menos mas nunca a força certa e remates ao lado, ao poste ou direitinhos ao guarda-redes. Hoje o FC Porto não jogou futebol. Foi uma equipinha banal que não conseguiu e tampouco tentou mudar a sorte de um jogo que tantos querem jogar e que tão poucos têm a sorte de o conseguir. Fomos fracos, de pernas e de espírito, e esta derrota custa ainda mais porque não a tentamos evitar.

(-) Otamendi. Há vários jogos que não andava bem e tinha sido encostado por Fonseca. Na altura, Maicon calçou as botas e fez um ou dois bons jogos, fazendo que todos pensássemos que os dois Ms seriam a solução defensiva que iria formar o eixo da zona recuada nos próximos tempos. Hélas. O argentino voltou à equipa e voltou às borradas. Às vezes dá a ideia que está totalmente desconcentrado em jogo, tais são as constantes falhas de discernimento posicional que mostra, ocupando vezes demais o espaço de Mangala e falhando nas subidas parvas a tentar pressionar o segundo avançado, deixando um buraco enorme que foi (bem) aproveitado por Markovic e Rodrigo. Somem-se a quantidade ridícula de passes curtos falhados e temos um caldinho de proporções épicas a tramar-lhe a boa imagem que recuperado no ano passado. Já foi o melhor defesa do FC Porto. Neste momento, nem no banco o quero.

(-) Lucho. Completamente engolido pelos três Eusébios que estiveram no meio-campo do Benfica (não resisti à piada, sorry), conseguiu perder a bola várias vezes pelo simples facto de não ter actualmente uma velocidade mínima de execução para poder ser titular. A braçadeira está a agarrá-lo ao lugar mas pela forma como a equipa se tem vindo a exibir, questiono a utilidade do actual capitão. Ou são todos otários e não sabem fazer o que ele manda…ou ninguém lhe liga. E a segunda é muito mais grave.


Perder três pontos é mau, mas podia ter sido pior. Da forma como a equipa estava a jogar, ainda por cima com apenas dez jogadores em campo, só um Benfica incapaz e desinteressado falhou o que poderia ser uma goleada para lhes saciar a sede. Perder três pontos é mau mas a nível da resolução do campeonato…são “apenas” três. Custou-me mais empatar em Belém e no Estoril, porque jogámos sensivelmente o mesmo que hoje mas o adversário tinha uma valia várias ordens de magnitude abaixo da nossa. Perder três pontos é mau. Perder um único ponto com o Benfica é só depressivo.

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