Ouve lá ó Mister – Shakhtar Donetsk

Amigo Vítor,

Estamos todos impressionados. A segunda parte contra o Setúbal parecia tirada do “Manual de Bem Atacar com Bola” e estava entusiasmado a ver o jogo. Gostaste do “James e os Três Anões”? Acho que me saiu bem, pá, vou usar essa outra vez no futuro se me deres hipótese para tal.

Mas este jogo não vai ser igual ao de sexta-feira, pelo contrário. Vamos esquecer por agora os Necas, Hugos Leais, Brunos Amaros e Pitbúis e focar no Jádson, Willian, Fernandinho e Srna. E mais alguns que jogam com muita cabeça mas que aguentam noventa minutos ali a correr muito e pelos sítios certos. São gajos experientes e tens de lhes acertar como o bom jogador de sueca que nunca deixa entender que mão está a segurar (sim, sueca, nem todos se venderam ao poker) para poder depois agredi-los com um valete de espadas onde mais dói. Exactamente, no bolso. E sei que gostaste de ver Defour-Moutinho-Belluschi no meio campo mas se calhar pode não ser boa ideia começar por aí. Se fosse a ti punha o Fernando para arrancar as hostilidades e depois…vês no que dá. É que estes jogos são tramados, qualquer falha na defesa e vem por aí fora uma horda de brasileiros para o contra-ataque e está o caldo entornado. Somos bons, mas eles também são.

E acima de tudo, Vítor, é jogo de Champions’. O teu desfloramento nestas coisas de jogos europeus e aposto que como todos nós na bancada vais sentir aquele arrepio quando começares a ouvir a música a ecoar no Dragão. É lindo ver o estádio cheio de estrelas porque a Liga Europa é muito gira mas não é a mesma coisa e a malta sabe que é aqui que quer estar todos os anos. Lembra-te do ano passado, com equipas como o Besiktas, o Rapid Viena e o CSKA de Sófia. Este ano apanhamos três campeões, que só nós e o…Barcelona se podem gabar de ter no grupo como cabeças-de-série. É bonito estar aqui, homem, é muito bonito. Mas ainda mais gostoso é começar esta primeira série de seis jogos com uma vitória. Conto contigo.

Sou quem sabes,
Jorge

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Porta19 entrevista Oleg (http://light-fans.ru)

Retomando as entrevistas aos nossos adversários e aproveitando o arranque da Champions’, “falei” com Oleg do site Light-Fans, a representação online de uma das principais claques de apoio ao Shakhtar Donetsk e presença permanente nos jogos em casa e fora do clube. Funciona muito como uma família, um grupo unido que se junta para gritar pelo clube.

 

Porta19: O FC Porto fez o último jogo oficial contra o Shakhtar na Taça das Taças em 1983 (ganhou 4-3 no conjunto das duas mãos depois de empatar em Donetsk e vencer no Porto por 3-2) e não enfrenta uma equipa ucraniana desde o Dínamo Kiev em 2008. Como é que o futebol evoluiu na Ucrânia nos últimos anos?

Oleg (Light Fans): Para responder a esta pergunta temos de voltar atrás na História. Desde os primeiros tempos da história do futebol na Ucrânia só houve uma equipa – o Dínamo (Kiev). O resto das equipas não conseguiam rivalizar e criar uma oposição competitiva. Desde 1996, quando Akhmetov foi eleito presidente, teve início uma nova fase da história do Shakhtar. O Dínamo era uma equipa poderosa naquela altura, mas o Shakhtar fez tudo o que pôde para se tornar num rival ao nível deles, ao passo que o resto das equipas mantiveram o seu nível que não pode ser considerado acima de mediano. Anos mais tarde, o Shakhtar tornou-se mais forte e venceu vários campeonatos. Nas últimas três temporadas estamos a passar por uma grande transformação, particularmente no nível do campeonato nacional. As pessoas que gostam de futebol (entre outros motivos :) ) começaram a investir enormes quantidades de dinheiro nos seus clubes e como consequência o nível do campeonato atingiu novos patamares. Hoje em dia quase todas as equipas conseguem competir pela liderança e clubes como o FC Metallist ou o FC Dnipro têm possibilidades de interferir na corrida para o campeonato ou pelo menos para o segundo lugar. A somar a isso, nos últimos anos graças ao Shakhtar começámos a ser conhecidos na Europa (pelo menos esperamos que sim) e jogadores de bom nível já não têm problemas em vir jogar para a Ucrânia. O crescimento do nosso campeonato levou também a uma evolução muito positiva do nível de jogo das equipas (do nosso ponto de vista). As equipas do leste da Europa eram vistas como “parentes pobres” pelo resto do continente mas o Shakhtar conseguiu chegar aos quartos-de-final da Champions’ League e não estamos à espera que nos subestimem desta vez.

 

Porta19: O Shakhtar conquistou a Premier League da Ucrânia no ano passado. Quais são as expectativas para esta época?

Oleg (Light Fans): No fundo, as mesmas. O Shakhtar actualmente domina o futebol ucraniano apesar dos esforços do resto dos clubes. O único problema está na motivação, porque se perdermos é exclusivamente por culpa própria. Infelizmente podemos trazer muitos problemas a nós mesmos.

 

Porta19: O que é que o FC Porto pode esperar quando visitar a Donbass Arena? Como vai ser o ambiente dentro e fora do estádio?

Oleg (Light Fans): O nosso novo estádio está situado na parte central da cidade e a atmosfera do estádio é acolhedora e amigável. Muitas crianças assistem a todos os jogos do Shakhtar com as suas famílias. Há também uma certa diferença entre os jogos do nosso campeonato nacional e os da Champions’ League. É hábito para os jogos do campeonato haver uma “sector escolar” onde os nossos adeptos mais jovens podem apoiar a equipa. Nos jogos europeus a presença da juventude não é tão óbvia. Vendemos cerca de 35 mil lugares anuais e o clube tomou a decisão de deixar de os vender, com o intuito de possibilitar que todos os fãs possam comprar bilhete para os jogos. Há uma divisão entre três categorias de adeptos dentro do estádio:


Porta19: Quem são as principais armas do Shakhtar para abater o FC Porto? Jádson? Willian? Srna? Eduardo?

Oleg (Light Fans): Nem sei o que te dizer. Vou ser claro: todos os jogadores do meio-campo são perigosos. Qualquer jogador da nossa equipa pode trazer problemas mas a principal ameaça está no centro do terreno.

Porta19: Conheces os jogadores do FC Porto? Quem é que admiras e quem é que te assusta?

Oleg (Light Fans): Hulk – sem dúvida. Muito perigoso.

 

Porta19: Porque tens um site de apoio ao Shakhtar? Por amor ao clube, pelo gosto da intervenção na web ou simplesmente como uma forma de organizar o clube de fãs?

Oleg (Light Fans): Posso contabilizar todas as razões que avançaste mas devo dizer que em primeiro lugar está o amor pelo clube e só depois virá a discussão e comunicação entre os adeptos. De website para website os objectivos podem ser diferentes mas não muito. Há muitos fãs do Shakhtar em Donetsk e pela Ucrânia fora, por isso criamos o grupo “Light Fans” para integrar todas essas pessoas. Queremos que a nossa equipa mostre um elevado patamar futebolístico e os nossos fãs façam o mesmo a nível do apoio que dão à equipa. O nosso objectivo é conseguir ter um estádio inteiro a cantar pelo nosso amado Shakhtar. Queremos envolver tantas pessoas quanto fôr possível como adeptos activos para que o público da Donbass-Arena se envolva no ambiente do jogo como nos melhores estádios da Europa.

 

 

Resumindo, esperamos jogos muito difíceis mas a maior parte das pessoas aqui estão à espera que as nossas equipas se qualifiquem para a próxima fase. A questão é: “Que lugar é que cada uma vai ocupar?”. E é certo que esperamos que ambas as equipas mostrem um excelente futebol (apesar do facto do Shakhtar deverá jogar um pouco melhor) e ficamos à espera da vingança. Mas vamos ver, como sabes o futebol é um jogo em que nunca se sabe o que vai acontecer. Sobre o Zenit, a opinião é simples: uma equipa muito boa que com um bocado de sorte pode rivalizar com qualquer uma das nossas equipas.

 

 

 


 

 

É sempre curioso o contacto com outros adeptos por esse mundo fora e este não foi excepção. Obrigado ao Oleg e ao resto dos adeptos do Donetsk!

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O número de James

O dezanove é um número que guarda uma mística interessante para mim, como já devem ter percebido. Foi o acaso que me colocou no caminho dele, quando a mudança das Antas para o Dragão me atribuiu o lugar que pude ir confirmar naquela curiosa sala por baixo da bancada central do antigo estádio, onde se processou o câmbio. A camisola com o mesmo número aqui do meu cantinho acaba por ser curiosamente uma das que mais em foco tem estado por estes dias, muito por culpa do rapaz que a veste e que tem brilhado a bom nível: James Rodriguez.

Vamos então rapidamente percorrer o passado e ver quem são os anteriores donos da mesma camisola:

  • João Manuel Pinto (1995/1996 até 1999/2000)
  • Juan Antonio Pizzi (2000/2001)
  • Rafael (2001/2002)
  • Carlos Alberto (2003/2004 até 2004/2005)
  • Tomislav Sokota (2005/2006 até 2006/2007)
  • Ernesto Farías (2007/2008 até 2009/2010)

James, que já usa o número desde o ano passado, tem como rivais numéricos um central que jogou mais vezes a ponta-de-lança que alguma vez teria imaginado (sir Bobby, may God rest your mad soul!) e que se vendeu para o vermelhão; um hispano-argentino que esteve cá meio-ano numa época infeliz para as nossas cores (Boavista campeão) e marcou três golos sem nunca ter sido titular; um ex-jogador de futebol de praia que depois de 17 golos no Paços de Ferreira passou para…zero no FC Porto; um brasileiro genial no campo e a arranjar problemas fora dele, mas que pode dizer aos netos que marcou um golo na final da Champions; um croata que veio do Benfica e que qual gajo com prisão de ventre…tentava…tentava…mas não saía nada de jeito; e finalmente “El tecla”, o argentino perito em marcar golos a equipas já derrotadas mentalmente.

Alguns jeitosos, outros nem tanto. James pode ser o melhor 19 que o FC Porto já viu. Só depende dele.

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 0 Vitória Setúbal

Passavam para aí quinze minutos e dei comigo a chatear-me com o miúdo ao meu lado. “Este treinador já me está a meter nojo, só inventa,!”. Levantei a voz numa atitude paternalista que é tão rara quanto estranha e reclamei com ele para ter calma, que isto não pode ser assim, já estar chateado quando a equipa ainda nem tinha assentado o jogo. Mas cá dentro, só pensava: “Porra, que o homem arriscou muito, espero que se dê bem com a aposta!”. A verdade é que correu muito bem, em particular a segunda parte, onde o esquema de “James e os Três Anões” funcionou como um relógio suíço em frente a uma equipa que tem muita experiência no meio-campo mas que raramente assustou. Diria que o povo ficou mais preocupado por poder sofrer um golo com uma perda de bola do Maicon do que propriamente com um ataque objectivo do Setúbal. Mas a vitória fica-nos bem e Vitor Pereira ganhou a aposta aos pontos. Vamos a notas:

 

(+) Vitor Pereira Louvo a audácia de Vitor Pereira, apesar de ter estado renitente durante uma boa parte do jogo. Retirar Varela da convocatória para descansar (corpo e mente), apostar numa equipa sem Hulk e Moutinho de início, incluir Cebola e Defour que por motivos diferentes seria pouco previsível serem titulares e trocar Fernando por Souza…tudo num jogo. É um risco, decerto calculado mas sem dúvida um enorme risco. E começou por não correr muito bem, porque o meio-campo estava preso e não fosse James a iludir os defesas adversários e o fio de jogo teria sido fraco. As três bolas ao poste, por muito espectaculares que tenham sido, não escondem que houve poucas mais situações de perigo durante 45 minutos. Ao intervalo, a aposta subiu de tom. Double the blinds, all-in, go for broke. Tira o trinco e espeta um meio-campo que à míngua de bolas aéreas do adversário se podia dar ao luxo de ter uma média de 1,71m de altura, qual Xavi, Iniesta e um filho dos dois. Foi brilhante a segunda parte, com combinações excelentes e bom futebol. Mérito para Vitor Pereira, especialmente na escolha de Defour e explico porquê. Já há alguns anos que vejo o FC Porto em casa e é raro o dia em que um estreante na nossa casa recolhe tantos aplausos e unanimidade positiva como o belga hoje recebeu. Moutinho foi exemplo disso no ano passado, mas poucos mais houve do género. Vitor Pereira hoje não só ganhou o respeito de muitos portistas como também ganhou mais um jogador, para ele e para os adeptos.

(+) James Esses pés, miúdo! Confirmou que o jogo de Leiria não foi só uma noite de sorte e provou mais uma vez que é ali no meio, na posição que subtrai nove ao número que tem na camisola, que joga melhor. O campo foi dele e já se nota que os adversários ficam na expectativa para perceber o que é que vai sair dos pés dele, porque a tabelinha alterna com o passe picado e a transição de flanco cruza-se com o remate pronto com a facilidade que está ao alcance dos predestinados. Continua, puto, continua!

(+) Defour Só depois do jogo começar percebi que Moutinho não estava em campo, mas tive de olhar para o número na camisola. Defour tem de agradecer a Vitor Pereira a aposta, mas acima de tudo é dele o mérito de conquistar os adeptos ao primeiro jogo. Joga simples, raramente falha um passe e integrou-se muito bem no ataque, cmo bons cruzamentos e excelente visão de jogo. Na segunda parte esteve ainda melhor e conseguiu jogar na posição de trinco (que já tinha feito várias vezes no Standard) na perfeição. Foi rijo no contacto, duro na disputa de bola, agressivo na recuperação e milimétrico no corte pela relva. Fiquei fã.

(+) Belluschi Fez um jogo melhor que tinha feito contra o Leiria por vários motivos: aguentou o jogo físico no meio-campo, falhou menos passes e foi mais consistente em todos os noventa minutos que esteve em campo. Já tem algum capital de confiança com os adeptos e o pessoal já lhe perdoa algumas parvoíces porque vê que está ali um jogador de grande nível. Está a tirar o lugar a Guarín neste início de época, o mesmo que perdeu para o colombiano em Outubro de 2010. Com todo o mérito.

(+) Moutinho Num jogo em que só participou em metade acabou por fazer a melhor exibição da época. Entrou com força para um meio-campo diferente, rápido, de toque inteligente e perspicaz, prosseguindo o trabalho de Defour mas subindo o nível do passe vertical e da leitura de jogo. Moutinho é mais audaz que o belga e nota-se, porque conseguiu marcar e transformar um meio-campo que parecia mortiço numa festa de tabelinhas e passes a cruzar a relva. Muito bem, João, estás de volta.

 

(-) Maicon Se não viram o jogo, eu descrevo a cena: perto do final da primeira parte, depois de três bolas ao ferro, o nosso jovem central decide que se sente possuído pelo espírito de Ronald Koeman e vendo a baliza a uns meros QUARENTA metros, escolhe a opção mais lógica na sua cabeça: o remate. O estádio ficou a olhar para os postes de cada lado de Diego, guarda-redes do Setúbal, e tenta procurar onde estarão os gajos que levantam as bandeiras em jogos de rugby. Não havia. Era mais provável ver o Mira Amaral ali a ver o jogo vestido de cheer-leader a montar um rinoceronte amarelo do que o remate de Maicon ir à baliza. Mais que esse lance absurdo, confirmo o que diz o Vila Pouca no Dragão até à Morte quando fala da noção que está incutida já no público sempre que a bola vai ter com ele, porque parece que se sente o suster da respiração colectiva. Não vai ser fácil safares-te desse selo, rapaz.

(-) Trocas de bola nos primeiros dez metros de terreno Já vejo o Helton ali de luvas calçadas desde 2005. Há seis anos que o homem é nosso guarda-redes e por isso já me habituei à imagem do gajo a querer fintar avançados. É uma tara, entendo, mas desagrada-me. Acima de tudo pelas razões óbvias: basta uma falha ou o esticar do remo de baixo do adversário e pumba, bola na rede. Mas se somarmos a isso a inépcia técnica e lentidão dos nossos centrais, alvos principais das peladinhas radicais do nosso keeper, temos uma situação exageradamente perigosa e que me enerva. Parem lá de brincar, por favor.

 

Há jogos em que há pouco a dizer e é preciso ir ao fundo da mente para criar metáforas parvas e rebuscadas para caracterizar a partida. Este não foi um desses jogos. Já lá vamos com quatro jogos e doze pontos, algumas pernas descansadas e a noção de dever cumprido. Temos mais opções, jogadores que vão ganhando minutos em alturas da temporada que provavelmente não pensavam que iriam estar tão interventivos e acima de tudo parece que estamos a consolidar o jogo. É notório que o FC Porto consegue subir de ritmo quando precisa e hoje notou-se que Hulk faz sempre falta mas talvez não faça tanta falta como no ano passado. Já Falcao é outra história, até porque Kleber ainda precisa de mais jogos, muitos mais jogos para chegar ao nível de Radamel, se alguma vez lá conseguir pôr os pés. Tenho confiança no brasileiro e sinto que o pessoal também a tem, particularmente quando vê que o resto dos colegas no ataque conseguem gerar uma quantidade parva de jogadas bem feitas e que podem dar em golos fáceis. Terça-feira estamos outra vez em jogo, mais uma oportunidade para provar algumas teorias e contradizer outras. Venham os ucranianos!

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Ouve lá ó Mister – Vitória Setúbal

Amigo Vítor,

 

Mas que bela encavadela saiu da Marinha Grande, homem! Olha que um gajo assim começa-se a habituar a goleadas e como eu sei que tu sabes que jogos com sete golos não acontecem todos os dias, só podemos ficar contentes com o festival que deste na terça-feira. E agora, vem ao Dragão os próximos cordeiros para o sacrifício. Ou não?

Não. Cuidado com estes fulanos. Ah e tal porque são lá de baixo e da terra de bom peixe e coiso e até costumam apanhar no trombil sempre que cá aparecem em cima com as camisolinhas alternativas porque o verde-e-branco às riscas parece que choca com o nosso garboso azul-e-branco e lá vêm eles com os amarelos fluorescentes ou laranja-psd ou rosa-chok que até fere a vistinha, e pumba, siga para o 3-0 que se faz tarde. Nada disso. Estou à espera de mais um jogo tramado contra defesas rijos, médios experientes e avançados rápidos. E o Pitbull, esse zénite da nomenclatura masculina brasileira que não está longe do Alessandro Cambalhota ou do Paulinho McLaren em termos de alcunha, mas que joga e faz jogar melhor do que parece; e também tens o Hugo Leal, que desde o Souness tem vindo sempre a descer na carreira (tirando o ano que passou no Dragão, o melhor da vida dele só pela honra que teve de usar a nossa camisola porque campeonato…nicles); ou o Neca e o José Pedro, dois produtos da escola de futebol do “deixa-te andar” que são jeitosos mas não muito; o Ney, que deu cabo das pernas ao Hulk na Amadora; o Miguelito, que é só um enjoo de nervosismo e maus cruzamentos; e o Ricardo, pá. O Ricardo, carago, o primeiro central do FC Porto que vi a jogar sem rins, o homem que demorava mais tempo a rodar que um relógio parado e que se andou a armar em parvo no Boavista e agora no Setúbal. Herege do carago, havia de comer cascas de melancia seca durante uma semana só pela ingratidão. Quero que todas as equipas onde esse gajo jogue percam por doze a zero. Não gosto do gajo, pronto, que queres que faça?

Mas virando-nos para a nossa equipa, que é o que interessa, os meus parabéns pela coragem que tiveste em deixar de fora o Varela. Nota-se a milhas que o rapaz não anda bem e como sempre que entra em campo acaba por levar assobiadelas (merecidas ou não, já depende do ponto de vista), fizeste bem em deixá-lo de fora para não o queimar. E há que tentar puxar pelo James, para que não se fique só pelo jogo contra o Leiria que foi muito porreiro mas é preciso continuar sem deixar cair no chão. E o Kleber também precisa de confirmar o arranque, vê lá se pões o moço a chutar mais vezes à baliza para não se tornar num Postiga.

Enfim, sejam quais forem as tuas decisões, o que interessa é ganhar o jogo. Terça-feira ainda está longe e o que interessa é que eu saia do Dragão bem-disposto. Mai nada.

 

Sou quem sabes,
Jorge

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