Manifesto

A beginning is the time for taking the most delicate care that the balances are correct.

Frank Herbert, uma das minhas referências literárias, cunhou esta frase no arranque de Dune. E foi isso que tentei fazer no arranque do Porta19. Podia abrir as comportas da demagogia e dizer que a génese deste site esteve na defesa dos interesses do FC Porto em todas as suas vertentes e no enaltecimento das suas virtudes e sucessos, mas é mentira. A verdade é que o site surgiu a partir de três pontos muito díspares: algumas semanas de tédio, a vontade de escrever sobre algo que achava que poderia contribuir alguma pérola de conhecimento e, last but definitely not least, o amor ao clube. Assim, com o equilíbrio Herbertiano em mente, avancei.

Desde o início que tentei ser um blog pró-FCP e nunca um blog anti-não-FCP. E apesar de todos os posts que já escrevi, alguns mais emocionais, outros mais sarcásticos e tantos que são simplesmente opinativos, creio que continuo a sê-lo. Acredito que a melhor maneira de discutir futebol está na discussão do futebol e não dos assuntos paralelos. Porque me interesso mais pelo que se passa dentro de campo do que fora, é mais provável lerem textos sobre bola, sobre os jogadores ou as movimentações do mercado do que prosa sobre arbitragens  ou jogadas de bastidores. Não digo que nunca o fiz nem farei, mas o rácio mantém-se da forma que pretendo.

 

Para estruturar melhor as ideias e dar uma noção de verdadeiro manifesto, ficam as linhas gerais da minha conduta no blog:

  • Defender os interesses do FC Porto;
  • Analisar da forma mais imparcial possível os eventos que rodeiam as nossas equipas nas competições tanto nacionais como internacionais;
  • Procurar a crítica sempre pertinente a notícias especulativas, tendenciosas e/ou falaciosas que surjam em órgãos da comunicação social;
  • Desmistificar a maioria dos opinadores colunáveis e expôr as muitas mentiras que propagam como dogmas absolutos;
  • Não procurar a divulgação de informação diária mas sim a análise pessoal dos factos que afectam a vida do meu clube.

 

A vasta maioria dos artigos são pontuais, dependendo da minha inspiração momentânea ou como reacção a um acontecimento importante no mundo Portista. Ainda assim, há alguns artigos recorrentes, a saber:

  • Uma crónica escrita tão friamente quanto me fôr permitido pela demência que parece viver no meu cérebro sobre os eventos de cada jogo da equipa principal de futebol do FC Porto com um sistema de pontos positivos e negativos. Para ser um pouco diferente do “mais”/”menos” ou “em cima”/”em baixo”, decidi chamar-lhe “Baías e Baronis” e escolher duas figuras da história futebolística do clube como imagens de marca: Vítor Baía, para simbolizar o positivo, e Ronald Baroni para o oposto. Porquê, perguntarão? Vítor Baía era o meu ídolo de infância, o melhor guarda-redes que vi a defender as redes do meu clube e um líder natural. Baroni, porque foi um dos piores avançados que vi a jogar de azul-e-branco. E porque os Bs aliteram no início;
  • Preparar cada jogo com uma missiva directa ao treinador actual, em tom coloquial e informal, chamada “Ouve lá, ó mister”. Sem grandes eloquências nem frases feitas, como se fosse uma conversa de café;
  • Uma súmula dos resultados de pequenos inquéritos que estarão no canto superior direito do blog. Não tem nome pomposo nem periodicidade certa, chama-se só “Votações”.
  • Um conjunto de equipas que alinham por esse mundo fora com as nossas cores e equipamentos similares, chamado “Planeta Azul-e-Branco”. Azul-e-branco às riscas verticais. Porquê? Gosto de pensar que há uma ligação que nos une, uma força silenciosa que leva todas estas equipas à glória. Ou então é só uma parvoíce e eu gosto é de ver equipamentos de futebol. É, deve ser isso.
  • Rapazes que já usaram a nossa camisola e que se encontram noutras partes do mundo (ou do país) a lutar por outros emblemas. Os “Ex-Azuis”. Porque a história, ao contrário do que muitos pensam, não se pode nem deve esquecer. Mesmo que não seja nada de especial nalguns casos.

 

O maior desafio não está em encontrar motivação para continuar mas em inovar. Não preciso de ganhar dinheiro com isto…quer-se dizer, não sou rico mas perco mais sono que dinheiro e faço-o com todo o gosto. Não preciso de grandes publicidades e enormes números de visitantes. Gosto de escrever e vou continuar a fazê-lo enquanto me der gozo. No entanto, seria um gigantesco hipócrita se dissesse que não fico sensibilizado com as palavras simpáticas que recebo da vossa parte e com a forma como o blog tem vindo a deixar uma marca positiva não só na bluegosfera como também no resto deste mundo virtual. Assim sendo, cá estou. Espero que também cá estejam.

 

Nota: Este post estará sempre presente como página estática acessível através da última posição do menu superior, com o orginalíssimo título: Manifesto.

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Os outros campeões

Andebol

Hóquei

Basquetebol

Já tive vários amigos e comentadores aqui no blog que me disseram que não comento os eventos das nossas modalidades “amadoras”. É verdade que não dou a mesma atenção, por um motivo muito simples: sigo só a evolução dos campeonatos e não acompanho a grande maioria dos jogos. Vibro como portista mas admito que prefiro focar-me no futebol ao contrário do que fazia antigamente, quando acompanhava o Basquetebol (na altura do ainda grande Nuno Marçal ou dos então grandes Rui Santos, Jared Miller, Fernando Sá ou do saudoso Paulo Pinto), o Hóquei (com Paulo e Pedro Alves, Tó Neves ou os ainda grandes Filipe Santos e Reinaldo Ventura) e o Andebol (nas épocas do Carlos Resende, Eduardo Filipe ou Vladimir Petric) ao vivo sempre que podia, no Américo de Sá ou no Rosa Mota. Hoje em dia, se o fizesse, limitar-me-ia a criar posts a informar o povo dos resultados dos jogos, servindo apenas como mais uma entre várias fontes de informação que existem por essa net fora. Assim sendo, recomendo visitarem o BiBó Porto, carago! (com as fotos do pedroblue do Fotos da Curva, obviamente) para uma análise in-loco, correcta e apaixonada feita por muitos dos adeptos que vivem intensamente os feitos das nossas modalidades ao vivo e fazem-no com total conhecimento de causa, e como tal muito melhor do que eu alguma vez poderia fazer. Eu, neste campo, assumo-me como portista de sofá. Bom ou mau, é como sou.

No entanto, não posso deixar de dar os parabéns aos nossos atletas de todas as modalidades campeãs este ano. É francamente notável e digno de ser noticiado com toda a pompa a vitória no Andebol, no Basquetebol e no Hóquei. Uma gigantesca salva de palmas, malta, vocês merecem!

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Baías e Baronis 2010/2011 – Fernando

 

Época: Não é possível dizer que a temporada de Fernando tenha sido má. Afinal o rapaz foi titularíssimo numa equipa que venceu (quase) tudo o que havia para vencer. Alinhou em 41 jogos e apenas falhou alguns porque se lesionou, altura em que deu o lugar a Guarín para o arranque da temporada de glória do colombiano. Mas…e há sempre um mas…Fernando não esteve ao mesmo nível que nos dois anos anteriores. Mais hesitante, menos estável e acima de tudo a convencer os adeptos que tinha chegado ao topo das suas capacidades. Num estilo Villaboasiano de posse, de inteligência na rotação da bola e no empowerment dos médios para fazerem o que quiserem em campo, Fernando não conseguiu jogar ao nível dos colegas de sector e foi gradualmente baixando no impacto que o seu jogo conservador tinha na dinâmica da equipa. Talvez terá chegado a altura para sair e é possível que o FC Porto aproveite a vendabilidade do nosso “25” para fazer algum dinheiro. Fernando, sem dúvida, agradece.

Momento: Quase todos os jogos do início da época. Podia salientar o jogo em casa contra Braga ou Guimarães, ou o jogo fora em Genk, mas em todos os jogos Fernando esteve impecável. O problema esteve mais para o final da temporada…

Nota final 2010/2011:

BAÍA

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Os escudos do Dragão

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Quem habitualmente se desloca ao Estádio do Dragão, ou mesmo ao Dragão Caixa, já terá reparado na versão portista do “passeio da fama” que está presente nas imediações do Estádio, mais concretamente à sua volta no patamar de  acesso às portas de entrada. Nem todas são tampas de saneamento, caros amigos!

Estas “estrelas” contam a história do nosso clube e incluem desenhos em baixo relevo de grandes figuras do clube (Pinto da Costa, João Pinto, Madjer, Jorge Costa, Vítor Baía, entre vários outros), as nossas grandes vitórias (Taça UEFA de 2003 – ver foto aqui ao lado, a Taça dos Campeões em 1987, a Intercontinental em 1987, para citar alguns), os eventos que fizeram mossa na história do FC Porto (imortalizados nas camisolas de Rui Filipe e Pavão ou na imagem de Teles Roxo) ou as datas marcantes, como o rebaixamento do Estádio das Antas ou o pentacampeonato.

Um destes dias, quando por lá passei, lembrei-me de ir lá tirar umas fotografias e reparei que ainda não figura a nova conquista da Europa League. Tenho a certeza que a SAD não se irá esquecer de perpetuar um marco tão importante na nossa história e que brevemente teremos mais uma “estrela” redonda perto do Dragão.

Passem por lá e vejam, leiam, fotografem, apreciem. É a nossa magnífica história e deve ser acarinhada, respeitada e honrada por todos os Portistas!

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