Tenho saudades do Boavista…

…porque gostava dos derbies da minha cidade. Isto de ver os derbies das cidades dos outros é muito bonito mas não tem a mesma piada. Mesmo sabendo que seja quem fôr que acabe derrotado será sempre uma equipa que dá gosto ver perder, assistir a uma jogatana contra a equipa das camisolas esquisitas (que é um eufemismo criado por estrangeiros para dizer que aquela treta de xadrez é feia como uma noite de trovoada) só para a ver a levar na pá dos nossos meninos de azul-e-branco é uma sensação que não tem igual. E não falo apenas pelo jogo da Luz, acontece-me o mesmo quando vejo o United contra o City, o Milan a defrontar o Inter, o Real frente ao Atlético, o Boca a lutar com o River ou o Tottenham contra o Arsenal. Ou tantos outros por esse mundo fora.

Tragam lá os rapazes de volta. Quero ganhar a alguém que jogue na mesma cidade que os meus.

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Kwik-e-links

Mário Fernando. Mais uma vez. A última frase é perfeita.

Bom artigo do Luís Aguilar sobre o Sporting no seu UniversoFutebol.

Já que falei do Sporting, é por isto que não dou a Couceiro o mínimo de crédito como treinador principal. É que eu estava lá.

Fechando a pasta verde, a desvantagem de ter um adjunto com problemas a articular as ideias.

Da Alemanha aparece uma boa ideia que já não é original e que seria impecável de ver em prática no Dragão.

Em terras com reis oscarizados, gostei de saber que o Arsenal perdeu a final da Carling Cup. Gostei ainda mais da análise de um dos melhores blogs de futebol da web.

E para terminar, uma crítica aos lamentos de Mourinho vinda de Inglaterra.

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Beber da mesma água

Vi hoje cerca de cinco minutos do Naval vs Braga. O nível do futebol apresentado, ao nível da quarta divisão sudanesa, não me surpreendeu. O que me pôs com um sorriso enorme foi ver o treinador da Naval, nova quasi-coqueluche da imprensa sulista, a reclamar várias vezes com o árbitro para que fossem marcadas faltas dos centrais minhotos.

É tramado, Nepomuceno. Depois de uma carreira em que consistentemente tentaste assassinar legalmente os rapazes que te apareciam pela frente e de me deixares na memória um carrinho quase paralelo ao chão em plena levitação em que acertaste mesmo na pança do Semedo, um gajo fica pi ou até tri-urso quando o sapato está, como dizem os bifes, no outro pé.

Ainda assim não levo a mal a carreira que tiveste na nossa némesis vermelha e desejo-te boa sorte, Nepomuceno. Os teus jogadores são maus mas tu tens boa vontade e pareces gostar do que fazes. E aí, talvez longe da média portista, dou-te os meus parabéns pela carreira que tens vindo a fazer. Afinal, sempre tens mais pontos que o Sporting em 2011 na nossa Liga. E por muito que tal não seja particular motivo de orgulho, com a matéria-prima que tens à mão, é obra.

 

PS: É impossível não gostar do nome do homem. Se alguma vez pensasse em comprar um cão (acto que tem o mesmo grau de probabilidade de me fazer sócio do Real Madrid ou do Benfica, por muito boas que as piscinas fossem), seria esse o seu nome.

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Pimenta em esfíncter alheio

Um comunicado foi lançado pelo Benfica no seu site oficial. Mereceu da minha parte imediatamente a mesma atenção que um celíaco dá a uma bela francesinha, mas hoje li novamente o que lá tinha sido rabiscado, e ri-me. Saltam à vista, por entre a fel e o lixo em fonte bem composta, as seguintes frases:

Em jornalismo não há coincidências.

Efectivamente, o pior cego é sempre aquele que não quer ver.

Lindo. Vindo do gabinete mais orientado para a contra-informação que um ministério líbio, este comunicado acaba por ser uma enorme pazada de areia arremessada aos cornos de todos os portugueses que estarão a hibernar há alguns anos ou que simplesmente não ligam a futebol. Porque o resto da malta, os que vão lendo jornais e vendo televisão (e que não são totalmente mentecaptos, claro está), já se aperceberam da permanente selectividade de tom, estilo e substância que pauta os artigos que são diariamente vomitados por fulanos como José Manuel Delgado, João Querido Manha, Carlos Pereira Santos, Vitor Serpa ou David Borges, só para citar alguns muitos pseudo-ícones do jornalismo lusitano. Como é lógico deixo de fora os cronistas, porque os há e se contam pelas rugas do Pinhão e que defendem o seu clube de uma forma mais ou menos decente, mais ou menos pungente, mais ou menos correcta. São pagos para isso.

Agora jornalistas? Daqueles jornalistas mesmo? Com carteira profissional? Com o mesmo estatuto do homem que citam no pomposo texto? Esses, aqueles que tratam a deontologia como um filiado no PNR trata um angolano, esses rapazes que defendem o valor de choque das suas palavras que podem ou não ser verdadeiras, esses homens que brincam ao escritor e que defendem a decência e a honestidade mas só se aparecerem nas suas cores, esses infames que se escondem por detrás de uma caneta para cuspirem ódio e desestabilizar equipas, homens e instituições, esses…o Benfica não viu.

A definição do pior dos cegos está incorrecta. Pior que todos os outros é o cego selectivo que opta por só ver o que quer. E mente.

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