Há lugar para todos?

Um post à Situacionista:

foto retirada de record.pt

Mesmo que recuperem das lesões, considerando a aposta recente em Maicon, a rotação do plantel aplicada por Vitor Pereira e a chegada de Danilo (tendo em conta que o rapaz pode dar uma perninha naquela posição), veremos alguma vez mais estes dois rapazes a jogar no FC Porto? Estou aqui a apostar que um deles sai em Janeiro…

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 CS Marítimo


Numa noite em que houve a maior concentração de jantares de Natal por quilómetro quadrado, optei por ir ao Dragão e juntar-me mais tarde com a minha turba. Escolhi bem. Mais ou menos. Sofri mais do que devia, mas valeu a pena, porque ver o FC Porto a lutar, a enfrentar as dificuldades que lhe são colocadas e a sair por cima, com mais ou menos atabalhoamento, é sempre positivo. E hoje foi mais um desses jogos em que tudo parecia sair torto nos últimos vinte metros, onde Peçanha defendia tudo, Hulk não acertava uma e Belluschi tentava fintar o guarda-redes em vez de rematar para a baliza. Valeu Rodriguez, na perfeição do posicionamento e do esforço, a marcar um golo de redenção perante os adeptos e o seu treinador. No fim de contas fica o 52º jogo sem perder, mais umas dezenas de remates e ataques e a prova que a única coisa que fazia falta à equipa era confiança e espírito de sacrifício. Siga para as notas:

 

(+) Otamendi O posicionamento durante todo o jogo foi brilhante. Quase cem por cento das bolas que disputou foram ganhas, quer por antecipação ou pelo uso do contacto físico onde nunca teve problemas em ir à luta com qualquer avançado do Marítimo. Ou médio. Ou defesa, até porque a “culpa” do segundo golo é totalmente dele, ao aparecer ao primeiro poste num canto marcado…ao primeiro poste, o que é estranho tendo em conta o aproveitamento dos lances ofensivos que saem das bandeiras na linha de fundo. O perfeito domínio de bola e o jogo simples e prático foi um dos responsáveis pela contínua posse de bola que tivemos durante todo o jogo, e não fosse aquela pequena hesitação que deixou passar Danilo Dias para acertar na trave…e teria tido uma partida perfeita.

(+) Fernando Mais um jogo em que o Polvo esteve em grande. A cobertura defensiva não foi o ponto vital do jogo mas a forma como Fernando avançou no terreno com a bola e constantemente impôs o corpo em frente aos jogadores do Marítimo, bloqueando todas as tentativas de ataque pela zona central que não consistiram em pontapés para a cabeça de Baba. Ou acham que o Marítimo tentou esse tipo de ataque tão criativo “à Stoke” por acaso? Não. Fizeram-no porque Fernando era impossível de ultrapassar. Mais uma vez.

(+) O esforço de Belluschi Não esteve bem o outro Fernando do nosso meio-campo hoje. Mexeu-se muito, passeou por todo o campo e mostrou empenho, garra, alma, força. E falhou muito, muito mais do que lhe é permitido e em situações que não pode, simplesmente NÃO PODE falhar. Por mais que um motivo, porque falha golos que são mais fáceis de marcar que falhar, porque faz a equipa tremer quando pode relaxar, porque ele próprio precisa de marcar, de jogar e fazer jogar. Esteve mal. Então porque raio leva um Baía?! Porque nunca desistiu. Porque já vi tantos jogadores a baixarem os braços, literal e figurativamente, depois de falharem um lance como o que Belluschi hoje desperdiçou em frente a Peçanha (ó pá, então tu vais fintar o gajo e deixas a bola da parte de dentro para o keeper lá chegar com as mãos?! Eres loco, hombre?!), mas ele continuou. Insistiu, apesar da brutal assobiadela que apanhou, de todos os milhares de impropérios que ouviu nos segundos que se seguiram ao lance, da desestabilização mental que sentiu, mas insistiu. Never give up, never surrender, pensou o nosso Alenitchev em versão argentina e continuou a lutar até oferecer o primeiro golo a Rodriguez. O uruguaio celebrou mas o argentino também o mereceu.

 

(-) A ineficácia. Outra vez. Mais uma vez. Não é possível manter um controlo tão grande dos jogos, com níveis de posse de bola consistentemente nos 65%, dezenas de ataques e remates…e marcar tão poucos golos. Nos últimos dois jogos o domínio ofensivo foi avassalador, sufocante, com a intensidade necessária e o controlo de bola e o compasso a ser pautado por nós, só por nós. As outras equipas, escondidas atrás de várias cortinas de jogadores mais preocupados com o pontapé para a frente do que com a construção de jogo ofensivo, vão-se safando como podem e confiam no guarda-redes para brilhar, como tem acontecido. Mas a culpa de todos estes pequenos sofrimentos é inteiramente nossa. É preciso começar a ter mais calma e a melhorar a concentração nos últimos 15/20 metros, porque a construção é boa mas a finalização nem por isso. E cada vez mais me convenço, como sempre foi a minha primeira ideia, que Hulk não pode servir para jogar no centro a não ser em ocasiões de alternativa pontual. Porque o que precisamos mesmo é de um finalizador, que se limite a empurrar a bola para a baliza e dê seguimento à enxurrada de lances ofensivos com inteligência e faro de golo. Um Gomes, um Falcao, um Lisandro, um Jardel. Raios, até um Pena servia neste momento!

(-) Duarte Gomes Mais uma vez (a frase mais usada neste post, é verdade) fomos prejudicados pela excelente arbitragem deste rapaz e dos seus companheiros de destruição portista. Apesar de não ser um jogo contra o Benfica, onde o moço brilha com foras-de-jogo claros como o de Saviola na Luz, ou a absurda expulsão de Otamendi…olha, na Luz também, desta vez lembrou-se de aparecer no Dragão para estragar a noite a todos. Não conseguiu, por pouco, porque para além do penalty sobre Belluschi na primeira parte que até Calabote teria assinalado, passou grande parte da partida a permitir jogo duro do Marítimo e punindo qualquer voo madeirense com uma falta a favor deles. E as fitas de Peçanha, aliadas ao desperdício intenso de tempo que o brasileiro se dignou a mostrar na fria noite do Dragão, tudo era uma parte da peça que Duarte Gomes se lembrou de protagonizar na Invicta. Para além do ar arrogante com que lida com todos os lances, é mais um exemplo de um rapaz que é elogiado pela nossa tão-querida imprensa, laudado com os méritos que não tem e colocado nos pedestais que criam para este tipo de mitos com apito na boca. De que côr quiserem.

 

Chegamos ao fim de 2011 com uma marca simpática e trinta e dois mil no Dragão a puxar pela equipa, a pressionar o adversário, a incentivar quando era preciso e a criticar nas mesmas alturas. Gostei de ver e ouvir as claques, tanto os Super como o Colectivo, o público a cantar e alegrado pelo espírito de um Natal que não será feliz nem descansado para todos. Mas os cinquenta e dois jogos sem perder já não nos tiram, nem o primeiro lugar no final do ano. Vai ser difícil mantê-lo até ao final…mas parafraseando as sábias palavras de George Costanza: “We’re back, baby!”.

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Ouve lá ó Mister – Marítimo


Amigo Vítor,

O Natal está aí à porta e tu pareces-me ser um gajo para se sentar com uma bela pratada de bacalhau com batatas, regado com belo azeite (no meu caso fervido, no teu não faço ideia), rodeado por família e amigos, para partilharem a ceia do vinte-e-quatro em paz e harmonia.

Mas antes disso, é preciso desfazer o Marítimo. Rasgá-los como se fossem uma folha de papel vegetal e mandá-los de volta para a Madeira com o rabo quentinho e as nádegas aconchegadas, com uma nota para o Pai Natal a dizer: “Oh gordo, estes rapazes foram bonzinhos. Dá-lhes lá um combóio de brincar ou qualquer paneleirice dessas. Eles merecem. E vê lá se este ano não te enganas na chaminé que o Sr.Martins ali do 3º Direito já se queixou ao condomínio e não estou para ser chulado pela empresa outra vez. Um abraço.”

E de tanta treta que se disse desde que eles jogaram contra o Benfica, o que interessa para nós é mesmo o facto de faltarem três jogadores. O Roberto Sousa ainda bem que não aparece cá porque quando cá esteve com o Leixões ainda nos tramou a vida. O Ruben Ferreira que levou a patada do Cardozo e o Rafael Miranda, que também não cá estarão, não me fazem mossa, mas o Olberdam…oh pá, esse gajo até sabe jogar à bola mas o principal é o nome…se o Olberdam fosse americano dava para ser um nome de barragem, mesmo ao lado do Hoover. Era lindo, garanto.

Enfim, vamos em frente. É o penúltimo jogo do ano mas este é para a competição que interessa. Quero acabar o ano em primeiro. Anda lá, para não me cair mal a aletria.

Sou quem sabes,
Jorge

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Leitura para uma sexta-feira tranquila

  • O Miguel tenta perceber porque é que Luis Enrique não funciona na Serie A com um modelo similar ao de Guardiola no Barça no Em Jogo;
  • Uma compilação das melhores (?) jogadas de Bébé aquando da passagem pelo Man Utd, no Surreal Football;
  • O festival de Iniesta no mais recente Real-Barça, a ver no 101 Great Goals;
  • Uma hilariante visão do enorme falhanço de Élio, o avançado do Beira-Mar que cabeceou ao lado aos 94′ do jogo contra o FC Porto, da autoria dos meninos do Cromos da Bola;
  • O Republik of Mancunia analisa comparativamente as lesões dos plantéis de Man Utd, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Tottenham e Man City nos últimos dez anos, com resultados bastante curiosos;
  • O Who Ate all the Pies? mostra que André Villas-Boas está a ensinar os ingleses a dançar;
  • Um dos melhores blogs de futebol, com menos posts do que devia, publicando-os de longe em longe mas sempre na altura certa e com o tom certo, o Paradigma Guardiola reflecte sobre o “tempo” (em inglês) da equipa do Barcelona;
  • Para terminar, a arte do kitmaking do True Colours Football Kits que criou versões digitais de todos os equipamentos 2011/12 da Premier League Inglesa e Escocesa;
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