Leitura para um fim-de-semana soalheiro

No fim-de-semana que agora se apresenta há imensas actividades que podem fazer e aposto que poucas incluem ler textos em blogs mais ou menos obscuros. Ainda assim, insisto:

  • O quasi-sempre genial Surreal Football tenta colocar um tom romântico na época 2011/2012 do FC Porto;
  • Com a Copa América a começar, o Who Ate All The Pies? apresenta uma lista de nomes a ter em conta quando estiverem a ver a SportTV às 2 da manhã. Não vou ser só eu, garanto!;
  • Observações tácticas sobre a época que findou, como perspectiva para a que está a começar, no Football Further;
  • Para levantar a malta do chão depois da surpresa que foi ver o River Plate a descer de divisão, o olhar fresco e renovado do Hasta El Gol Siempre perante a tarefa difícil que se avizinha;
  • A sátira bem aplicada do Arseblog sobre as ridículas especulações no mercado de transferências de Verão;
  • E termino com mais uma análise da forma como os adeptos olham para as novas contratações. Palavra ao Cacifo do Paulinho, sobre Onyewu.
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Manifesto

A beginning is the time for taking the most delicate care that the balances are correct.

Frank Herbert, uma das minhas referências literárias, cunhou esta frase no arranque de Dune. E foi isso que tentei fazer no arranque do Porta19. Podia abrir as comportas da demagogia e dizer que a génese deste site esteve na defesa dos interesses do FC Porto em todas as suas vertentes e no enaltecimento das suas virtudes e sucessos, mas é mentira. A verdade é que o site surgiu a partir de três pontos muito díspares: algumas semanas de tédio, a vontade de escrever sobre algo que achava que poderia contribuir alguma pérola de conhecimento e, last but definitely not least, o amor ao clube. Assim, com o equilíbrio Herbertiano em mente, avancei.

Desde o início que tentei ser um blog pró-FCP e nunca um blog anti-não-FCP. E apesar de todos os posts que já escrevi, alguns mais emocionais, outros mais sarcásticos e tantos que são simplesmente opinativos, creio que continuo a sê-lo. Acredito que a melhor maneira de discutir futebol está na discussão do futebol e não dos assuntos paralelos. Porque me interesso mais pelo que se passa dentro de campo do que fora, é mais provável lerem textos sobre bola, sobre os jogadores ou as movimentações do mercado do que prosa sobre arbitragens  ou jogadas de bastidores. Não digo que nunca o fiz nem farei, mas o rácio mantém-se da forma que pretendo.

 

Para estruturar melhor as ideias e dar uma noção de verdadeiro manifesto, ficam as linhas gerais da minha conduta no blog:

  • Defender os interesses do FC Porto;
  • Analisar da forma mais imparcial possível os eventos que rodeiam as nossas equipas nas competições tanto nacionais como internacionais;
  • Procurar a crítica sempre pertinente a notícias especulativas, tendenciosas e/ou falaciosas que surjam em órgãos da comunicação social;
  • Desmistificar a maioria dos opinadores colunáveis e expôr as muitas mentiras que propagam como dogmas absolutos;
  • Não procurar a divulgação de informação diária mas sim a análise pessoal dos factos que afectam a vida do meu clube.

 

A vasta maioria dos artigos são pontuais, dependendo da minha inspiração momentânea ou como reacção a um acontecimento importante no mundo Portista. Ainda assim, há alguns artigos recorrentes, a saber:

  • Uma crónica escrita tão friamente quanto me fôr permitido pela demência que parece viver no meu cérebro sobre os eventos de cada jogo da equipa principal de futebol do FC Porto com um sistema de pontos positivos e negativos. Para ser um pouco diferente do “mais”/”menos” ou “em cima”/”em baixo”, decidi chamar-lhe “Baías e Baronis” e escolher duas figuras da história futebolística do clube como imagens de marca: Vítor Baía, para simbolizar o positivo, e Ronald Baroni para o oposto. Porquê, perguntarão? Vítor Baía era o meu ídolo de infância, o melhor guarda-redes que vi a defender as redes do meu clube e um líder natural. Baroni, porque foi um dos piores avançados que vi a jogar de azul-e-branco. E porque os Bs aliteram no início;
  • Preparar cada jogo com uma missiva directa ao treinador actual, em tom coloquial e informal, chamada “Ouve lá, ó mister”. Sem grandes eloquências nem frases feitas, como se fosse uma conversa de café;
  • Uma súmula dos resultados de pequenos inquéritos que estarão no canto superior direito do blog. Não tem nome pomposo nem periodicidade certa, chama-se só “Votações”.
  • Um conjunto de equipas que alinham por esse mundo fora com as nossas cores e equipamentos similares, chamado “Planeta Azul-e-Branco”. Azul-e-branco às riscas verticais. Porquê? Gosto de pensar que há uma ligação que nos une, uma força silenciosa que leva todas estas equipas à glória. Ou então é só uma parvoíce e eu gosto é de ver equipamentos de futebol. É, deve ser isso.
  • Rapazes que já usaram a nossa camisola e que se encontram noutras partes do mundo (ou do país) a lutar por outros emblemas. Os “Ex-Azuis”. Porque a história, ao contrário do que muitos pensam, não se pode nem deve esquecer. Mesmo que não seja nada de especial nalguns casos.

 

O maior desafio não está em encontrar motivação para continuar mas em inovar. Não preciso de ganhar dinheiro com isto…quer-se dizer, não sou rico mas perco mais sono que dinheiro e faço-o com todo o gosto. Não preciso de grandes publicidades e enormes números de visitantes. Gosto de escrever e vou continuar a fazê-lo enquanto me der gozo. No entanto, seria um gigantesco hipócrita se dissesse que não fico sensibilizado com as palavras simpáticas que recebo da vossa parte e com a forma como o blog tem vindo a deixar uma marca positiva não só na bluegosfera como também no resto deste mundo virtual. Assim sendo, cá estou. Espero que também cá estejam.

 

Nota: Este post estará sempre presente como página estática acessível através da última posição do menu superior, com o orginalíssimo título: Manifesto.

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Blu Bârsdeis!

À semelhança do que aconteceu aqui há uns tempos, quando coloquei uma caixa com os eventos que coincidiram no mesmo dia nos últimos anos do passado azul-e-branco, cá está mais uma novidade.

No canto superior direito do blog vão poder ter a oportunidade de ver, com actualização diária e automática, os aniversários dos jogadores do actual plantel. E do plantel do ano passado. E de todos os plantéis desde 1991. 20 anos já me parece uma boa altura para começar.

Assim sendo, se visitarem o blog no dia em que o Semedo, o José Carlos, o Belluschi ou o Mandla Zwane enfiaram a cabecinha fora do ventre da respectiva progenitora, o nome do rapaz vai aparecer ali ao cantinho, com uma foto e alguns dados para acompanhar. Não é transcendente, não é incrível, é só mais um pequeno éclair para acompanharem o forte cimbalino de parvoíce que representa o Porta19.

Correcções, opiniões e/ou sugestões agradecem-se, força aí: [email protected]

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Leitura para (mais) um sábado chuvoso

Já não sei se chove ou não, o tempo hoje em dia está mais incerto que a voz do Ricardo, mas ainda assim ficam algumas sugestões. Se ficarem por casa, é no pêcê ou no méque. Fora, podem usar o aipéde, o aifoune ou até um belo ibuqueríder. Que estupidez, Jorge. Vamos a isso:

  • Para perceber melhor o impacto da vitória do Borússia Dortmund na Bundesliga, o Miguel explica tudo direitinho no Em Jogo;
  • Este pequeno post do Briosa está, como de costume, simples, directo e sarcástico;
  • E estatísticas? Isso agora é só ir ao Futebol Finance para ver os dados sobre os números de fãs dos principais clubes no Facebook;
  • Um adepto dos Spurs questiona-se sobre a validade de tentarem vir à Invicta buscar Villas-Boas. A ler no Vital Spurs (obrigado, sôtôr);
  • A UEFA continua a descobrir novas e extremamente excitantes estatísticas sobre a final da Europa League entre FC Porto e SC Braga;
  • Para terminar em grande, reparem no golpe deste fulano do Cazaquistão. Very niiiiice! Ah, e o gajo foi irradiado do futebol. Não se chama Patrick e não joga no Leiria, é o problema dele…
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A lógica da burrice, por Vítor Frade

“Porque a lógica que está implantada é a lógica da burrice. A cada passo vemos e ouvimos apregoar uma série de slogans que vão ao encontro desse tipo de raciocínio. Até na escolha dos miúdos ao nível da formação se ouve, sistematicamente, coisas como «Eh pá, é habilidoso, mas é pequenino». É um absurdo. Por exemplo, o Liedson, não sendo um fora-de-série, ao nosso nível é um jogador fantástico e é pequenino, como o era o Romário e uma série de outros bons jogadores.”

Vítor Frade, em conversa com Nuno Amieiro, no Falemos de Futebol, infelizmente em hiato prolongado

 

Este excerto é retirado de uma conversa mais longa que vale bem a pena ler, no Periodização Tática (é brasileiro, não estou a usar o novo acordo), chamado “A lógica da burrice“. Numa altura em que todo o mundo parece obcecado com o fortalecimento dos jogadores da bola em detrimento da capacidade técnica, numa espécie de ronaldização do futebol, este texto espelha bem que nem sempre essa doutrina será a mais acertada.

Para além da pertinência do texto, é extremamente interessante ler as opiniões de alguém que sabe, ao contrário do que acontece com as crónicas da Marta Rebelo.

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