Baías e Baronis – Besiktas vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

Estes jogos às seis da tarde são uma bela duma borrada, devo dizer. Um gajo tem de sair mais cedo do emprego sem grande plausibilidade para desculpas, arrisca-se a ver o jogo num ambiente fora do normal onde por vezes (hoje não foi o caso) tem de aturar gajos que não percebem nada de bola a mandar postas e a única grande vantagem é que nos livramos do trânsito. Mas hoje…hoje valeu a pena. Para além de estar com boa malta ao lado (o excelente cronista do Dragão Crónico) e mais alguns amigos, o jogo foi emocionante, bem jogado, com lances bem pensados e uma constante incerteza no resultado. Vencemos muito bem num estádio difícil, contra 11 turcos mais um espanhol (ver abaixo o último Baroni), lutámos e houve esforço e sacrifício do individual em favor do colectivo. Ah, e houve Hulk. E depois outra vez Hulk. Vamos a notas:

(+) Hulk Marcar dois golos fora numa competição europeia é obra. Dois golos repletos de oportunismo e de inteligência, ainda mais. Atento no primeiro golo, não desistiu e aproveitou o AVC pontual do defesa, avançando certeiro para a baliza. No segundo foi mais uma vez rápido a aproveitar o excelente passe rasgado de Belluschi e desfez o rapaz que lhe apareceu à frente. Além dos importantíssimos golos, passou a segunda parte toda a correr atrás dos defesas, sendo a peça mais avançada da equipa e sempre que pegava na bola obrigava os turcos a descer 20 metros para aguentar os arranques…e acabou o jogo a cair para o lado. Mas feliz, só pode.

(+) Helton E o nosso capitão mais uma vez a fazer jus à escolha. Deu segurança à defesa e esteve impecável durante quase todo o jogo, sem ter culpa no golo. Fez uma defesa incrivelmente importante no final da primeira parte, depois de um livre directo que resultou da falta feita por Maicon e que o fez ser expulso. Tocou na bola para canto e todo o mundo portista soltou um pequeno sopro de alívio. Impecável também quando veio em correria louca da baliza no final da primeira parte, usando o seu estatuto de capitão para afastar os jogadores do FC Porto que tentavam rodear o árbitro para protestar contra as decisões absurdas do espanhol. É isto que um capitão tem de fazer.

(+) Falcao Marcou dois golos e sofreu um penalty. Não teve culpa de encontrar um atrasado mental de amarelo que se lembrou de lhe marcar uma falta inexistente no segundo golo e de não marcar o abalroamento que sofreu no lance que devia ter dado penalty a nosso favor. Não fez muito mais no jogo mas o primeiro golo acabou por ser exactamente o que precisávamos na altura certa.

(+) Sapunaru Foi o costume, pouco inventivo e interventivo, sem subir muito no terreno e a jogar simples e prático. Hoje, era exactamente o que precisávamos e cumpriu bem o papel, especialmente na segunda parte. Pecou no golo do Besiktas porque estava aparentemente a tentar marcar a linha lateral quando Bobô se meteu entre ele e Rolando, mas perdoo-lhe devido à solidez da exibição.

(+) Espírito de sacrifício Villas-Boas salientou bem o espírito da equipa e a determinação de chegar à vitória. Se o arranque foi tremido, com o Besiktas a pressionar bem, cedo nos soltámos e conseguimos chegar com perigo ao ataque. Depois da primeira expulsão conseguimos cerrar fileiras e defender com garra uma vantagem importante até ao final do jogo, com uma segunda parte sofrida, esforçada, de luta e entrega, com as linhas a recuarem o suficiente para travar o ataque que os turcos queriam avassalador mas que raramente pôs a equipa nervosa. É verdade que o Besiktas não é uma equipa do topo europeu mas a jogar com mais um (e depois mais dois) e com a velocidade de troca de bola podiam ter causado mais perigo caso o FC Porto começasse a ceder. Estiveram muito bem hoje os nossos rapazes.

(-) Fernando Não foi um bom jogo para o Nandinho. Em parte porque cometeu muitos erros de posicionamento perante o adversário, caindo nas fintas em carrinho como fazia em 2008 quando cá chegou e causando desiquilíbrios que ninguém conseguia colmatar. Acabou por ser o jogador que mais sofreu com a fraca prestação tanto de Moutinho como de Belluschi na cobertura defensiva e fez muitas faltas desnecessárias. O lance do segundo amarelo é ridículo para um rapaz da sua experiência, o que me leva a pensar se não terá sido premeditado para o fazer cumprir um jogo de castigo no próximo confronto…mas como é contra este mesmo Besiktas, a minha teoria pode cair por terra. Ainda assim foi um jogo abaixo da média e exige-se mais a um dos elementos pivotais do onze.

(-) Meio-campo macio Fernando não fez um bom jogo mas os outros dois rapazes que jogam mais perto dele não fizeram melhor. Este jogo, aliás, expôs uma fraqueza da nossa equipa que ainda não tinha sido colocada à prova até agora: a capacidade defensiva do meio-campo sem bola. Quando o adversário, como o de hoje, troca a bola com velocidade e com agressividade nos confrontos directos, o FC Porto treme. Quando as bolas são rapidamente despachadas de uma forma directa para os flancos e se encontram rapazes como Nihat, que continua a ser um perigo quando deixado sozinho, o FC Porto não consegue dinamizar o meio-campo por forma a tapar os espaços que são criados pela movimentação adversária. Moutinho e Belluschi têm sido muito bons a trocar a bola e a rodá-la entre eles e fazendo a equipa bascular para onde é preciso…mas para isso é preciso terem a bola nos pés. Sem ela, contra equipas portuguesas que “mastigam” mais o jogo, não costuma haver problema. Os extremos recuam um pouco, os laterais sobem e fecham o flanco e a bola é recuperada com maior ou menor facilidade. Quando apanhamos equipas como o Besiktas, que não têm problema de ir ao choque, que aceleram com a bola controlada e se desmarcam rapidamente, sentimos dificuldades. A rever.

(-) Arbitragem Como sabem não é hábito falar de arbitragens. Mas hoje enervei-me com o fulano de amarelo que arbitrou o jogo. A expulsão de Maicon é merecida e não é passíve
l de crítica, mas um golo perfeitamente limpo foi anulado e um penalty que me pareceu evidente não foi marcado. Como se não fosse suficiente, a complacência perante o choque excessivo dos turcos esteve patente durante toda a primeira parte e questiono-me se o árbitro não terá ficado acagaçado com o barulho que vinha das bancadas. Este tipo de actuações coloca sempre os nossos árbitros em perspectiva, porque este rapaz não era melhor nem pior que um Paixão ou um Olegário.

Não foi fácil mas vencemos com todo o mérito. Nove pontos em três jogos, 7 golos marcados e um sofrido. São bons números que nos dão todas as hipóteses de passar à próxima fase sem que seja preciso precupações com resultados de terceiros nem fazer contas aos golos que temos de marcar para ganhar vantagem. Acho até que o pleno não está fora de alcance, basta alguma sorte e um jogo estruturado para jogos europeus, com um ritmo diferente dos caseiros…

Link:

Baías e Baronis – CSKA Sófia vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

A primeira ideia que me surgiu depois do jogo foi que tínhamos tido mesmo muita sorte no sorteio da Europa League. Esta equipa do CSKA é exemplo disso, muito à imagem do que tínhamos visto aqui há umas semanas contra o Rapid Viena, um conjunto fraquinho com pouco saber e bastante agressividade, que acabou por nos causar alguns problemas graças ao inexplicável abrandamento do ritmo da primeira para a segunda parte. Villas-Boas tirou as razões aos críticos que lhe apontaram o dedo quando deu a Otamenti a titularidade retirando Maicon no jogo frente ao Olhanense e tivemos sorte em não sofrer um empate que, convenhamos, seria pouco menos que escandaloso. To the notes:

(+) Hulk Apanhou pancada toda a primeira parte. Uma assistência (Hossana! Hossana! O Hulk no ano passado não era capaz de nada disto! Hossana!) e um remate perigoso não parecem muito, mas foi enquanto esteve em campo que a equipa mais produziu, mais atacou e foi mais perigosa. Varela entrou e quase não se viu…

(+) Falcao Marcou um golo à ponta-de-lança e merecia ter marcado pelo menos mais um. Algo desapoiado no centro do ataque porque as bolas chegavam tão depressa às alas que quando os extremos queriam colocar no meio, apanhavam o colombiano com 3 ou 4 búlgaros à volta dele e o meio-campo estava ainda 20 ou 30 metros atrás.

(+) Cristian Rodriguez Pouco produtivo mas esforçadíssimo. Correu todo o jogo a pressionar os adversários, a tentar procurar espaços que raramente encontrou e a cruzar para a entrada da área em diagonais simples mas que baralharam o adversário. Gostei, e teria gostado mais se conseguisse passar por um adversário em drible. Por favor, Cebola, prova que estou errado quando digo que és um dos únicos extremos do mundo que não consegue fintar o adversário directo!

(-) Defesa. Toda a defesa. Não sofremos golos. Quem não viu o jogo e olhar para o resultado, é essa a conclusão que tira. Mas quem assistiu ao jogo pela TV, como eu, apanhou vários sustos durante o jogo. A fraca coordenação é compreensível para o primeiro jogo no caso de Otamendi e Maicon, mas é indesculpável para Álvaro Pereira que é claramente o jogador em pior forma na equipa titular. Maicon teve pelo menos 3 falhas graves no centro da defesa e desconfio se a sua confiança não terá abanado por ter sido preterido em função de Rolando no passado sábado. Espero que não, mas não gostei. Sapunaru e Álvaro continuam a jogar muito por dentro, demasiado perto dos centrais, perdendo largura e dando muito espaço aos extremos contrários.

(-) Jogo directo O que me custou mais neste jogo, particularmente na penosa segunda-parte, foi a forma como jogamos de uma forma quase directa da defesa para a frente durante boa parte do jogo. Com o meio-campo talentoso que temos, Moutinho e Belluschi quase que se apagaram perante as contínuas parvoíces de Álvaro e Sapunaru que insistiam em enviar a bola ao longo da linha para Hulk ou Rodríguez, passando por cima em vez de o fazer com a bola na relva. No início da segunda parte, quando o CSKA começou a tentar subir…nós descemos, inexplicavelmente. Com um futebol que não metia medo a ninguém, o FC Porto começou lentamente a recuar e a abrir espaços que não são admissíveis. No final do jogo voltamos ao futebol de toque curto, de posse de bola, de rotação do meio-campo e a manter o adversário a correr atrás da bichinha. Custava muito terem feito isso o resto do tempo?!

Mais que a vitória, ao ver o que de facto valia a equipa do CSKA, exigia-se uma vitória com mais golos. Acabou por não aparecer mais que um e sinto que ficou uma oportunidade perdida para facturar mais alguns e, dando descanso à equipa, experimentar mais uma ou duas nuances tácticas para adepto e treinador verem. Gostei de ver Walter a entrar de novo, a ganhar forma e entrosamento, mas gostava de ter visto James. Some other time, right?

Link:

Ouve lá ó Mister – CSKA Sófia

André, mister!

Cá estamos de novo. Hoje cheguei ao trabalho e anda tudo de pito aos saltos por causa do Benfica ter perdido e o Braga ter levado no lombo e parece que estão todos convencidos que vamos ganhar aos búlgaros por sete a zero ou qualquer coisa do género. Se me perguntares a opinião, nem nós somos o Celta de Vigo nem eles são o Benfica do Iúpe Ainques. Desconfio sempre de equipinhas “paradas no tempo” ou que depois de perder o apoio do regime acabam por ficar naquele marasmo de quero-e-não-posso. Num me enganam!

Para além disso, o problema está nos nomes. A quantidade de ovs e evs que eles têm confundem qualquer um. Valha haver um Marquinhos para ver se conseguimos chamar os bois pelos nomes, senão imagina o Álvaro a dizer ao Cebola para ajudar a defender o “Vergalhev” ou o “Xiripitov”! Assim é mais fácil: “me ayuda a difiendier el cabrito!”. E já está.

Preferia que pusesses o Castro em vez do Souza. Palavra que preferia. Não estou a ver o Souza a ficar no sítio dele, parece-me bem mais tolo que o Fernando, assim um Guarín com mais sinapses, mas espero para ver. Confio em ti, rapaz!

Sou quem sabes,
Jorge

Link:

Castro ou Souza?

Primeiro teste importante ao plantel. Com a ausência de Fernando e a principal alternativa a Belluschi (Micael) também de fora, vai ser uma boa forma de perceber como é que o meio-campo se vai comportar.

Apostaria em Castro. Por vários motivos:

– É estruturalmente mais defensivo e mais disciplinado que Souza para jogar na posição 6;
– É uma hipótese de dar minutos ao jogador e evitar reorganizações no meio-campo no caso de ser preciso (e habitualmente é o que acontece) substituir Moutinho e/ou Belluschi, já que Guarín não terá ritmo para entrar “a sério” no jogo;
– Temos de perceber se Castro está pronto para jogar a um nível acima do que tem mostrado. Não tem tido tempo suficiente para o fazer, é certo, mas ainda assim tem menos minutos que Souza e preferia ver o rapaz em campo.

Tenho lido mais opiniões a favor da aposta em Souza. Concordam?

Link: