Os nossos rapazes não podem com uma felina pela cauda


Há vários jogos que assisto ao mesmo cenário triste. Os jogadores do FC Porto passam as primeiras partes a passar a bola de um lado para o outro com pouca agressividade ofensiva, fraca organização colectiva e uma absurda disfuncionalidade nos passes, curtos ou longos. E a falta de pernas parece-me um dos factores que levam a uma tão débil produção numa equipa que nos habituamos durante tantos anos a ver com a moral em valores variáveis mas sempre com um nível de esforço acima do que vemos noutras formações.

O meio-campo está despovoado. É evidente, já falei disso, e aconteceu aquilo que previ quando o fiz. Com quatro médios disponíveis para o treinador, o que acontece quando um deles se lesiona ou é excluído das opções por castigo? E, só para agravar, o que acontece quando o mesmo jogador (Fernando, para quem ainda não percebeu) que está impedido de jogar é o elemento mais consistente da equipa durante todo o ano? O resultado foi visível na Madeira. A equipa desagregou-se, perdeu consistência no centro do terreno, abriu espaços atrás de espaços e permitiu o domínio do adversário em situações que nunca teriam acontecido se houvesse mais um ou outro jogador que pudesse calçar as botas do ausente e estivesse de facto talhado para a partida e para a posição que ocupa.

As adaptações são perfeitamente viáveis. Só que não são. Continuando a apostar numa táctica com três elementos móveis no centro do terreno, usando a estratégia tradicional desde há vários anos de ter dois avançados mais deambulantes e um com características centrais e consideravelmente mais fixas que os colegas, as adaptações são curtas. E pelo que já vimos, inexistentes. Não concebo ver Cristian Rodriguez a “fazer” de Lucho com o argentino a “fazer” de Moutinho e o luso a “fazer” de Fernando. O mesmo com James, porque o espaço que ocupa é demasiado próximo do ponta-de-lança para o trabalho árduo que há a fazer no meio-campo. Ou acham que o meio-campo de Fernando+Moutinho+Lucho só passa a bola de uns para os outros por prazer e o resto do jogo anda a passear? Vejam o exemplo de Busquets+Xavi+Iniesta ou o clássico Cambiasso+Stankovic+Sneijder de Mourinho no Inter. Todos eles trabalham, todos lutam, todos se cansam. E com a única alternativa actual em Defour, um rapaz esforçado mas que tem tido pouca oportunidade para fazer o que sabe na posição que mais rende…temo que nos próximos jogos venhamos a ter um nó no estômago sempre que houver uma entrada dividida com qualquer um dos nossos putos.

E nem me falem do Javi Garcia na próxima terça-feira.

Link:

E no meio ficam…

Para lá das especulações sobre compras e vendas, se Souza sair por empréstimo para o Grémio, como foi ontem especulado (porque numa notícia sem confirmação é mesmo isso, uma especulação), depois da chegada de Lucho e da saída de Belluschi e Guarín em Janeiro, somados à cedência de Castro no início da temporada, ficamos com as seguintes opções para o meio-campo:

  • Fernando
  • Moutinho
  • Defour
  • Lucho

Numa equipa que joga em 4-3-3 há seis anos, com algumas nuances para um 4-4-2 suportado pela descida de um dos alas…parece curto no caso de haver lesões e/ou castigos. Há adaptações que se podem fazer, como é lógico (Danilo, James ou Cebola, por exemplo), mas não estaremos a esticar a proverbial corda e assim sacrificar posições onde esses jogadores podem ser mais rentáveis?

Link:

Vinte-e-nove

 

Não quero que o nosso novo pontão-de-lançazão fique desiludido comigo logo à partida e como o moço tem ar de quem me espetava uma lapada no focinho que me punha a comer por uma palhinha até o Sporting ser campeão, optei por repetir o post de ontem, desta vez adaptado ao novo númbaro do austríaco, o vinte e nove:

 

1995/1996
1996/1997 Romeu
1997/1998 Costinha (GR)
1998/1999 Deco
1999/2000 Deco
2000/2001 Folha
2001/2002 Paulo Costa
2002/2003
2003/2004 Hugo Almeida
2004/2005 Hugo Almeida
2005/2006 Bruno Moraes
2006/2007 Bruno Moraes
2007/2008 Edgar
2008/2009 Rabiola
2009/2010 Orlando Sá
2010/2011
2011/2012 Marc Janko
Link:

Três

Lucho está de volta e baixou cinco valores. Nas costas, pelo menos, porque o oito está agora a ser usado por João Moutinho, o que levou Lucho a escolher o três. A história do número três no FC Porto é longa e com algumas nuances curiosas. Aqui estão os detentores dessa camisola desde que a numeração foi tornada fixa em 1995/1996:

 

1995/1996 Rui Jorge
1996/1997 Rui Jorge
1997/1998 Rui Jorge
1998/1999 Fernando Nélson
1999/2000 Rubens Júnior
2000/2001 Fernando Nélson
2001/2002
2002/2003 Pedro Emanuel
2003/2004 Pedro Emanuel
2004/2005 Pedro Emanuel
2005/2006 Ricardo Costa
2006/2007 Pepe
2007/2008 Pedro Emanuel
2008/2009 Pedro Emanuel
2009/2010 Raul Meireles
2010/2011
2011/2012 Lucho González
Link: