Demografia da bola


Infografia interactiva retirada do Público, descoberto no Briosa

O número para a percentagem de aproveitamento dos escalões jovens é ridículo quando comparado com a grande maioria dos países de “topo”. Reparem nos valores da Holanda e da Bélgica (entre outros), países que se podem comparar connosco em termos de dimensão territorial e demográfica. Até podemos não aproveitar todos, mas não me digam que não temos rapazes na formação que possam fazer o mesmo que muitos estrangeiros que cá aparecem. Aqui não há xenofobias nem racismos, simplesmente a constatação que não precisaríamos deles se houvesse uma aposta na rentabilização da catraiada. As dualidades Mariano/Ukra ou Souza/Castro surgem rapidamente como bons exemplos.

É uma parvoíce e continuo a não perceber o fluxo constante de sul-americanos que aparecem sempre acompanhados pelos seus empres…ah, ok, se calhar já percebo.

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Votação: Mercado de Inverno: reforços?

Esta é uma altura sempre mais ridícula do que devia ser. Os nomes aparecem na imprensa como contactos de massagens exóticas no Record, cada um deles apregoado como o salvador da pátria mais próxima e contentores de brasileiros aparecem vindos de equipas como o Ichupeguaçú ou o Garatinguetaguá para tirar o lugar aos outros brasileiros que tinham chegado no início da época. Enfim, é uma parvoíce. Mas compreendo que as equipas precisem de reajustar alguns nomes e aproveitar para dispensar o bêbado que chega sempre tarde aos treinos ou o gordo que insiste que “feijoada é saudável” e assim sendo convém saber, para além dos jornalistas, que sector é que a malta acha que devíamos reforçar. Mais de 400 pessoas votaram assim:

  • Guarda-redes: 1%
  • Defesa: 13%
  • Meio-campo: 2%
  • Ataque: 53%
  • Não é preciso: 27%

Quanto vejo tantos votos para o ataque não posso deixar de pensar que a maior parte da malta se refere em particular ao centro do ataque, já que as alas estão com gente a mais e ainda que Mariano só agora volte e tanto o Ukra como o Cebola estão a defraudar expectativas, a zona que poderia precisar de mais um rapaz seria a da área. Falcao está cansado e Walter é o único que sobra, por isso ainda podemos ver entradas para esse sector até ao final de Janeiro. Para além disso sinceramente não vejo necessidade de retoques…

Próxima votação: Liga Europa: vamos passar frente ao Sevilha?

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SWOT – 2010/2011 – Resultados a meio da época

No passado mês de Agosto fiz uma análise SWOT sobre a nova temporada do FC Porto e o facto de ser uma época de mudança para todos, com um novo treinador e alguns novos jogadores a pegarem no touro pelos cornos. Chegou a altura de um pequeno balanço nesta fase de descanso natalício. Segue abaixo:

Os vistos verdes representam items que estavam correctamente estimados, os vermelhos foram especulações rotundamente erradas e os amarelos são pontos de incerteza. Não quer portanto dizer que os items que estão marcados a verde são benéficos para o clube nem que os vermelhos são prejudiciais (se bem que como todos sabemos, o vermelho tende a sê-lo), apenas traduzem uma análise correcta ou não.

Vamos lá perceber então se a época está a corresponder às (minhas) expectativas:

STRENGTHS (Pontos fortes):

Nem preciso de entrar em detalhe, certo? Tudo o que se assumia veio a ser comprovado.

WEAKNESSES (Pontos fracos):

Aqui já há pontos que não foram previstos na mesma medida correcta dos pontos fortes no que acabou por resultar em benefício do clube:

– Falta de alternativas na frente de ataque na ausência de Falcao, já que Walter precisa de forma física e não há mais nenhum ponta-de-lança. – Continuo a achar que Walter ainda não é uma alternativa credível a Falcao para ser titular, e caso o colombiano não jogue terá sempre de haver alguma adaptação de Hulk a ponta-de-lança ou então mudar o sistema para um 4-4-2 que, admita-se, não está ainda oleado na perfeição.

– A saída de Bruno Alves ainda não foi suprida e internamente Maicon ainda não tem experiência suficiente para se afirmar em pleno. – Já a saída de Bruno Alves parece não ter feito grande mossa, apesar das bolas aéreas já não serem quase sempre dominadas em voo, mas a forma de Maicon (quando não se põe a brincar como em Alvalade) colocou o ex-capitão quase no esquecimento precoce e Otamendi parece cada vez mais um valor seguro.

– Fecho tardio do plantel, com elementos a chegar ainda não integrados e outros que estando integrados podem facilmente sair. – O plantel fechou a horas, sem compras loucas (Prediger e Valeri no ano passado, lembram-se?) e não fossem os casos Walter e Kléber e não tínhamos tido grandes motivos de conversa no defeso. Bruno e Raul eram já sabidos que iam sair, só não havia a certeza para onde…

– Em alguns casos as diferenças entre os titulares e as alternativas é grande demais para garantir segurança, seja por período de adaptação curto ou por falta de qualidade. – O ponto mais importante é mesmo este último. É verdade que temos alternativas mais credíveis que no ano passado mas a equipa ressente-se quando as alterações são grandes ainda que pontuais, como aconteceu com Emídio no lugar de Álvaro, Walter em vez de Falcao ou Ukra/Cebola a substituir Varela. Apenas para o final de 2010 é que houve uma mescla mais produtiva, com Ruben a crescer de forma, Fucile e Sapunaru ambos em bom nível, Otamendi mais calmo e James a mostrar o que vale. Espero que continuemos a melhorar em 2011, porque os primeiros 3 meses não foram seguros caso os titulares se lesionassem. Como sempre tenho dito, aceita-se mas é preciso mais e melhor.

OPPORTUNITIES (Oportunidades):

– Possibilidade de chegar mais longe na Liga Europa que na Liga dos Campeões. – Na Liga Europa ainda não chegamos aos 1/8s por isso o patamar standard da Champions ainda não foi atingido, por isso esperamos todos para ver…

– Menos pressão para vencer da parte da imprensa pode levar a boa gestão de expectativas. – Numa palavra: balelas. Mal a comunicação social começou a ver que havia ali material de qualidade e que a primeira derrota não surgiu, foi automática a forma como as pressões se intensificaram, culminando com o jogo frente ao Paços. Pressão? Venha ela!

– Permitir a gestão do plantel por forma a rentabilizar o máximo dos jogadores, permitindo utilização de todos em várias competições. – Todos os jogadores foram utilizados até esta altura. Mais uma vez, excelente gestão do plantel.

– Voltar a apostar na “prata da casa” por forma a não gastar verbas astronómicas na contratação de jogadores de valor não confirmado. – Não posso dizer que tenha havido uma aposta clara nos putos da formação, apesar da chamada constante de Badr, Maia, Kadu ou Tiago Ferreira (entre outros) aos treinos dos seniores. Castro e Ukra tem sido usados de forma intermitente, com menos jogos que outros jogadores “caros” que existem no plantel como Walter, James ou Souza, mas a diferença está na qualidade. Castro poderia perfeitamente ser alternativa a Souza ao passo que a diferença de produção entre Ukra e Cristian Rodriguez não é suficiente para que o uruguaio tenha levado a melhor. Espera-se pelo mercado de inverno para saber se ficam ou se vão rodar.

– Juntar os adeptos à equipa depois do desânimo geral causado pela má época 2009/2010. – Sem comentários. Estamos todos com a equipa e o número de espectadores no Dragão é prova disso.

THREATS (Ameaças):

– Pouca paciência dos adeptos para sequências de resultados negativos. – Ainda não houve uma “sequência” de resultados negativos, e os três empates (dois para o campeonato e um na Europa League) não são propriamente negativos já que um foi em Guimarães, outro em Alvalade e outro frente ao Besiktas, e em todos terminamos o jogo em inferioridade numérica. Já se ouviram assobios no Dragão mas espero que os pipoqueiros se acalmem.

– Reforço do plantel em desespero de causa se não conseguirmos os acordos com os jogadores pretendidos. – Nada a comentar. O investimento foi normal e o facto de Kleber não jogar agora de azul-e-branco serve para provar que não fomos gastar dinheiro à louco.

– Pouca utilização pode levar a baixa de moral para alguns jogadores (Beto, Castro, Ukra…). – Qualquer um destes rapazes tem vindo a dizer que não está insatisfeito, apesar de querer jogar mais. Assumo que a gestão de plantel é complicada mas moralmente parece-me tudo bem.

– Inexperiência do treinador pode ser aproveitada por oponentes com mais “calo”, particularmente com resultados negativos. – Mais uma vez…é preciso para isso ter resultados negativos. E não incluo aqui a irascibilidade de Villas-Boas nos empates em Guimarães e Alvalade porque, sinceramente, foi extrapolado em demasia pela imprensa.

– Acumulação de jogos em fases cruciais (Setembro), a somar a ausências pontuais de alguns jogadores em competições internacionais – A qualificação para a fase de grupos da Europa League passou sem espinhas e os jogos da Selecção deixaram poucas mazelas. O plantel deu conta do recado.

Estamos perto de terminar a primeira volta. Será que a segunda parte do campeonato vai trazer novidades?

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Neste Natal…

Que o Falcao continue humilde e a marcar golos como o Van Basten se jogasse na 3ª divisão búlgara…

Que o Hulk permaneça até ao fim da época…

Que o Fucile faça o mesmo…

Que o Helton se mantenha bem-disposto e confiante, que toque lá a música dele mas que não a passe para o campo…

Que o Sapunaru não se meta no álcool de novo…

Que o Álvaro trate bem das pernas porque vai precisar delas na segunda volta…

Que o Varela recupere rápido porque faz falta…

Que o Guarín não regrida um ano e continue a ser prático e objectivo a jogar…

Que o Walter passe a semana de Natal no ginásio do Biggest Loser…

Que o Maicon deixe de brincar na defesa…

Que o Otamendi continue a ver bem ao longe porque os carrinhos são bons mas arriscados…

Que o Villas-Boas consiga motivar os rapazes até ao fim em todas as provas e lhes mostre que a vitória só chega quando se levanta o troféu…

Que os adeptos voltem a encher o Dragão em 2011…

E acima de tudo…que sejamos campeões!

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Focus!!!

Este ano temos assistido a um FC Porto com duas caras. Muito prático e eficaz nos jogos grandes contra equipas fortes e que não se remetem à defesa durante quase todo o tempo de jogo, ao mesmo tempo que é menos criativo e atravessa maiores dificuldades em furar defesas que se fecham em campo, especialmente quando fecham as linhas entre meio-campo e defesa. Parece que a inspiração têm batido contra uma parede de cimento e que o movimento dos nossos elementos mais profícuos se limita a incursões de Hulk ou a cruzamentos da lateral que nem sempre chegam ao sítio certo.

Não partilho da fé comum que a equipa está desmotivada e a navegar em velocidade de cruzeiro desde o jogo contra o Benfica no que diz respeito aos jogos da Liga. O jogo de Viena provou que não estamos adormecidos, bem como a segunda parte contra o Sporting, apesar de contra-balançarem contra as exibições mais descoloridas contra Portimonense, Moreirense e Setúbal. Estes três jogos têm em comum três defesas fechadas, três formações sempre atrás da linha da bola e com fugazes tentativas de contra-ataque que raramente resultaram em perigo. Não quero arranjar desculpas, mas parece que toda a gente se está a esquecer que o jogo contra o Portimonense se seguiu a um jogo extraordinário contra o Benfica, com toda a pressão moral e física que foi libertada do lombo dos nossos homens, e que o jogo contra o Setúbal vem depois de uma vitória excepcional na neve de Viena, num jogo extremamente difícil e cansativa. É natural que haja algum relaxamento pela vantagem obtida, mas é preciso continuar com confiança mas com luta, com inteligência mas com sacrifício. Confio em Villas-Boas para conseguir dar a volta à cabeça dos rapazes e fazê-los regressar já neste sábado a uma boa exibição.

A época 2010/2011 têm sido um conjunto de altos e baixos exibicionais, mas uma coisa nos têm mantido orgulhosos e bem-dispostos: continuamos invictos e a liderar a Liga. E todos os Portistas esperam que continuemos assim durante muitas semanas.

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