A Besta


Não tem sido normal fazer posts sobre jogadores de outras equipas, mas este rapaz merece uma pequena excepção. Seria sem qualquer dúvida omisso da minha parte deixar passar os eventos de ontem na meia-final da Taça da Liga entre Sporting e Benfica sem comentar devidamente.

Quem me conhece sabe a que nível coloco o já-não-tão-jovem jogador do Sporting, João Pereira. Formado no Benfica, cresceu em Braga e ganhou nome no futebol português como um lateral rápido, agressivo, que luta pela vitória e que coloca tudo em campo. Acabado o louvor ao rapaz, sigo do prélio para o motivo desta pequena análise: João Pereira é, sem grandes rodeios, uma besta.
Mas então…luta, esforça-se, deixa a pele em campo, blá blá, e é uma besta? Sim, uma besta.
Comparo muitas vezes João “A Besta” Pereira ao nosso Jorge Fucile. São similares em estilo, ambos bastante agressivos e lutadores, algo displicentes quando acham que não é preciso correr tanto (“se calhar até dá para fintar este, oh porra que já perdi a bola, cá vai um toquezinho no calcanhar e espero que o árbitro não veja, oh porra amarelo agora tenho de ter cuidado”) e acima de tudo são laterais que transfiguram o jogo de uma equipa pelas suas próprias características, aparecendo a fazer o overlap muitas vezes durante o encontro, arrastando defesas adversários e criando espaços nas alas. João e Jorge são parecidos, mas não iguais. Fucile também sofre de alguma Pereirite em excesso, mas controla-se, especialmente nos jogos grandes. João não.
Como o Inter com Materazzi, o Manchester United com Vidic ou o Corinthians com Roberto Carlos, João Pereira é um risco para a sua equipa, uma liability, se quiserem. Jogar com João Pereira é arriscar a qualquer altura ficar com 10. E quando se apanha um Benfica em forma, é o mesmo que entregar o ouro ao bandido.
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Só um!


Recorrendo rapidamente à estatística, vamos rever todos os jogos realizados no Dragão a contar para a maravilhosa competição que é a Taça da Liga:

2008/09:
vs Setúbal, 2-1
vs Académica, 1-0
2009/10:
vs Leixões, 1-0
O meu prognóstico para amanhã: uma vitória por um golo. Já me chega.
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Baías e Baronis – FCP vs Naval


(foto retirada d’A Bola)

Não foi genial, mas cumprimos o objectivo. Recuperamos 2 pontos para o Benfica, ficamos mais 3 à frente do Sporting e ficamos à espera de saber se o Braga amanhã consegue manter a vantagem. Num jogo que tinha tudo para ser mais fácil do que foi, a equipa acaba quase sempre por complicar quando deve simplificar, recuar quando deve pressionar e relaxar quando deve acelerar. Enfim, o costume. Notas time:

BAÍAS
(+) Falcao, de novo. É inegável que está a atravessar um excelente momento de forma, marcando em vários jogos consecutivos e acima de tudo funcionando como um pivot quase perfeito para os outros avançados e médios ofensivos surgirem no espaço. Mais um golo pleno de oportunismo e capacidade de colocação na área, a somar a uma assistência para o golo de Varela. Tem um pormenor delicioso onde saca um cartão amarelo a Daniel Cruz que me vai ficar na memória.
(+) Helton mostrou hoje como se deve exibir um guarda-redes de uma equipa de nível mundial. Tocou poucas vezes na bola, mas sempre que tal aconteceu fê-lo com segurança e a mostrar aos companheiros da defesa que estava lá se fosse preciso. Evitou o 1-1 por diversas vezes e a defesa que fez depois de remate de Simplício acabou por deixar um grande marco no jogo. Caso não o tivesse feito, o jogo teria sido bastante diferente. Obrigado, Helton, pelos três pontos!
(+) Fucile esteve de novo em grande nível. Foi um tampão a muitas jogadas da Naval pelo seu flanco, recuperando sempre com grande velocidade e com a agressividade suficiente para roubar muitas bolas aos avançados e servindo para a frente com certeza no passe.
(+) Tomás Costa marcou um golo merecido e apesar de nalguns períodos da primeira parte ter parecido meio perdido em campo, cedo recuperou o posicionamento e foi muito importante na cobertura a Ruben e especialmente a Belluschi, que nunca sabia onde devia estar.
BARONIS
(-) Infelizmente esta época já está conhecida como a época do relax pós-intervalo. Continua a acontecer consecutivamente, numa altura em que o FC Porto está à frente no marcador, acaba por tentar descansar cedo demais e arrisca sofrer um golo que pode ser vital para a equipa adversária. Não estamos em alturas de facilitar um minuto que seja, porque numa desatenção defensiva, um passe transviado, um cruzamento sem olhar ou uma descoordenação a meio-campo podem ditar perdas de pontos, que nesta altura poderiam ser fatais.
(-) Belluschi esteve mais uma vez absurdamente mal. Passes falhados a rodos, lentidão e indecisão depois de passar o meio-campo acabam por transformar um crescendo de forma aparente num pico que parece já ter passado. Espera-se pelo regresso de Meireles.
(-) Varela esteve abaixo do normal. O golo acaba por salvar uma exibição fraca, trapalhona e com pouca clarividência. Continua a marcar e a fazer jogar mas parece estar em baixo fisicamente e a equipa pode-se ressentir disso num futuro bem próximo. Se ao menos tivéssemos Hulk para ir jogando, mas nem isso…
(-) A equipa da Naval é mais uma das que devia descer de divisão já este ano, juntamente com mais umas 6 ou 7. Enquanto o jogo esteve empatado, defenderam com 11 jogadores. OK, é normal, dirão. A perder por 1, continuaram a defender com 11. A perder por 2 e por 3…também. É fraco demais, é mesquinho e pobre. Inácio, que já foi campeão nacional uma vez como treinador principal e algumas como adjunto, já tem experiência para saber que não tem nada a perder se jogar para ganhar. Porque jogar para não perder tende a dar nisto. E ainda bem.
Três pontos conquistados, dois recuperados e algumas dúvidas. Ao intervalo falei com o meu pai e aparentemente pela TV o jogo estava a ser bem agradável e activo. Ao vivo, fiquei com a mesma ideia que tenho vindo a criar sobre a equipa: estamos melhor, mas não o suficiente para me convencer que estamos prontos para mostrar futebol a sério. Mas uma coisa já dá para notar, a equipa está a jogar algum futebol que era incapaz de fazer aqui há dois meses e muita dessa mudança se deve a Ruben. Vamos ver quando regressarem Meireles, Rodríguez e especialmente Hulk. Até lá temos um jogo para ganhar na quarta-feira!
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Transferência?

(in O Jogo)
Tenho-me mantido aparte destas controvérsias todas porque fundamentalmente gosto de futebol e acredito que lutar contra metafóricos moínhos de vento é uma perda de tempo. Ainda que possa haver uma campanha deliberada para abater o FC Porto (e por arrastamento o Braga) como alegam muitos blogs portistas, opto por não me envolver nestas questões porque não ajuda nada à qualidade do jogo no terreno, o que verdadeiramente interessa.
Ainda assim, achei piada ao lapso na nota de culpa ao Sapunaru. Eles são tantos processos disciplinares que um gajo até se engana. Se eu me quisesse juntar aos teóricos da conspiração, cá ia mais uma acha para a fogueira. Como não o faço, limito-me a achar que Renato Dias Santos é um senhor ingénuo que não relê o que escreve.
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Valeri out, Ruben in

Aqui está mais uma confirmação da falta de confiança que Jesualdo coloca nalguns dos jogadores que tem no seu plantel e que entraram ainda este ano. É certo que Ruben Micael e Valeri competem pela mesma posição e que o madeirense fez mais em três jogos que o argentino no resto da época (apesar de terem sensivelmente o mesmo número de minutos, Ruben com 258 e Valeri com 275), mas Valeri acaba de perder muito terreno na luta por uma eventual titularidade.
Valeri pouco tem mostrado de positivo e mesmo com a baixa forma de Belluschi desde o início da temporada, nunca o ainda jogador do Lanús se conseguiu mostrar em nível suficiente para convencer o treinador a dar-lhe uma oportunidade a sério na equipa titular. É mais um exemplo, a somar ao de Prediger e outros no passado (Mareque, Bolatti, Benítez et al), que o mercado argentino nem sempre serve para enriquecer o plantel mas sim para encher os bolsos de alguns empresários. E tantos putos a pedir para jogar…
De notar igualmente a entrada de Nuno André Coelho para o lugar de Sapunaru. David Addy vai ficar a ver a Champions’ da bancada, o que era expectável tendo em conta o pouco tempo que tem de azul-e-branco.
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