Também podemos ir para o Guinness?

Tenho a firme convicção que todos os clubes têm sólidas bases de queixa da arbitragem, seja em que contexto fôr. Um fora-de-jogo mal tirado, um golo mal validado, um atraso para o guarda-redes mal avaliado (sim, incluo o ingénuo do Rui Patrício neste lote) ou qualquer outra situação de jogo que tenha sido mal ajuizada pela equipa de arbitragem.

Mas aposto que deve ser um recorde o número de vezes que fomos prejudicados em confronto directo com o Benfica nos últimos anos.

PS: Sim, abri as hostilidades. Aos benfiquistas que costumam visitar o Porta19, fica a mensagem. Como sabem sou um gajo razoável e tento não ser exageradamente agressivo, mas há duas semanas por ano (pelo menos) em que há que picar o rival com tudo o que se puder atirar. Por isso para não se chatearem comigo, voltem no Domingo. Até lá não vai haver nada que vos interesse muito por estas bandas.

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Até podiam ser 30 milhões

“O caso Roberto, que “gerou” fluxo financeiro de 17ME sobre o qual conviria reflectir, é um case study da estupidez natural da pasquinagem lusitana. Podiam ser previdentes, noticiarem só a venda – já em si uma boa notícia para “eles” – sem fazer cálculos, pouparem-se ao ridículo de veicularem informações em que ninguém de bom senso acredita. Já não se acreditou nos 8,5ME de há um ano – um empate de dinheiro, de resto sem dividendos desportivos e com a consequente perda financeira, que não dá lucro algum a não ser nas cabeças simplórias. E sabem os pasquins nacionais de jogadores, vários, anunciados por 900 mil, 1 milhão, 5 milhões e por aí fora que foram mentira. Mas é esta a natureza da coisa: falsa. E com cheiro a mofo.”

Zé Luís, in Portistas de Bancada.

Assino por baixo, sublinhado a vermelho, porque é a côr da moda.

O que é mais interessante neste negócio é mesmo a forma como se esconde à vista de todos o que é um bom negócio do ponto de vista desportivo mas uma falácia financeira. Enquanto houver gente que pensa pela sua própria cabeça e não engaveta as manchetes de jornais que não arranjam tamanhos de fonte maiores para as parangonas mentirosas que apregoam, este tipo de negociatas não passam incólumes.

Fossem todas as notícias fáceis de comentar como esta:

“O Saragoça está em insolvência, tem uma dívida de 93 milhões de euros e recorreu voluntariamente à administração judicial para combater o risco de falência e conseguir chegar a acordo com os seus credores. Mesmo assim, na passada sexta-feira, o emblema da I Liga espanhola recebeu o cobrador do fraque, que pretendia cobrar dívidas antigas ao presidente do clube, Agapito Iglesias, durante a apresentação do avançado mexicano Efraín Juárez. Três dias depois, o Benfica anunciou à CMVM a venda de Roberto ao Saragoça por 8,6 milhões de euros, mais 100 mil euros do que havia pago ao Atlético de Madrid pelo passe do guarda-redes espanhol.

Depois de voltar à I Liga e ter sofrido para segurar a permanência, Agapito pôs em marcha – em Maio de 2010 – o plano de reestruturação financeira para combater a crise económica e impedir o crescimento da dívida, mas sem efeito. Na última terça-feira, em representação da sociedade anónima desportiva do Saragoça e por ordem do presidente e máximo accionista, os advogados do clube apresentaram a documentação necessária no tribunal, assumindo a insolvência. Em paralelo, o clube foi construindo a equipa para a próxima época. E contratou ontem o guarda-redes Roberto.”

in Público, 2 de Agosto de 2011

Vale e Azevedo, numa qualquer espreguiçadeira no Pacífico Sul, estará a pensar: “Se fosse eu atiravam-me outra vez para a choça por fraude. Se me apanhassem, claro! (inserir riso comicamente maquiavélico)”

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União de mentes

Sempre tive as minhas dúvidas quanto à veracidade de algumas hipóteses que me lembro de postular, porque a maioria delas são mesmo uma valente borrada, mas acabo por ter a confirmação de uma delas de uma forma mais ou menos inesperada, porque sinceramente pensava que o homem era mais inteligente que isto. Mas ainda assim cá vai: a única coisa que pode acabar por unir os adeptos do FC Porto e do Benfica é o desprezo pelo Rui Gomes da Silva.

E tanto portistas como benfiquistas podem dizer que ele merece, de todos nós e por motivos diametralmente opostos, ser comparado com um monte de fumegante estrume. É uma personagem shakespeariana, daquelas que aparecem lá para o meio do segundo acto e que dizem três ou quatro barbaridades para rapidamente se esconderem atrás dos panos enquanto o eco do Coro passa para o próximo prólogo. É um parvo, um bardo do Asterix, que sofrerá sempre pela boca e só não é amordaçado pelos próprios amigos, como o Cacofonix das histórias do irredutível gaulês (assim uma versão do Platini mas em bom), porque lhes dá jeito ter uma besta a quem podem atirar as culpas quando as coisas correm mal.

Por isso uno-me aos adeptos do Benfica por uma singela ocasião. Começa a cagança do pavão, é verdade. Estarei aqui para bater palmas quando o final do ano chegar e a profecia bacoca não se cumprir. Mas não desesperemos: este naco de carne bolorenta vai sem dúvida arranjar mais uma desculpa para isso.

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