Littlewood's law

A Lei de Littlewood afirma que um indivíduo tem boas hipóteses que lhe aconteça um milagre por mês.

Vencer na Luz por mais de dois golos, para a grande maioria dos Portistas conscientes da dificuldade da tarefa, será pouco menos que isso.

Mas não será um milagre. Muito menos um evento cósmico.

Vai ser difícil. Vai ser muito difícil. Vai ser um confronto de vontades, de garra e de fibra.

Não temos nada a perder. Eles têm vantagem, e das boas, e nós temos de lutar para sairmos de lá com o bilhete para o Jamor.

Rapazes…estou convosco. Estamos todos convosco. Se vencerem, estamos convosco. Se não conseguirem, estamos convosco na mesma.

Força.

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Dia 20. 20h30. Estádio da Luz.

You say the hill’s too steep to climb
Just climb it
You say you’d like to see me try
Climbing
You pick the place and I’ll choose the time
And I’ll climb
The hill in my own way
Just wait a while for the right day
And as I rise above the tree lines and the clouds
I look down
Hear the sound of the things you said today

Fearlessly, the idiot faced the crowd
Smiling
Merciless, the magistrate turns ‘round
Frowning
And who’s the fool who wears the crown?
And go down in your own way
And every day is the right day
And as you rise above the fear-lines in his brow
You look down
Hear the sound of the faces in the crowd

 

Fearless
Meddle
Pink Floyd

 

Se não conhecerem a música, procurem-na. É a banda sonora ideal para este jogo.

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Já chega.

Mais um comunicado. Desta vez sobre um imbecil qualquer que tem algum tempo de direito de antena na Benfica TV, brotado da fel que o idiota pontualmente escreve no blog colaborativo e intensamente enojante de nome Tertúlia Benfiquista e que passou como que por uma gosmenta osmose para o canal oficial do clube que apoia.

Não alimento mais estas guerras. Chega de comunicados. O que eu quero é ver a bola a rolar amanhã em Moscovo e no Domingo no Dragão. O resto só serve para alimentar ódios e dar nome a meia-dúzia de meninos-bem que têm egos maiores que a cabeça. Não contem comigo para isso.

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Os 15 pecados de Duarte Gomes vistos do meu sofá

É raro comentar arbitragens, como sabem. Mas abro uma excepção para este caso para usar como uma espécie de mini-manifesto para que possam avaliar a forma como vejo estas coisas. É impossível para um árbitro ser eficiente a 100% durante um jogo e a grande maioria dos lances são muito difíceis de avaliar. Ainda assim, por vezes vêem-se decisões estranhíssimas e por isso cá vão as minhas opiniões sobre os 15 pecados de Duarte Gomes que foram assinalados pelo FC Porto ontem em conferência de imprensa:

 

2 minutos: Assinalada falta de Otamendi num lance em que nem sequer toca em Saviola. Aimar protestou e viu cartão amarelo.
Não há falta, mas ainda que houvesse não devia por isso ter parado o jogo, prejudicou o Benfica que ia para a frente com perigo.

5 minutos: Fábio Coentrão bloqueia Hulk com o braço na área do Benfica. Não foi assinalada qualquer infracção.
Não vejo falta nenhuma. O Hulk aproveitou o facto de estarem os dois embrulhados e acaba por ver se cola o penál. Não colou, siga.

6 minutos: Saviola atinge Helton já sem hipóteses de chegar à bola. Sem admoestação.
Amarelo por mostrar. Limpinho.

6 minutos: Aimar escapa, sem explicação, ao segundo cartão amarelo, após entrada dura, pelas costas, sobre Falcao.
Compreendo que não o tenha expulso. Benfica vs FCP, seis minutos, mandar um gajo para a rua era entornar logo o caldo. Mas arriscou-se a perder o controlo do jogo.

15 minutos: Penalti assinalado contra o FC Porto, Otamendi e Jara estão ambos em contacto, mas só foi visto pelo assistente o contacto do jogador do FC Porto.
Não há falta nenhuma. Não é só em Portugal é que se marcam estas bichonices, mas aqui é um exagero. Otamendi está, tanto como Jara, a tentar ganhar posição. Ambos usam os braços e Jara sabe que está dentro da área e “cede” ao contacto. Não simula penalty mas também não o sofre. Amarelo mal mostrado.

21 minutos: Sidnei atinge intencionalmente Falcao na face, com o cotovelo. Com a perna direita, ainda pontapeou o jogador do FC Porto. Não aconteceu nada.
É bruto, mas não me parece uma agressão. Se assim fosse o Bruno Alves nunca tinha acabado um único jogo. Nem dezenas de centrais por aí fora.

31 minutos: Jara teatraliza lance na área do FC Porto, sai impune e Fucile vê amarelo.
Fiteiros, todos. O Jara vai contra o Fucile e atira-se para o chão. O Fucile não tem nada que se ir lá meter na confusão e apanha amarelo. Não me choca, mas se o Jara também levasse também não me chocava.

34 minutos: Jara joga a bola intencionalmente com o braço, tentando enganar o árbitro.
Depende do critério do árbitro e se viu ou não o lance. Se não dá aqui, não dá a nenhuma outra mão intencional.

36 minutos: Jara repete, na cara de Duarte Gomes, e, mesmo tendo o árbitro a certeza da segunda tentativa de engano, não mostra nunca o respectivo amarelo.
À primeira todos caem. À segunda cai quem quer. Ainda por cima Duarte Gomes avisa-o pela segunda vez. Para quê?! Amarelo por mostrar.

62 minutos: Entrada perigosa em tackle lateral de Fábio Coentrão. Já tinha visto o amarelo aos 21 minutos. Era expulsão por acumulação de amarelos.
Arriscou muito, o shôr Fábio. Podia ter levado o segundo amarelo, mas como Fucile já tinha tido uma entrada do género e também não foi expulso, compreendo o critério.

67 minutos: Agressão inequívoca, ao pontapé, de Javi Garcia a Varela. Só viu amarelo.
Indesculpável e impossível de perceber. Ah, esqueci-me da justificação do Rui Gomes da Silva: “o Varela deixou a perna para trás”. Foi isso. Vermelho limpo.

69 minutos: Segundo amarelo a Otamendi num lance de corpo a corpo, junto à linha lateral, num claro exagero disciplinar, ainda mais tendo em conta o critério utilizado durante todo o jogo.
Aqui é que não percebo mesmo. Depois de entradas de carrinho do Aimar, Coentrão, Fucile et al, este rapaz está na linha lateral, longe da baliza…e leva o segundo amarelo? Não percebo e não concordo.

71 minutos: Agressão de César Peixoto a pontapé a Guarín. Sem castigo disciplinar.
Outra limpinha. É vermelho e bem vermelho. O César sabe perfeitamente o que fez.

78 minutos: César Peixoto, de novo, sobre João Moutinho. Rasteira clara. Árbitro nada assinalou e Peixoto acabou o jogo sem amarelo.
Amarelo para César Peixoto. Limpinho.

78 minutos: Cardozo tenta atingir Helton de forma brutal. Tentativa de agressão passa impune.
Sim, ma non troppo. Tentou, é verdade, mas é difícil para o árbitro ver. Ainda assim foi um porquinho.

 

 

A somar a estes tópicos posso somar os que nos beneficiaram, que o Antero não mostrou. Devia, mas isso era sonhar com uma utopia que não verei na minha vida. Do que ainda me lembro, temos uma entrada rija do Fucile sobre Salvio/Gaitán e uma entrada ridícula do Moutinho a pés juntos, mais para o final do jogo. O Fucile arriscou, como o Coentrão aos 62 minutos, mas o Moutinho era vermelho directo. Nem lhe dava hipótese de abrir a boca.

O que custa mais nesta situação toda é mesmo a nota do observador. Que Duarte Gomes não tenha querido estragar o jogo e causar um motim na Luz, compreendo. As expulsões de Javi ou César, mais que a de Moutinho, gerariam um barulho enorme e o árbitro provavelmente não aguentou a pressão. É humano, compreende-se. O que não entendo é a incapacidade do observador de ver as coisas como uma pessoa normal veria. Sem óculos, sem clubites, só com profissionalismo.

Acredito que não concordem comigo em alguns dos lances. Em todos. Em nenhum. Mas é assim que eu vejo o jogo. E as pessoas têm de meter na cabeça que não é por fazerem uma análise fria e consistente com o que acabaram de ver, mesmo que pontualmente vá contra os seus interesses, que vai fazer deles traidores ao clube. E vou continuar a ver os jogos sempre assim, porque só quando tiramos as pálas dos olhos é que podemos dizer com verdade que gostamos de ver futebol.

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O putativo cristo

Prepara-te, rapaz. Muito do que se passou ontem vai cair nas tuas costas tão depressa quanto a bola ontem te fugiu das mãos no primeiro golo. Porque no teu clube e em geral no futebol português, é mais fácil arranjar culpados individuais do que afectar as estruturas.

Mas uma coisa é certa: devias ter agarrado o raio da bola. Assim eras menos saco de porrada do que vais ser.

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