Baías e Baronis – Marítimo 0 vs 1 FC Porto

foto retirada da conta de twitter do Otávio

Um bom jogo de uma boa equipa com bons jogadores, liderada por um bom treinador. Ninguém é genial, ninguém é maravilhoso e merece estátuas. Ao mesmo tempo todos são maravilhosos e merecem esculturas de bronze com peitorais bem definidos, feições heróicas e sorrisos de quem sabe que a conquista é quase inevitável. Uma equipa que esteve sempre focada no objectivo, que tentou o golo de uma forma constante mas tranquila e que acabou por lá chegar pelo homem que marca a diferença nesta época. Moussa é, sem qualquer dúvida, a figura do ano. Notas abaixo:

(+) Marega. Já não sei muito bem como qualificar o rapaz. Ele sabe, ele tem de saber que não é um excelente jogador de futebol. É um atleta estupendo, um ser humano com uma capacidade física acima da média, mas como jogador de futebol é mediano. Jeitosito, vá, como o Carsten Jancker era jeitosito. Mas a forma como Marega se tem mostrado é uma evidência do aproveitamento que o treinador lhe deu e da maneira como adaptou o jogador ao esquema (ou criou o esquema a pensar no jogador, que é quase tão brilhante como assustador), que no fundo acaba por oferecer um campeonato a um clube que não chegou lá com portentos de técnica, esquemas inteligentes, abordagens cautelosas ou inovadoras. Foi com um maliano de cem quilos. E funcionou.

(+) Fome. Herrera e Brahimi são os elementos em que mais se nota esta vontade de comer. Esta intensa e imensa vontade de ganhar, de ser campeão. Não digo que não se veja esta garra nos outros rapazes (Marega, Ricardo e Telles, por exemplo), mas estes dois rapazes são as duas figuras de maior vontade, de maior empenho em finalmente vencer alguma coisa, eles que estão num clube que lhes foi vendido como ganhador e que até agora, também por culpa deles, estava a seco. E Iker, o que dizer de Iker Casillas, que tudo venceu como jogador menos o terrível título de campeão português? Todos os jogadores estão com uma tremenda vontade de vencer e conseguiram manter-se com a estabilidade mental e a capacidade física para vencer um jogo que era historicamente complicado e que lhes possibilita ser campeões na próxima semana, em frente aos seus adeptos que os incentivaram desde o início do ano. Mar azul, amigos, mar azul para todos.

(-) Otávio. Não teve um bom jogo. Perdeu-se muitas vezes na não-zona que costuma ocupar e é essa uma das desvantagens que mais se fazem notar no meio da agilidade táctica que oferece à equipa: nunca tem um espaço próprio. É ala quando precisamos de construir, médio de cobertura na primeira fase defensiva e quase lateral a defender. Mas também lhe pedimos para cobrir o centro. E ajudar a pressionar. E, claro, a tapar na linha. E Otávio tem mostrado vontade mas não chega para tudo e fica sempre a meio termo de uma exibição decente. Hoje foi mais um desses dias, que deve mostrar ao treinador que nem sempre um faz-tudo consegue…aham…fazer tudo.


Um. Ein. Un. One. один. وا حد. Estamos quase lá.

Link:

Ouve lá ó Mister – Marítimo

Camarada Sérgio,

Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up. Don’t fuck this up.

Please. Don’t fuck this up.

Sou quem sabes,
Jorge

Link:

Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 1 Setúbal

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

Entrar a bater. Entrar a marcar. Marcar de novo. Limpar a testa do suor. Marcar novamente. Ufa que está calor e tal. Pum, outro golo. Ah, que coisa estranha, ainda ontem estava a chov…oh pronto, vamos lá outra vez. Pum. Chega? Mais um? Certo, podes ser tu agora, hipsterzuca. Tau. Problem solved, next! Notas abaixo:

(+) Marega. O terceiro golo mostra bem a diferença que se verifica quando Marega não está disponível para jogar numa equipa com o modelo do actual FC Porto. Mostra porque nunca aconteceria, porque se fosse Ricardo tinha caído ao fim de dez metros em luta com o central, se fosse Otávio nem chegava a dez metros, Corona tinha sido arremessado contra um painel publicitário e Soares ganharia em força mas não em velocidade. Marega, numa única jogada, mostrou tudo: força, velocidade, visão de jogo e capacidade técnica para manter a bola controlada e para a endossar com aviso de recepção para Brahimi encostar. Este é o mesmo Marega que por vezes tropeça na bola, cai sozinho e finta a relva. Yup, também não consigo explicar.

(+) Telles. Duas assistências e um excelente golo de livre directo num jogo que até foi relativamente tranquilo e onde os números falam mais alto que a exibição. Mas é e continua a ser um dos melhores laterais esquerdos que já passou pelo FC Porto, por tudo que tem mostrado em campo, pelos cruzamentos, pelos livres, pelas assistências e pelo empenho. Só lhe falta um título.

(+) Sérgio Oliveira. No início do ano, quem diria que este badocha iria ser titular no FC Porto? Muito embora o seja através da infelicidade alheia, a lesão de Danilo veio trazer um Sérgio cheio de moral, garra e esforço, bem acima do que esperaria dele nesta fase da carreira. Esteve mais uma vez em bom nível, com discernimento na saída com a bola, prático a movimentar a bola (às vezes demais, com uma falha que merecia que fosse levado ao poste, em alta velocidade, pelo Marega) e afoito na recuperação defensiva.

(-) Arbitragem. Pressão alta? Recuperação da bola em zona ofensiva? Capacidade de impedir o adversário de começar a construção no seu próprio meio-campo? Sim, sim e oh bébé sim. Tudo características do FC Porto de Sérgio Conceição que seriam colocadas em campo…se o árbitro não marcasse falta em 90% das bolas disputadas nestas circunstâncias e onde nem era preciso o jogador do FC Porto tocar no adversário para se ouvir o apito.


Tudo à Madeira. Não é decisivo mas é muito importante sair da ilha com os três pontos. Temos mais que equipa para isso.

Link:

Baías e Baronis – Benfica 0 vs 1 FC Porto

foto retirada do zerozero

Estes jogos não se vêem, não se observam, assistem, analisam. Estes jogos não permitem uma opinião racional, baseada em factos e números de cruzamentos, recepções orientadas e remates enquadrados com a baliza. Estes jogos não se vêem. Estes jogos sentem-se. E como tal, qualquer tipo de análise feita por mim nestas alturas peca por ser demasiado emocional, com muito pouca atenção ao detalhe, à minúcia que seria exigida com naturalidade para qualquer outro jogo. Como tal, peço desculpa mas cá vai: O HERRERA É O MELHOR JOGADOR DESTE LADO DO IMPÉRIO GALÁCTICO E SE ELE ME MANDAR VESTIR UMA SAIA DE PALHA E CANTAR KATY PERRY, WELL BABY YOU’RE A FUCKING FIREWORK! Ufa. Vamos a notas:

(+) Herrera. Lutas contra tudo, Hector. Lutas contra moínhos que surgem do solo e te travam o andamento; contra as superiores orelhas que ostentas nas laterais do teu crânio; contra adeptos que não te entendem e acham que devias ser um jogador melhor do que és e estariam dispostos a levar-te ao aeroporto no início da época (olá!)…há duas épocas, pelo menos; contra uma fronha que não te trouxe amigos toda a tua vida; contra uma quase patológica incapacidade de jogar cansado a um nível decente. Entre muitos outros obstáculos que se te vão aparecendo pela frente, que vais ultrapassando com maior ou menor dificuldade. E depois fazes uma destas. Tu, que fizeste aquela borrada num jogo contra estes mesmos rapazes e que sentias, talvez mais que todos os outros, a vontade de limpar a imagem. Tu, que és capitão de uma equipa que já morreu várias vezes e ressuscitou outras tantas, numa espécie de multi-take da Paixão que tem em ti uma figura principal. Tu, meu demente. Tu, que não jogas nada. Tu, que podes ter conquistado o campeonato.

(+) A importância de ter o Marega e não um “Marega”. É muito diferente ter aquele chaimite na frente de ataque e ter qualquer um dos sucedâneos que andámos a tentar adaptar com graus variáveis de sucesso. Porque Marega, por muito que possa ser complicado de perceber, é um jogador único de características únicas e com um impacto também único na equipa. A facilidade com que conseguimos esticar o jogo e assim continuar a cumprir o modelo do treinador depende muito da capacidade física dos jogadores que estão em campo e nenhum consegue oferecer o que Marega oferece. E hoje, no primeiro jogo depois de uma lesão prolongada…não fez um grande jogo mas pareceu fresco, rijo e cheio de vontade. Que continue assim até ao fim!

(+) A segunda parte. A primeira não tinha sido má, mas foi frouxa. Demorámos muito tempo a perceber o que fazer sem a bola e deu-me sempre uma ligeira sensação de contentamento com o empate, como se a equipa estivesse a jogar o que sempre quis mas sem arriscar muito para não colocar em perigo o resultado mas também sem procurar um que fosse melhor. E na segunda parte aparecemos com o mesmo esquema, os mesmos rapazes mas uma atitude mais audaz. Uma pressão mais agressiva, uma posse de bola mais prática, mais incisiva, acima de tudo mais Sérgio Conceição e as suas ideias que têm vindo a ser mostradas desde o início do ano. Acabámos por vencer depois de vários lances em que podíamos ter marcado. Nada mau para um candidato morto.

(-) Demasiada cautela na primeira parte. Como disse acima, a primeira parte não foi má de todo, mas foi lenta, com muitos jogadores a jogarem um pouco mais retraídos do que é habitual. Vi pouco Telles, preocupado com Rafa e Cervi; pouco Herrera, lento a desmarcar e mais lento ainda a tapar as subidas de Pizzi e Zivkovic; pouco Otávio, sem conseguir impedir Fejsa de controlar toda a zona defensiva e incapaz de furar para ajudar Soares, ele também bastante sozinho na frente. O Benfica esteve ligeiramente melhor que nós e Iker segurou bem o empate, felizmente. Acabou por resultar bem mas se o remate de Hector tivesse ido por cima, estaria agora a lamentar os quarenta e cinco minutos de avanço que lhes demos…


Quatro jogos para o final. Três vitórias para o campeonato. Dois jogos em casa. Um objectivo único. Está quase, amigos.

Link: