Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 0 Rio Ave

foto retirada do zerozero

Quem com cinco morre, com cinco mata. Grão a grão a grão a grão a grão enche o Porto o papo. Quando o Sá está fora, férias na baliza. Não sou adepto de adaptar clichés porque fujo deles mais depressa que o Hernâni quando vê a bola, mas era menino para andar aqui à procura de mais alguns porque hoje foi o dia do contra. Tudo correu bem, as bolas entravam na baliza, os passes até podiam correr mal mas um acabou por dar origem um auto-golo e até o VAR jogou a nosso favor. Espanto, surpresa, explosões de felicidade, amigos! Vamos a notas:

(+) O público, a equipa e o público com a equipa. Cinco dias depois de sofrermos uma das derrotas numericamente mais pesadas da nossa história, o Dragão encheu-se. E não houve assobios, críticas aos jogadores, ao treinador ou a quem quer que fosse. Houve apoio, constante e sonoro (a enorme assobiadela ao período em que Xistra esteve à espera do VAR foi notável) e apesar do primeiro golo ter aparecido bastante cedo, a malta pareceu sempre estar ao lado da equipa, sem apontar dedos nem puxar “galão de adepto” para insinuar que A ou B não estão lá com gosto. E é notável verificar que muitos destes adeptos já passaram por algo semelhante, com Arsenais ou Bayerns, e muitas vezes foram os primeiros a contribuir para a instabilidade em campo. A equipa ajuda pela forma como se bate e se empenha nos jogos, mas os adeptos parecem estar enfeitiçados – e digo isto de uma forma positiva, atenção – pelo futebol da equipa e valorizam o suor em detrimento de alguma excelência técnica e táctica que parece sempre ficar um pouquinho abaixo de outros tempos. Há simbiose, união de vontades e caminhos, que se nota em campo. Que termine bem, é tudo que peço.

(+) Soares. Está todo bem disposto em campo, marca golos e assiste outros e que bom que o está a fazer numa altura em que Aboubakar está todo parido das canetas. Com uma moral inversamente proporcional à capacidade técnica, Tiquinho continua a marcar, continua a jogar e acima de tudo continua a sorrir e a fazer sorrir, descansando os adeptos em relação ao futuro próximo e fazendo a equipa continuar na frente da Liga. Já agora, podes fazer o mesmo na quarta-feira? Agradecido, rapaz.

(+) Alex Telles. Só mais duas assistências. Continua a ser um jogador subvalorizado e se sempre me pareceu limitado tecnicamente, a verdade é que compensa alguma incapacidade para o 1×1 com uma força de vontade, garra e capacidade técnica específica no gesto que um defesa lateral é obrigado a fazer melhor: o cruzamento. E que continue assim, porque só hoje foram mais dois direitinhos para a cornadeira de um avançado. Não lhe posso pedir mais que isto.

(+) Pressão alta. Esta pressão alta surge depois de uma combinação de factores: a necessidade de Sérgio Conceição mostrar aos adeptos que a malta está viva e que o jogo com o Liverpool foi apenas um jogo e que o resto da época é para ser encarado com seriedade e vigor competitivo; a resposta a um estilo de jogo construído desde o guarda-redes como o Rio Ave fez nos outros dois jogos (e hoje também); um treino activo para o que terá de ser a nossa abordagem na quarta-feira, contra o Estoril. Funcionou muito bem, a malta agradeceu e o resultado subiu também à custa disso e só não subiu mais por algumas más decisões na finalização. Good show, chaps.

(-) Brahimi nos exageros. Até nem fez um jogo mau. Tentou sempre furar pela ala e até pelo meio acabou por ser uma peça importante, com aquelas pausas mesmo antes de endossar a bola para Marega ou Hernâni quase marcarem por várias vezes. Ou seja, não esteve mal. Só esteve mal numa coisa: em não saber parar. E é só por causa disso que me chateou, porque o que fez bem equilibra-se com o que fez…demais, porque não parecia conseguir soltar a bola naqueles momentos em que enfia a cabeça no chão e tenta fintar metade do universo conhecido e quando não consegue entra em modo parvo “eh pá eu tentei”. Sim, Yacine, mas não precisas de tentar sempre, homem. Há alturas em que podes passar a bola a outro e fazer com que seja ele a tentar. Só tenho medo que comece a deixar que as pernas ditem o jogo e se esqueça que é tão melhor que isso.

(-) WHAT THE FUCK, DUDE?!. Acho que há uma espécie de taser invisível que entra em acção em determinadas alturas e que afecta um ou outro jogador. Uns são reincidentes (Herrera, Felipe…) e outros parecem começar também a ser escolhidos como alvos (Soares, Telles…) numa ou noutra altura do jogo. Porque há pequenos passes como aquele do Herrera para trás ou do Corona também para trás ou do Felipe para a lateral ou até amortecimentos como o de Soares que me fazem acreditar numa espécie de entidade desconhecida e invisível que entra em campo e segreda uma ou duas palavras aos ouvidos dos rapazes e os deixa em modo imbecil durante uns segundos e os leva a cometer estas infantilidades. Há alturas, como hoje, que nada poderia vir ao mundo que causasse perigo para a nossa baliza, mas noutros jogos…aham…como na passada quarta-feira…em que o mal é bem maior. Vejam lá isso e purguem os tasers ou espíritos ou lá o que anda em campo a roçar-se nos cérebros dos rapazes. O povo agradece.


One down, many more to go. Agora, amigos, é manter a pressão alta na Amoreira e ganhar o jogo. Hoje foram cinco: na quarta-feira só precisamos de metade.

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Ouve lá ó Mister – Rio Ave

Camarada Sérgio,

Ainda falta muito para isto acabar? É que ao olhar para os teus/nossos moços, há ali gente que vai chegar ao fim da época e ainda durante a celebração do campeonato na Alameda vai atirar-se para o chão só para poder descansar um bocadinho, mesmo com as duas garrafas de espumante que levam para a festa, uma em cada mão. É só isso que queremos, Sérgio, porque para lá de estarmos na Champions e na Taça de Portugal, todos temos noção que mesmo que não tivéssemos levado com uma torre dos Clérigos no rabo nesta passada quarta-feira, ia ser muito difícil passar aos quartos de final. Mesmo assim, vamos lá todos focar neste jogo porque é o que mais importa. É sempre o que mais importa, não é, Sérgio? Sim, porque é o próximo.

Propunha uma mudança na frente: dá uma chance ao Waris e descansa o Marega. Ou até podes meter lá o Gonçalo só para testar as águas. Quem sabe se o rapaz não te surpreende? E também proponho uma mudança atrás: Iker. O Sá é um tipo porreiro mas imagina que falha de novo? Ninguém o perdoa e aposto que o primeiro a não o perdoar será ele próprio. Protege o rapaz e deixa o melhor guarda-redes que tens ir para a baliza. Anda lá, já não tens nada a provar, pá.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Chaves 0 vs 4 FC Porto

foto retirada do zerozero

Simpático. Quando comparamos este jogo com o jogo de Moreira, vemos uma diferença muito grande: pernas. Pernas de alguns jogadores que, não tendo o mesmo nível dos homens que costumam ocupar o lugar, fazem a diferença porque a maior parte das vezes o facto de estarem a 100% significa que consigam fazer o mesmo que os outros, num nível bem inferior de pernedo, já não conseguem. Soares, Maxi e Otávio (sim!) deram à equipa um boost muito importante num jogo que foi bem mais fácil do que seria previsível. Vamos a notas:

(+) Soares. Dois golos (um dos quais num remate estupendo que seria ainda mais notável se o Sérgio Oliveira não tivesse iluminado metade de Trás-os-Montes com o golo dele) e uma exibição de trabalho, de constante luta e empenho em ajudar os colegas e a tentar limpar a imagem dos últimos tempos. Parecia o Soares que cá apareceu aqui há um ano e que quase sempre que tocava na bola criava perigo. Pois seja bem vindo de volta, caríssimo!

(+) A primeira parte de Otávio. Não tenho outra hipótese senão congratular-me por ter mexido com ele. Fui eu, obviamente, que peguei pelos virtuais colarinhos do super-saiyan e lhe disse para man-up-ar o jogo dele. E ele, diligente ao ponto de me fazer sentir mal por ter criticado tanto a sua performance contra o Sporting, procedeu a fazer um jogo bem acima da média do ano, a jogar primeiro em 4-3-3, depois em 4-whatever-thefuck-coiso e finalmente como segundo avançado, sempre em bom nível e acima de tudo prático e objectivo. Gostei de ver e este Otávio pode aparecer sempre, mesmo com aquela coisa na cabeça. Fuuuuuuuuuuusão para ti também.

(+) Sérgio Oliveira. Para lá do golão que marcou, está cheio de moral e nota-se em campo, porque se mexe mais e melhor. Porque se empenha nos lances a 100% e parece querer mostrar ao treinador que é ele que vai continuar a jogar mesmo depois de Danilo estar em condições. Não vai acontecer (a não ser nalguns jogos mais pontuais, aposto) mas é muito bom saber que Sérgio está aí como uma opção válida para o onze ou para o banco. Suplentes perto do nível dos titulares. Oh brother, don’t let this end.

(+) Reyes. Sim, eu sei, levou ali com um nó do Mattheus que ainda deve estar à procura dos rins, mas esteve muito bem nas dobras, excelente na intercepção e quase perfeito na capacidade de ler o jogo que é, ou parece ser, a sua maior mais-valia que aplica nos jogos. Se na quarta-feira não houver Marcano, será uma dupla Reyes/Osório no centro da defesa. Só espero que se entendam bem.

(-) Há faltas fixes e depois há as faltas do Maxi. Até nem fez um mau jogo, longe disso. Mas fez algumas imbecilidades que me enervaram, primeiro com um possível penalty onde Maxi estica o braço de uma forma muito evidente para o lado e para cima do adversário e depois com algumas entradas e puxões que podiam perfeitamente ter feito com que levasse um cartão e depois outro. Não tenho grandes dúvidas que na decisão de colocar Ricardo em campo com um resultado tão fácil pesou também a eventualidade do uruguaio ser mandado para o balneário mais cedo…

(-) Marega. Chiça. Ei pá. Porra. Oh. Foda-se. Tudo isto são pequenas expressões que soltei ao ver Marega hoje em campo, num dos piores jogos que fez pelo FC Porto, incluindo a primeira passagem. Incapaz de pensar com a bola nos pés e sem velocidade e grande capacidade para criar perigo, foi exactamente o Marega que aprendemos a odiar. Pouco prático, esteve trapalhão e aposto que até agora não faz ideia como é que a bola que “rematou” acabou por entrar na baliza. Enfim, mesmo num mau jogo acaba por marcar…


Jornada tranquila. À tarde. Uau, memories…

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Ouve lá ó Mister – Chaves

Camarada Sérgio,

Uma Taça já foi. A outra ainda vamos ver se vai ou se vamos. E ainda há mais uma Taça a disputar e essa é daquelas grandinhas que é tão mas tão grandinha que só nos pode preocupar é se não lá estivemos para a jogar. E como estamos e vamos estar daqui a uns dias, esquece isso e foca-te neste jogo. Porque não tenhas a menor das dúvidas, meu caríssimo berrador: nós estamos na luta a três. Não vale a pena pensar que estamos em primeiro e temos um jogo a menos. Nhac nhac, nada disso. Estamos sempre com outros atrás de nós a morderem (esperemos) o pó que a tua equipa levanta e se deixares de levantar pó…lá está, passas a ser tu a mordê-lo e garanto que nenhum de nós quer ter dentes para isso.

Descanso é para os fracos e como tu não tens fracos (tens mas não admites ter, o que até é fofo da tua parte), toca lá de meter os melhores. Eu aposto, como fiz no último Cavani, no seguinte onze: Iker, Ricardo, Felipe, Reyes, Telles, Herrera, Sérgio Oliveira, Corona, Paulinho, Soares e Moussa. Só para descansares o Brahimi e evitar que o gajo entre na espiral de parvoíce e fique desiludido por não ter pernas para tudo. Só por isso. Se for preciso entra na segunda parte para ganhar ritmo. Ou o jogo, nunca se sabe.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Braga

foto retirada do zerozero

Não foi um jogo fácil. Entramos bem, a trocar bem a bola e depois o Telles cruzou e foi golo. O Braga entrou bem para a segunda parte e marcou e depois o Telles cruzou e foi golo. Mais uns eventos inconsequentes até que o Telles cruzou e foi golo. Era fácil reduzir o jogo aos cruzamentos do Telles mas a equipa esteve bem, foi superior ao Braga e ganhou com naturalidade apesar de algumas inconsistências no meio-campo que apesar do muito suor…não colmata a 100% a falta de Danilo. Naturalmente. Vamos a notas:

(+) Os laterais. Alex Telles tem sido um dos jogadores mais esforçados que vi a jogar pelo FC Porto desde sempre. É incrível ver o homem jogo após jogo a voar pelo flanco, a percorrer quilómetros sem reclamar, a ajudar os colegas e a entender-se tão bem com Brahimi que parecem irmãos que cresceram juntos nas ruas de Paris ou Caxias do Sul. Três assistências com outros tantos cruzamentos perfeitos, algo que o rapaz do outro lado raramente consegue porque não é tão bom a cruzar…mas compensa com outra capacidade, oh se compensa. Raramente se vê um lateral a ser tão ofensivo com esta qualidade, a romper pelo centro em diagonais em elevada velocidade e em progressão. Fez pelo menos três sprints de 40/50 metros e é jogador para estar em qualquer clube do Mundo.

(+) Brahimi. Dêem-lhe espaço, defesas. Sim, força. Abram um metro para o homem seguir. Vá, atrevam-se. Dignem-se a serem abordados por este milagreiro que não só consegue driblar em pouco espaço mas também percorre dezenas de metros e arrasta uma equipa inteira para a frente. E não tendo estado directamente envolvido em nenhum dos golos, foi dele o terceiro pelo sprint que deu para recuperar uma bola que parecia perdida e que depois endossou para Telles cruzar para a mona perfeitinha do Vincent. Se há alguém que merece ser campeão este ano é ele. E Danilo. E Herrera também. Ah, e o Telles. Muitos merecem, pronto!

(+) Herrera. O capitão lutou imenso. O capitão correu muito. O capitão fez com que o colega do lado, que tem a capacidade de aceleração de uma locomotiva a vapor, também corresse muito. O capitão esteve bem no meio campo e ajudou a pressionar à frente. O capitão garantiu que o Braga não arrancasse o jogo depois do 3-1 porque viu que Sá ainda não tinha chegado à baliza depois de festejar com os colegas. O capitão, em suma, esteve muito bem.

(+) Sá. Duas defesas enormes conseguiram manter a equipa focada no jogo e roubaram a esperança ao Braga de conseguir voltar à luta, a primeira das quais com uma mancha espectacular com a mão alta que levou as bancadas a saltar em aplauso. Pareceu sempre confiante a sair às bolas aéreas e bem precisa de a ganhar depois de alguns jogos com pequenas falhas. Preferia ver Iker na baliza mas Sá não está a fazer com que me dê vontade de arrancar o pouco cabelo que tenho. Yet.

(-) Corona. Mais um jogo que confirma que este jovem oscila mais que um pêndulo preso a um elástico. Incapaz de desequilibrar com consistência e de abordar os lances com agressividade e vontade de resolver. É quase uma antítese de Brahimi, que até poderia funcionar como contra-peso à irreverência de Yacine mas acaba por fazer com que seja apenas lento, frouxo e sem ideias. Não deixa de lutar, mas parece sempre jogar com pouca…fúria, vá. And me no likey coninhas.

(-) Paulinho em terra de ninguém. A estreia de Paulinho podia ter sido pior mas não era fácil. E a culpa é repartida entre ele e o treinador, que o atirou para o meio de um palco onde estava sozinho e foi obrigado a correr em zonas que não conhece, sem apoio de colegas com quem não tem rotinas e entregue à função de tapar um meio-campo forte com…bem, com ninguém, sozinho. O pouco que fez foi mau e inconsequente, mas jogou fora da posição. Atenua mas não justifica tudo.

(-) Permeabilidade na zona central. Enquanto formos aguentando jogos complicados como este e conseguirmos sair com uma vitória, vou ficar satisfeito. Mas houve demasiada permissividade naquele meio-campo, especialmente pelo eixo, onde Herrera e Sérgio lutaram imenso e fizeram o que podiam e sabiam (com as limitações que têm) mas nem sempre conseguiram impedir Danilo e companhia de furar por ali dentro. E se havia um Danilo do outro lado, muita falta fez o que joga com as nossas cores.


Mais um jogo complicado, um dos mais difíceis no Dragão até ao final do ano, que vencemos. A seguir a este, no Dragão, serão “só” Sporting, Liverpool, Rio Ave e de novo Sporting. Ouchie.

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