Ouve lá ó Mister – Braga

Camarada Sérgio,

God fucking damnit, homem. God. Fucking. Damnit. És capaz, pela tua saudinha, de convencer os gajos que não vão conseguir ganhar jogos se não marcarem um golo? Ou melhor, eu já sei que marcamos golos em vários jogos e que não foram validados como deviam, mas essa treta de estarmos à espera que os árbitros tenham de…eh pá, sei lá, fazerem o trabalho deles, começa a cansar porque eles…eh pá, nao fazem. E nós não podemos ser obrigados a marcar n+1 golos para ganhar um jogo onde n golos deveriam chegar. Certo? Certo.

Hoje vai ser mais uma boa maneira de provares aquilo que disseste na conferência de imprensa. Ou seja, que os teus rapazes estão tão viçosos como os legumes de um hipermercado. Mas tu sabes que é mais uma questão estética que outra coisa, porque se apertares os gajos vais perceber que a imagem está porreira mas por dentro…espremes e o sumo que brota é pouco, custa a sentir o sabor e acaba por não saciar nadinha. Metáforas aparte, escolhe os que aguentarem um jogo em condições e não penses no jogo de 4a com o Sporting. Já perdemos pontos suficientes no campeonato e continua a ser a competição mais importante. Certo? Certo.

E depois deixa-me ir jantar descansado que só vou poder escrever a crónica mais tarde do que é normal. Que é, não mereço beber uns finos depois da partida? Estás convidado se quiseres aparecer! Mas ganha lá o jogo primeiro para vires bem disposto ao repasto!!!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Moreirense 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do zerozero

Quem costuma ouvir o A Culpa é do Cavani sabe que sou um partidário de entrar nos jogos a matar e gerir depois, especialmente este tipo de jogos. Com a formatação de equipa que temos, essa maneira de abordar os jogos parece-me a mais adequada à filosofia semi-mindless que colocamos nos jogos. E hoje, mais uma vez, com uma equipa com várias peças-chave a arrastarem-se em campo, optamos por gerir antes e atacar depois. E perdemos mais dois pontos que podem ser muito importantes daqui a umas semanas. Vamos a notas:

(+) Felipe. Fiquei chateado quando não se mandou como um cabeçudo psicótico por cima da bola depois daquele livre do Telles, mas depois de ver a repetição, o mérito vai para o homem do Moreirense que lhe tirou o esférico da cabeça. Apesar disso, foi um dos homens que mostrou mais vontade em vencer o jogo e esteve impecável na defesa, jogou em esforço quase todo o jogo e não merecia perder pontos hoje.

(+) Paulinho na primeira parte. Apesar de ter sido colocado numa posição em que fazia uma ocupação de espaço muito próxima de Óliver, foi dos poucos clarividentes com a bola, prático a soltar e apenas faltou um bocadinho (grande) de acerto no remate para ser o MVP…até porque teria marcado um ou dois golos sem problema num dia melhor. Para primeiro jogo esteve bem, baixou um pouco na segunda parte e saiu na altura certa.

(-) Ansiedade excessiva. Podemos entrar com dois avançados e ir subindo para noventa, entrando um por minuto. Não me parece que consigamos marcar um golo nem com essa malta toda a saltar na área e a cabecear ou rematar todas as bolas que lhes são colocadas na frente. Estamos a deixar que a ansiedade tome controlo das nossas emoções e da nossa capacidade de jogar de uma forma inteligente e eficiente. Reparem que não uso o termo “forma pausada” porque nunca o fizemos, mas não tem mal nenhum jogar com pica quando há pica para o fazer e nos últimos jogos estamos a atravessar uma corrente emocional que faz com que não haja um único jogador que tenha paz de alma e cabeça no jogo e viva num estado de permanente hesitação e intranquilidade. A cabeça está a pensar nas pernas, no adversário, no árbitro, no relógio que não trava, na bola que salta, na relva que não existe, na relva que existe a mais, no piso escorregadio, nas luzes fortes, nos cânticos das claques, no treinador aos berros e na bola que não entra e NA PUTA DA BOLA QUE NÃO ENTRA! Esta merda é uma espiral e já estivemos no topo desse poço a olhar para baixo. E já lá entramos num passado recente. E parece que estamos a entrar lá de novo.

(-) Gestão física do plantel. Telles, Brahimi, Herrera, Felipe, Aboubakar, Marega. Todos estes jovens estão a acabar os jogos a cair para o lado de cansaço. Percebo que se queiram sempre usar os melhores homens em campo mas está-me a parecer que enquanto tiverem batimento cardíaco e calor corporal, vão jogar quase sempre os mesmos e esses mesmos estão a rebentar-se todos pelas costuras. Lembram-se daquela altura em que criticávamos as equipas do Jesus por estourar as equipas em Fevereiro? Olá, Fevereiro!


Dois pontos perdidos. Perdão, mais dois pontos perdidos. Contra o Moreirense. Perdoem-me se não consigo ter clareza no pensamento nesta altura…

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Ouve lá ó Mister – Moreirense

Camarada Sérgio,

A última vez que jogámos contra esta juventude de xadrez verde foi um dos jogos mais tranquilos que tenho memória este ano e não há motivo que encontre para que não tenhamos o mesmo nível de facilidade para vencer a partida. Aliás, começo a achar que o maior inimigo da equipa é ela própria, especialmente quando começa a complicar o que devia ser mais fácil, porque não tenhas dúvida: neste momento somos a equipa que melhor joga em Portugal. Mas…e nestas coisas da bola parece que há sempre um “mas” ao barulho…

…mas precisámos de o mostrar não só nos cento e poucos metros que vão entre as duas linhas de golo mas para lá disso. Não é uma referência ao lodo em que vivemos nos gabinetes das estruturas dos clubes, falo mesmo de meter os cojones no cepo e de enfiar a bola lá dentro da baliza. A fome que tenho de golos é directamente proporcional à necessidade que tenho que eles entrem para a equipa poder descansar e ganhar confiança de novo. Só espero que hoje seja mais fácil do que tem vindo a ser nos últimos dois/três joguitos…

Uma sugestão para o onze: descansa o Telles. Viste o Danilo? Ah e tal foi azar…e foi, mas se criares todas as condições para que a sorte seja dona disto é mais fácil, né? Vê lá isso, homem.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Tondela

Camarada Sérgio,

Vou tentar não falar da bancada. Vou tentar não pensar na bancada quando estiver na bancada. E vou tentar acima de tudo focar-me na bola, no relvado e nos teus moços, enquanto pela enorme cabaça que suporto em cima dos ombros me vão passando imagens de lesões, castigos, mercado, facilitismos, tristezas, esperanças no futuro e broas de mel mornas. Um gajo tem de comer, que queres?

Não gosto de adversários que jogam de amarelo. Pá, não gosto, que queres? Mesmo quando o próprio FC Porto usa amarelo como cor alternativa, há um turn-off imediato que tento contrariar com graus variáveis de sucesso. E este Tondela, que ousa imiscuir-se na dominância cromática amarelo-verde do Paços de Ferreira, é uma equipa que devia falecer. Metaforicamente, claro. Devia descer de divisão e enfiar-se em posição fetal no meio do campeonato nacional de seniores, enquanto ia levando pontapés nos rins de um qualquer Atlético de Santaconense. É isto que lhes desejo, que comecem a espiral que os leve a serem escarnecidos em todo o país e apanhados a roubar esmolas da igreja e latas de atum do Banco Alimentar. E que leve, muito levemente, vão pedir dinheiro ao Benfica e até aí lhes fecharem as portas. É este o nível que eu desejo para este Tondela. E mais que isso, espero que vingues as injustiças atiradas para cima de ti e dos teus. Podes começar já hoje.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Estoril

Camarada Sérgio,

Siga a rusga! Menina não paga mas também não anda! Mais uma moedinha, mais uma voltinha e cá estamos nós outra vez para mais uma jornada! Quinta, segunda e depois sexta! Os putos correm, as modas nem têm tempo de passar e voltamos ao ataque! Já sabias que era isto que ias apanhar quando cá chegasses, meu caríssimo e calmíssimo Sérgio, tu que tens uma calma olímpica para aturar os Abéis e Ruis deste burgo à beira-mar plantado e coberto de uma camada de estrume a vários níveis que um gajo nem imagina como é que deve cheirar em tanto tasco por aí fora. Tens de aturar esses, os outros onze que jogam contra ti e, more often than not, os idiotas de apito na boca e lata nas costas!

Fuck’em. Fuck’em all! É o Estoril à segunda e o Tondela à sexta? Fuck’em! É o Sporting doze vezes seguidas? Fuck’em! É o Braga com as mangas pintadas para parecer ligeiramente diferente do dono? Fuck’em! É tudo contra nós e nós contra todos! Fuck’em! E fuck também para o gajo que parece que comprou pontos de exclamação num grossista e agora quer gastá-los de uma só vez! Fuck para mim também!

Mais a sério, é sempre difícil, seja o último ou o segundo. Ou o primeiro, se o calendário nos tramar. E tens de ganhar sempre, com ou sem Brahimi, árbitros justos ou pernas. Hoje é só mais uma vitória. Tem de ser, né?

Sou quem sabes,
Jorge

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