
Bela noite na Madeira
depois de má ronda uefeira,
com Jota a triplar
e André a fechar,
saímos com festa à maneira!
Bora lá às notas:
(+) Jota. Mas que estreia a titular que tu tiveste, rapaz! Muito mexido na frente de ataque, com entendimento acima da média com André Silva (e muito acima do que seria expectável com os médios que surgiam na sua rectaguarda) e acima de tudo com agressividade na busca do espaço e da bola. Fez lembrar Lisandro na forma como correu e como lutou para provar a oportunidade que lhe foi dada. É muito novo, só vai estar cá um ano (previsivelmente) e ninguém conta que faça um hat-trick por jogo (neste caso é mesmo hat-trick, foram seguidos), mas esta vivacidade na frente de ataque era tão pedida e tão necessária que é natural que a malta se empolgue. Pode ter sido um jogo anormal mas a verdade é que marcou mais golos em quarenta e cinco minutos do que Adrián em dois anos. E diria que tambem correu mais.
(+) O eixo central da defesa. A equipa esteve sempre em campo com ritmo elevado, mas o Nacional também. E um dos motivos do pouco perigo que o adversário nos colocou esteve na excelente partida que fizeram os três homens mais defensivos na zona central, porque tanto Felipe e Marcano como Danilo um pouco à frente estiveram impecáveis na marcação, na força no contacto, no jogo aéreo e na recuperação da bola, com Danilo a exceder-se em bolas que roubou ao ataque do Nacional. Não foi aí que começámos a ganhar o jogo mas foi aí que o seguramos sem problemas.
(+) Troca de bola no meio-campo. Com Danilo em funções defensivas, Óliver a jogar de trás para a frente e constantemente a mandar no jogo, Herrera um pouco menos activo e Otávio longe da bola na primeira parte, é surpreendente que o meio-campo tenha funcionado tão bem, mas a verdade é que funcionou. Os golos ajudaram (e de que maneira) a que os homens se soltassem e que as marcações do Nacional fossem mais largas e propensas a falhas, mas a forma como a malta trocou a bola deu-me uma ideia de que estavam a gostar do que faziam. E essa alegria, essa vontade de jogar e de rendilhar o suficiente para chegar com a bola mais próxima da baliza contrária puseram-me um enorme sorriso nos lábios.
(+) Agressividade na recuperação da bola. Jota e André na frente, Danilo e Óliver no centro e Layún e Telles na área estiveram quase sempre em constante modo “BUSCA, BOBI!” em relação à bola. Pressão a meio-campo, nada de permissividades nem permeabilidades nem tirar o pé. Foi um jogo em que todos se podem orgulhar de terem feito o que era preciso da forma que era exigido. Fosse sempre assim.
(-) Os cruzamentos de Telles. O rapaz esforça-se muito e aparece montanhas de vezes na linha, prontinho para colocar a bola na área sem grande oposição para que o cruzamento saia perfeitinho. E contam-se pelos dedos das mãos de um serralheiro alcoolizado as vezes que saem direito. É espetar com um pino em zonas diferentes da área enquanto que o põem a centrar. Cada pino que falha dá uma volta ao relvado. Por fora.
(-) André Silva no 1×1, de novo. Oh Nuno, mas não há hipótese de conversares meia dúzia de minutos com o moço e lhe explicares que ele parece um defesa central foleiro quando se põe a enfrentar outros gajos com a bola nos pés? Ele é tão jeitoso na movimentação na área que até lhe fica mal, palavra…
O campeonato vai parar mais uma vez e vamos ficar muitos dias à espera para confirmarmos se a equipa está de facto a crescer ou se este foi um resultado anormal. Sofre, dragão!
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