Notas soltas sobre o jogo contra o Vitesse

 

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Ora então vamos a isso, sem grande intróito, um pouco à imagem do que os jogadores do FC Porto pensaram à entrada dos últimos quinze minutos:

  • A primeira parte foi do pior que me lembro de ver desde o início da época. Passada. Foi um jogo entre uma má equipa com algum ritmo contra outra equipa que só tem pulso porque as fitas cardíacas que os jogadores usam ao peito dão sinal de vida, caso contrário não estranharia que me dissessem que era mesmo a equipa de 1987 a jogar.
  • O Chidozie faz o Reyes parecer o Ricardo Carvalho. Ainda não é desta que sacamos um bom central da formação, pelo menos não este ano. O nigeriano está muito verdinho para estas andanças e precisa de ficar a marinar na B mais uns tempos. Muito tempo.
  • André Silva na ala parece um crime mas o rapaz até se vai safando. Muito melhor no centro, de qualquer forma.
  • Começo cedo a embirrar com a táctica mas o Ruben nunca conseguirá aguentar aquele papel sem ter alguém a apoiá-lo. Seja quem for, é preciso maior cobertura na zona central.
  • Bueno a médio não funciona. Bueno a ponta-de-lança nem pensar. Bueno no plantel? Não creio.
  • Há qualquer efeito kármico de estarmos a jogar na Holanda e Indi ser alvo persistente da realização. Esperem até voltarmos a Portugal porque se o rapaz ainda por cá estiver, vão-lhe dar mais atenção que ao jogo.
  • Vincent, moço, já acertas na baliza mas tens mesmo de a meter lá dentro. Alguns bons apontamentos (sempre muito sozinho) mas zero golos. Não chega.
  • Otávio surpreende-me porque pensava que se prendia mais à bola mas remata e bem. Não me faria mossa vê-lo a jogar a partir da ala esquerda.
  • Ainda não decidi o que chamar ao João Carlos Teixeira. Acho que vou para Teixeira, afinal soa mais a tuga e dá-lhe logo dez quilos e uma sombra de bigode. É bom, o moço.
  • Josué, o único que consegue passar bolas a rasgar pela relva, está no grupo dos que não tem lugar garantido. A sério.
  • O trabalho físico tem sido suficiente para fazer qualquer treinador inglês dos anos 70 parecer um panilas. Pelo menos é essa a ideia que fica ao ver os jogos e a (pouca) força que os rapazes mostram, especialmente na cobertura defensiva e nos contra-ataques. Se forem mais intensos que os do Lopetegui já não é mau de todo.
  • O titular na baliza para o arranque da época só pode ser José Sá. Pelo menos até o Iker voltar das férias, porque parece que ainda lá está, onde quer que “lá” seja.

A pré-época é sempre penosa mas esta está a ser particularmente dolorosa. E o playoff da Champions aproxima-se. Medo.

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Notas soltas sobre o jogo contra o PSV

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Continuo em preparação para a nova época, tal como os nossos rapazes, por isso os B&Bs ainda me parecem demasiado formais para estas andanças. Ficam alguns detalhes que notei na derrota contra o PSV:

  • Consta que os novos equipamentos são jeitosos para os jogadores vislumbrarem bem os colegas em campo. Convém é que apareçam na área, porque no meio-campo a prova foi superada.
  • Chidozie tem o distinto hábito de aparecer sempre no local errado à hora errada. Aposto que combina com uma gaja para jantar em Leça e aparece à hora do lanche em Espinho e fica a pensar o que se passou.
  • Felipe, apesar do auto-golo parvo, foi mais uma vez uma boa presença. Firme, rijo, prático. Tem de melhorar o pé esquerdo.
  • Alex Telles sofre do mesmo mal que o homónimo de primeiro nome que passeou por aquele flanco durante vários anos com a nossa camisola. Sobe e esquece-se de descer. Só precisa de três anos para chegar ao “ponto”. Não os vai ter.
  • A anedota que é ver Varela como defesa direito hoje pareceu menos engraçada e mais séria. Talvez pela fraca defesa que encontrou ou pelo momento do jogo em que entrou, mas até foi simpático ver o Silvestre a galgar aqueles terrenos com inteligência. Vou apontar esta frase e volto a ela lá para Novembro.
  • André SIlva tem de marcar. Tem. É giro pensar que podemos ter um diamante semi-lapidado, com potencial tremendo (aquela forma de receber a bola de costas e enviar para um colega…olá, Jackson!) e capacidade incrível para ser o próximo avançado da Selecção em dois ou três anos, mas se não marca, começa a criar dúvidas Nelsonoliverescas no povo.
  • No Oliver? No problem. Teixeira is here. Fez lembrar o espanhol pela forma como se movimentou e pela maneira como controlava a bola e rodopiava como uma bailarina do Bolshoi até ceder a posse a um colega. Gostei.
  • Ruben vs Evandro. Ganha o português por KO. No primeiro assalto. E provavelmente perderá para Danilo. Hélas.
  • O jogo em si foi um regresso à era Lopetegui. Muita posse, pouco perigo. É inútil termos a bola no meio-campo e não a conseguirmos enfiar na área ou descobrir espaço para rematar.
  • Otávio destacou-se mais pela capacidade de recuperação de bola do que pelo perigo que causou. Para um médio criativo, não é bom. Para um médio criativo a jogar na ala, fora da sua zona de acção mais intensa, é meh.
  • Corona foi o nosso melhor jogador. There, I said it. Lutador, rápido, prático, quero ver o mexicano a fazer isto mais vezes.

Não é o fim do mundo, até porque os golos surgiram de falhas imbecis, mas uma derrota por três golos deixa dúvidas, mesmo em pré-época. Vamos lá trabalhar, rapazes!

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Notas soltas sobre o jogo contra o Osnabrück

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Ainda não estamos em modo B&Bs, por isso ficam apenas umas notas soltas sobre a partida. Pré-época é pré-época e por definição implica que ainda estamos longe da mesma arrancar, por isso aguentem enquanto a inspiração também regressa juntamente com os jogadores. Vamos lá, então:

  • Os equipamentos são bem giros. Rijos, sólidos, escuros. Gosto.
  • Ver o Varela a jogar como defesa direito é muito estranho. Se fosse de forma pontual ou acidental, não me fazia espécie, mas fazê-lo de forma premeditada parece-me saído de um livro de Stephen King, com o mesmo potencial para horror. E é uma indecência fazer isso ao Victor Garcia, seja lá o que “isso” for…empréstimo ou venda. Compreendo que o rapaz sofra do habitual síndroma dos extremos que recuam para laterais mas isso costuma acontecer bem mais cedo na carreira e porque o rapaz não tem o mesmo talento de outros que jogam na mesma posição (olá, Maxi), mas neste caso…é só estranho.
  • Aquele meio-campo da segunda parte só mesmo contra o Osnabrück ou equipas parecidas. Muito talento, pouca capacidade de luta. Faria Lopetegui salivar ao mesmo tempo que Robson dava murros no banco.
  • Gostei do Felipe. Espero continuar a gostar depois de falhar uma ou duas vezes.
  • O Alex Sandro empalideceu bastante e ganhou mais cabelo e pelosidades faciais. Tirando isso parecia o mesmo, até o nome é parecido. Siga com o número 26 para o rapaz, assim confunde-se menos.
  • Cantos ao primeiro poste. Like, for real. Bom prenúncio para a época.
  • Aboubakar continua ineficaz. Poste, guarda-redes, galinha, vaso do Ikea, seja lá o que for, o homem não consegue enfiar a bola na rede. Aguardo melhores dias.
  • O Brahimi ainda é nosso? Goddamnit.
  • Corona com o beijo tatuado no pescoço e o man-bun é o principal candidato a Azeiteiro do Ano. Acetero, talvez.
  • O Reyes chegou à mesma velocidade com que saiu. Lento, muito lento.

Primeiro jogo em condições, primeira vitória, primeiro golo sofrido, primeira reviravolta. Para ficar, no final…em primeiro. Figas.

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Na estante da Porta19 – Nº20

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Um dos verdadeiros livros de mesinha de café (soa tão mal quando comparado com o original “coffee-table book“, mas é o que temos), “Football Graphics” mostra-nos um imenso festim visual do vasto leque de design, colorido e excentricidade criativa que está envolvida desde há dezenas de anos no futebol a nível mundial. Podem imaginar o que aconteceria se Don Draper fosse contratado para criar uma campanha para dinamizar o gosto pela vertente mais estética do futebol e do mundo que o rodeia e teriam aqui um bom exemplo do que podia ser produzido pelo guru do marketing e publicidade que tanto amamos odiar (ou odiamos amar, depende da forma como o virem). De bilhetes a cartazes promocionais, passando por camisolas e cromos de colecção, dos gráficos televisivos às bolas usadas em diversas competições, é um buffet enorme de brilho, cor e genialidade. Para ver, não para ler.

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Olha, ganhamos!!!

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Acho que ainda não caiu bem a ficha, mas parece que toda a gente anda a dizer que somos campeões europeus. E somos, pelo menos pelas palavras da minhas filha quando viu Ronaldo a erguer o troféu e me disse, com os olhos ensonados ainda que tingidos por um brilho especial (ou assim o vi): “a caneca é nossa?”. Sim, filha, a caneca é nossa. E foi nossa não porque tenhamos sido melhores que os outros a nível da qualidade do futebol. Mas fomos lutadores e assumimos um papel estranhíssimo que ainda não consigo perceber muito bem como conseguimos lá chegar: eficazes. Não é mentira, fomos mesmo eficazes.

Os meus parabéns a todos mas a quatro fulanos em particular: ao Éder, pelo golo que pode fazer dele o Kelvin da Selecção; ao Rui Patrício por um Europeu sem mácula; ao Pepe por ter sido o melhor jogador da selecção durante a competição; e ao Ronaldo, pelo papel que desempenhou principalmente quando esteve fora de campo. Foi um capitão de banco nesta final e já o tinha sido nos oitavos, nos quartos e nas meias. Poucos merecerão mais que ele.

Campeões da Europa. Realmente a minha geração de Portistas portugueses já viu os seus a vencerem quase tudo. Só falta o Mundial. Só.

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