Ouve lá ó Mister – Estoril

Señor Lopetegui,

É a última jornada antes de fechar o mercado na Europa. Eu sei que ainda ficam a faltar meia dúzia de países e depois ainda há a América do Sul e sei lá mais o quê, mas a Europa fecha. E já sei que ainda tens muitas pontas para dar nós e arestas para limar e opções para tomar, mas o campeonato continua e a Champions não tarda nada e está aí à porta e nós ainda não estamos a mostrar grande coisa. Seria de esperar e como tal não estou super preocupado, mas a sede aperta e se a juntares à vontade de beber então é que estamos bem encaminhados para o pessoal ficar nervoso.

Vi que não convocaste o Aly e não sei se foi a melhor opção. Tu lá sabes mas espero que tenhas explicado ao rapaz que ele não é mau de todo e que lá por ter tido um jogo fraco não quer dizer que seja escorraçado. Não é um Del Neri canhoto, precisa de tempo para se readaptar e para ganhar forma. Estou convcencido que serás o gajo ideal para lhe dar um abraço e para lhe explicar que não precisa de ficar desanimado!

Hoje, mais até que noutros jogos, há que ganhar para oferecer a vitória ao Presidente. O homem ao que parece vai à faca e por isso nada melhor que sair da sala de operações e dizerem-lhe que espetámos seis ao Estoril e que o André André se vestiu de chiquita banana e andou aos saltos em cima da trave. E depois testem se a anestesia ainda está a fazer efeito.

Sou quem sabes,
Jorge

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Os potes

File - In this Aug. 28, 2014 file photo, Real Madrid goalkeeper Iker Casillas shows the name of Porto during a UEFA Champions League draw at the Grimaldi Forum, in Monaco. Casillas is leaving Real Madrid to join Portuguese club FC Porto after 16 seasons in which he helped the Spanish powerhouse win three Champions League titles, five Spanish leagues and two Copas del Rey. (AP Photo/Claude Paris, File)

File – In this Aug. 28, 2014 file photo, Real Madrid goalkeeper Iker Casillas shows the name of Porto during a UEFA Champions League draw at the Grimaldi Forum, in Monaco. Casillas is leaving Real Madrid to join Portuguese club FC Porto after 16 seasons in which he helped the Spanish powerhouse win three Champions League titles, five Spanish leagues and two Copas del Rey. (AP Photo/Claude Paris, File)

Uma análise directa e quase racional aos potenciais adversários, usando apenas uma palavra ou expressão que possa servir como motivação para os encontrar e/ou para não os encontrar. Decidam vocês qual é qual:

Pote 1: FC Barcelona, Chelsea, Bayern München, Juventus, BENFICA, Paris Saint-Germain, Zenit St. Petersburg, PSV Eindhoven.

Messi, Mourinho, OutrosSeisNão, Alex Sandro, não conta, Zlatan, Hulk, Vingança dos 5-0 em 1988.

Pote 3: Shakhtar Donetsk, Sevilha, Lyon, Dínamo Kiev, Olympiacos, CSKA Moskva, Galatasaray, Roma

Outra vez?!, Vingança de há dois anos, Repetir 2004, Outra vez?!, Outra vez?!, Outra vez?!, Istambul é bonito, Roma também.

Pote 4: BATE Borisov, Borussia Mönchengladbach, Wolfsburg, Dinamo Zagreb, Maccabi Telavive, Gent, Malmö, Astana

Outra vez?!, Vingança da pré-época, Vieirinha, Paulo Machado, demasiado tempo na segurança do aeroporto, Bélgica é bonito, Suécia também, Quem, os ciclistas?.

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É para ganhar, mister?

A garra nunca é sobrevalorizada. Nunca. Por muito que olhemos para os enquadramentos tácticos de uma estrutura como a nossa, com um meio-campo que ainda não se entende na perfeição, extremos que se balanceiam com hesitações e medos perante as subidas dos laterais ou com avançados que trabalham mas que vêem os esforços pender muitas vezes para o lado errado, muitas das vezes é a garra e a vontade de vencer que fazem a diferença entre um meio-resultado e uma conquista incontestável. E essa garra, essa vontade de vencer que nos pauta o dia-a-dia e faz de nós um clube temido internacionalmente tem de ser recuperada a qualquer preço. Não falo de dólares, mas de dentes cerrados e força férrea que manda abaixo qualquer adversário, bem ou mal intencionado.

Lopetegui está a começar a segunda temporada e fá-lo de novo com uma equipa em construção. Não sei quanto mais tempo vai levar a criar os automatismos necessários para que a equipa consiga criar um futebol fluido, dinâmico e produtivo. E não estou preocupado quanto à sua valia ou em relação ao talento que tem à sua disposição. Preocupa-me apenas alguma falta de audácia, essa vontade de vencer que apenas vi a espaços na Madeira. Lembro-me da época de AVB e do seu arranque tremido no campeonato depois do brilharete na Supertaça. Lembro-me dos inícios de época de Jesualdo, sempre com uma ou duas baixas mas a manter um nível exibicional aceitável. E lembro-me ainda melhor de Robson, onde os rapazes corriam que se fartavam mas não sabiam muito bem para onde. Quero estrutura. Quero táctica. Quero futebol. Mas quero, acima de tudo, vencer. E temo que essa mentalidade ainda não esteja bem vincada na cabeça dos nossos rapazes.

O campeonato ainda agora começou e temos tempo para limar arestas. Como se viu ainda ontem, perder dois pontos pode não ser muito grave quando se fizerem as contas finais. Mas se esses dois pontos se transformarem em múltiplos de dois, vamos começar a ter problemas, de dentro para fora.

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Baías e Baronis – Marítimo 1 vs 1 FC Porto

790 (1)

imagem retirada do MaisFutebol

 

Mais um ano, mais pontos perdidos na Madeira. Podemos atribuir o empate ao azar da cabeçada do Maxi não ter batido na trave e a bola não ter sido desviada para dentro; podemos dizer que Cissokho faz Alex Sandro parecer um Deus olímpico; podemos aventar que se Varela não tivesse tijolos em vez de pés podíamos ter criado mais perigo; podemos insinuar que o Marítimo é uma equipa de arruaceiros e que tivemos sorte de não ter tido gajos expulsos. Mas o que não podemos dizer é que fomos competentes. Não fomos. Este não era um jogo de dificuldade máxima, Julen. Era só mais um dos dezatais jogos que vais ter no campeonato: relvado merdoso, adversário merdoso e futebol merdoso. E mais uma vez não conseguimos ser menos merdosos que os outros. Seguem as notas:

(+) Maicon e Marcano. Sem culpa no lance do golo, estiveram bem durante toda a partida, impedindo que os avançados do Marítimo entrassem na área com grande perigo. Marcano em particular esteve bem no duelo contra Marega (bom jogador, este rapaz), com alguns cortes importantes e acima de tudo a aparência que os lances estavam quase sempre controlados. Indi no banco parece-me cada vez mais acertado.

(+) Maxi. Excelente nas subidas pelo flanco, especialmente no apoio a Tello, foi muitas vezes o elemento mais perigoso a aparecer perto da área do Marítimo e só não marcou por acaso. Lutador, não desistiu de qualquer lance apesar de não me parecer em grande forma fisicamente. Os lançamentos são usados ad nauseam mas um destes dias podem mesmo dar um golo, que hoje quase acontecia.

(+) O controlo emocional. Perante o equivalente do exército de Átila em versão ponta-e-mola, não sei como é que alguns rapazes se aguentaram firmes e não desataram à estalada em frente ao árbitro. Maicon e Osvaldo ainda começaram a cair na esparrela dos contactos e das mini-pseudo-agressões, mas o resto da malta esteve firme e focada na conquista dos três pontos. Não sei se conseguia manter a cabeça fria todo o jogo, porque era notório o ar de Briguelice daquela corja, por isso louvo a capacidade dos nossos moços.

(-) Cissokho. Que nervosinho que tu estavas, Aly, e podes ter a certeza que te culpo pelo golo deles. Não que Alex não tenha feito algumas do género (no Annus Horribilis Fonsecus teve uma ou duas destas ou piores) mas pareceste tão desfasado da realidade do posto que vais ocupar, tanto nível moral como táctico, que só peço que te acalmes um bocadinho e percebas que isto é a tua vida agora. Deixaste saudades quando saíste mas estiveste cá tão pouco tempo que nem deu para perceber se eras o gajo certo para o lugar. Ainda acredito que sejas, mas não podes ter jogos como o de hoje, a tremer sempre que o adversário te aparece pela frente e a colocar as mãos na cabeça quando perdes um lance. Melhora, rapaz, e fá-lo rápido.

(-) As bolas paradas ofensivas Quando um lançamento cria 300% mais perigo que um canto, algo vai mal. Constantemente apontados ao primeiro poste e constantemente alvos de corte fácil por parte do adversário, é uma insistência que não compreendo e que parece entranhada na filosofia de treino e jogo da nossa equipa com os resultados que temos visto. Não sei o que fazer, não sei por onde a bola deve ir, mas não é por ali. Garanto.

(-) Os arruaceiros do Marítimo Enquanto escrevo estas palavras, há uma pessoa a passar por baixo da minha varanda de t-shirt amarela a ouvir Bon Jovi aos berros e a cantar juntamente com a música. Posso com toda a certeza afirmar que é menos anormal que a grande maioria dos jogadores do Marítimo que hoje nos defrontaram. A enormidade de saltos para a relva, insinuações de pancadaria, queixumes constantes, voos para cima dos nossos jogadores e AQUELA PUTA DAQUELA MANIA DE PEGAR NA BOLA PARA ATRASAR O JOGO DEPOIS DE LHES SER MARCADA UMA FALTA. Enerva-me saber que este tipo de equipas acaba o jogo com mais de oito ou nove jogadores em campo e não são corridos a amarelos por conduta anti-desportiva, anti-humanizante e anti-darwiniana. São símios, só pode.


Seria utópico pensar que poderíamos passar o campeonato sem perder pontos. E talvez seja melhor perdê-los cedo (e fora) do que em casa. Mas perder estes dois pontos contra um bando de insurrectos que só dão luta com os braços é uma enorme frustração.

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