
imagem retirada do MaisFutebol
Mais um ano, mais pontos perdidos na Madeira. Podemos atribuir o empate ao azar da cabeçada do Maxi não ter batido na trave e a bola não ter sido desviada para dentro; podemos dizer que Cissokho faz Alex Sandro parecer um Deus olímpico; podemos aventar que se Varela não tivesse tijolos em vez de pés podíamos ter criado mais perigo; podemos insinuar que o Marítimo é uma equipa de arruaceiros e que tivemos sorte de não ter tido gajos expulsos. Mas o que não podemos dizer é que fomos competentes. Não fomos. Este não era um jogo de dificuldade máxima, Julen. Era só mais um dos dezatais jogos que vais ter no campeonato: relvado merdoso, adversário merdoso e futebol merdoso. E mais uma vez não conseguimos ser menos merdosos que os outros. Seguem as notas:

(+) Maicon e Marcano. Sem culpa no lance do golo, estiveram bem durante toda a partida, impedindo que os avançados do Marítimo entrassem na área com grande perigo. Marcano em particular esteve bem no duelo contra Marega (bom jogador, este rapaz), com alguns cortes importantes e acima de tudo a aparência que os lances estavam quase sempre controlados. Indi no banco parece-me cada vez mais acertado.
(+) Maxi. Excelente nas subidas pelo flanco, especialmente no apoio a Tello, foi muitas vezes o elemento mais perigoso a aparecer perto da área do Marítimo e só não marcou por acaso. Lutador, não desistiu de qualquer lance apesar de não me parecer em grande forma fisicamente. Os lançamentos são usados ad nauseam mas um destes dias podem mesmo dar um golo, que hoje quase acontecia.
(+) O controlo emocional. Perante o equivalente do exército de Átila em versão ponta-e-mola, não sei como é que alguns rapazes se aguentaram firmes e não desataram à estalada em frente ao árbitro. Maicon e Osvaldo ainda começaram a cair na esparrela dos contactos e das mini-pseudo-agressões, mas o resto da malta esteve firme e focada na conquista dos três pontos. Não sei se conseguia manter a cabeça fria todo o jogo, porque era notório o ar de Briguelice daquela corja, por isso louvo a capacidade dos nossos moços.

(-) Cissokho. Que nervosinho que tu estavas, Aly, e podes ter a certeza que te culpo pelo golo deles. Não que Alex não tenha feito algumas do género (no Annus Horribilis Fonsecus teve uma ou duas destas ou piores) mas pareceste tão desfasado da realidade do posto que vais ocupar, tanto nível moral como táctico, que só peço que te acalmes um bocadinho e percebas que isto é a tua vida agora. Deixaste saudades quando saíste mas estiveste cá tão pouco tempo que nem deu para perceber se eras o gajo certo para o lugar. Ainda acredito que sejas, mas não podes ter jogos como o de hoje, a tremer sempre que o adversário te aparece pela frente e a colocar as mãos na cabeça quando perdes um lance. Melhora, rapaz, e fá-lo rápido.
(-) As bolas paradas ofensivas Quando um lançamento cria 300% mais perigo que um canto, algo vai mal. Constantemente apontados ao primeiro poste e constantemente alvos de corte fácil por parte do adversário, é uma insistência que não compreendo e que parece entranhada na filosofia de treino e jogo da nossa equipa com os resultados que temos visto. Não sei o que fazer, não sei por onde a bola deve ir, mas não é por ali. Garanto.
(-) Os arruaceiros do Marítimo Enquanto escrevo estas palavras, há uma pessoa a passar por baixo da minha varanda de t-shirt amarela a ouvir Bon Jovi aos berros e a cantar juntamente com a música. Posso com toda a certeza afirmar que é menos anormal que a grande maioria dos jogadores do Marítimo que hoje nos defrontaram. A enormidade de saltos para a relva, insinuações de pancadaria, queixumes constantes, voos para cima dos nossos jogadores e AQUELA PUTA DAQUELA MANIA DE PEGAR NA BOLA PARA ATRASAR O JOGO DEPOIS DE LHES SER MARCADA UMA FALTA. Enerva-me saber que este tipo de equipas acaba o jogo com mais de oito ou nove jogadores em campo e não são corridos a amarelos por conduta anti-desportiva, anti-humanizante e anti-darwiniana. São símios, só pode.
Seria utópico pensar que poderíamos passar o campeonato sem perder pontos. E talvez seja melhor perdê-los cedo (e fora) do que em casa. Mas perder estes dois pontos contra um bando de insurrectos que só dão luta com os braços é uma enorme frustração.
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