Baías e Baronis 2010/2011 – João Moutinho

Época: Quando ouvi falar da contratação, fiquei surpreso. Foi um amigo que me enviou uma sms, que pela magia da tecnologia atravessou fronteiras e chegou a um hotel em Milão. É brincadeira, pensei. Não era. E ainda bem. João Moutinho fez valer todos os euros que o FC Porto pagou por uma teórica maçã podre, com a inteligência e o espírito de equipa e de controlo das situações de jogo a mostrarem que é um dos melhores jogadores portugueses da actualidade. Idolatrado por alguns, desconsiderado por outros, admito que sou fã porque para além de ter mostrado sempre uma grande humildade e ter criado uma empatia imediata com os adeptos (o que, como sabem, não é nada fácil), João Moutinho incorpora tudo o que gosto de ver num centro-campista que joga na sua posição e com as suas responsabilidades: joga com calma, procura os espaços para passar ou para correr. Se tiver boas hipóteses de melhorar o jogo da equipa com um passe, fá-lo. Se a probabilidade de perder a bola é mais elevada, continua com ela junto aos pés até descobrir uma nova falha na armadura adversária ou roda a bola para trás para outro colega prosseguir a jogada. Se há um Xavi português, ele é João Moutinho. E é do meu clube, o que ainda me dá mais orgulho.

Momento: Estádio da Luz. Sessenta e quatro minutos. João Moutinho pega na bola à entrada da área e desfere um remate seco, forte, directo, colocado, perfeito. O FC Porto arrancava para a primeira grande recuperação da época, enfiando três no bucho do rival na casa dele e assumindo que este ano ninguém nos havia de parar até ao fim da época.

Nota final 2010/2011:

BAÍA

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Baías e Baronis 2010/2011 – Castro

 

foto retirada de fcporto.pt

Época: Tenho pena que não tenha terminado a temporada mas concordo que o empréstimo foi a melhor opção. Sou um fã do rapaz, gosto de o ver jogar, com garra, empenho, luta, discernimento competitivo, bom remate e espírito de sacrifício. Jogou pouco mas o que fez em campo deixou-me sempre com vontade de ver mais um pouco. Gostava de o ver integrar o plantel de novo para o ano.

Momento: Deixou boas indicações no jogo da Taça contra o Limianos mas sem consequências de maior. Talvez a vitória no Bernabéu contra o Real de Mourinho tenha sido o melhor momento do ano…

Nota final 2010/2011:

BAÍA

(é tendencioso mas não resisti, critiquem-me à vontade)

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Baías e Baronis 2010/2011 – Belluschi

 

Época: Fez uma trajectória contrária à de Ruben Micael esta temporada, invertendo-se os papéis desde muito cedo. Belluschi mostrou todo o talento que tem a jogar ao lado de um elemento que o equilibrava (João Moutinho) mas não se limitou ao jogo ofensivo, porque, meus amigos, Belluschi era sempre dos primeiros a pressionar à frente e a vir recuperar bolas atrás. Mexido, dinâmico e positivamente agressivo, começou a baixar de rendimento com uma ou outra lesão e…apareceu Guarín. A luta que protagonizou com o colombiano foi a mais interessante de várias agradáveis lutas a dois que houve por um lugar no onze, como Maicon/Otamendi, Sapunaru/Fucile ou Varela/James, que começou por ser ganha por Belluschi e depois terminou com a vitória de Guarín aos pontos. Ainda assim foi uma época muito positiva para o argentino que acabou por lhe valer o regresso à selecção. Bem merecido!

Momento: O jogo contra o Spartak em casa. Podia falar do jogo de futebol aquático em Coimbra onde foi dos poucos que soube jogar naquela piscina, ou o 5-0 contra o Benfica com as brilhantes assistências para Falcao, mas escolho este jogo porque apesar de apenas ter jogado 21 minutos, o impacto que teve numa equipa que começava a mostrar algum cansaço e porque foi render Guarín, que dava a força que o meio-campo necessitava. Belluschi, à imagem do que tinha feito na primeira metade da época, brincou com o adversário, rematou à baliza, rasgou a defesa e desfez toda a estrutura pressionante dos russos. Foi digno de aplauso e de homenagem, porque são estes jogadores que fazem a diferença nas alturas em que mais precisamos deles.

Nota final 2010/2011:

BAÍA

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Baías e Baronis 2010/2011 – Souza

foto retirada de fcporto.pt

 

Época: Se pudéssemos tirar uma breve fotocópia do que foi a primeira época de Guarín de azul-e-branco, obrigássemos a fotocópia a falar brasileiro e lhe tirássemos alguns anos, tínhamos Souza. Nota-se que o rapaz tem algum jeito e a potência de remate aliada à capacidade física pode ser importante. Mas ainda não é. Ainda não conseguiu mostrar que é solução para o onze titular e acabou por se perder em fintinhas a mais, passes certos a menos e twittadas em demasia. Tem de crescer muito como jogador e alguma coisa como homem para conseguir ser opção para Villas-Boas em 2011/12.

Momento: O golo em Genk. Que tiro, rapaz!!!

Nota final 2010/2011:

BARONI

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Baías e Baronis 2010/2011 – Guarín

 

foto retirada de fcporto.pt

Época: A vantagem de escrever B&Bs para cada jogo é que neste tipo de recaps não preciso de inventar textos novos: basta ir buscar o que já escrevi no passado sobre quem quer que seja. Assim sendo, cá vão algumas das coisas que disse desta personagem:

  • “(…) à imagem de Mariano, acaba por conquistar os adeptos à custa de suor, alguma atrapalhação mas muita luta”.
  • “Os golos que apontou hoje foram a imagem de um rapaz que joga cheio de moral, com garra e capacidade de luta notáveis, a rodar a bola com simplicidade e certeza e que apesar de uma ou duas falhas por excesso de confiança nunca deixou de procurar fazer as coisas de uma forma prática e que permitisse aos colegas avançar com a audácia que era necessária.”
  • “este Guarín que hoje vi a celebrar dois geniais golos não é o mesmo do ano passado. Está bem melhor e neste momento é titular por mérito próprio.”
  • “O meu mea-culpa para com esta besta colombiana (no bom sentido) continua e não tenho problema nenhum com isso. Fredy ganhou os adeptos a pulso, com uma capacidade de sacrifício e de luta como vi em poucos e a liderar uma equipa quase-órfã de Moutinho com o corpo totalmente dado ao combate.”
  • “Preparem-se, porque esta frase muito raramente podem ler em qualquer local. Prontos? Cá vai: Guarín foi o responsável pela estabilização do jogo ofensivo e sem ele o meio-campo do FC Porto nunca poderia ter ganho a consistência que mostrou nos últimos 30 minutos do jogo.”
  • “É uma figura peculiar, este tipo. Parece tosco mas consegue jogadas como a do golo; assemelha-se a uma preguiça no ramo de uma árvore quando pensa no que quer fazer mas avança como um leopardo esfomeado quando vê que tem espaço para furar (…) Está a ser muito útil esta época, principalmente em jogos como este em que o físico se tem de impôr à técnica.”

Muito mais poderia dizer mas estas chegam. Foi um dos jogadores do ano. Está tudo dito.

Momento: Houve muitos, é verdade, mas pela importância do lance saliento a jogada e a assistência para Falcao marcar o golo que nos deu a Europa League. Guarín recupera a bola, corre vinte metros com ela, trava e desloca os defesas todos para a frente, cruza e assiste o conterrâneo na perfeição. Lindo.

Nota final 2010/2011:

BAÍA

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