Ouve lá ó Mister – União de Leiria

André, oitavo-finalista!

Já consigo respirar melhor desde o jogo de quinta-feira, André. Aquela primeira parte em Moscovo deixou-me à rasca, pá, ver o Sapu e o Rolas a defender tão bem como o Benítez e o Stepanov foi assustador! Vá lá que a malta atinou na segunda parte e ficamos-te a dever uma porque foste tu que os convenceste que lá por estarem a jogar de amarelo, não era preciso jogarem ao nível de um Estoril ou Gondomar.

E agora voltamos à pasmaceira. Os jogos costumam são mais lentos, mais previsíveis e menos entusiasmantes, mas são sempre para ganhar. Concordo contigo quando dizes que nada está decidido, mas contamos contigo para decidires isto de uma vez por todas! Já sabes que há um fino com o teu nome para bebermos juntos quando formos campeão. É só dizeres onde e a que horas.

São onze pontos de avanço mas a caravana está aí à espera para nos mandar abaixo à primeira falha inesperada. Continua no rumo certo e acaba rápido com isto.

Sou quem sabes,
Jorge

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Guarín by Villas-Boas

“Não é fácil nesta posição vivermos as frustrações individuais de muita gente que quer chegar ao onze inicial e não consegue. É uma coisa que acontece em todas as equipas, há sempre alguém que fica ligeiramente mais triste, uns demonstram-nos de uma forma e outros de outra”

“É muito mais reconfortante saber que se conquista qualquer coisa num ambiente de extrema competição do que baixar o nível para outra equipa, ou para outro campeonato, e ter essa titularidade garantida porque se baixou o nível”

“Baixar de nível é a via fácil para quem quer triunfar na vida, mas quem quer triunfar a valer tem de se manter num ambiente de máxima competitividade e conquistar alguma coisa nesse ambiente.”

“Isso é que tem de alimentar a ambição destes jogadores, sem nunca colocar os objectivos individuais à frente dos colectivos, porque isso não vou permitir. É uma realidade pela qual nós mesmo quando ganhamos sentimos um carinho especial por alguns jogadores e são coisas que nos tocam.”

Villas-Boas em declarações sobre a excelente forma de Guarín e o porquê de não ser titular absoluto

 

Mais uma semana, mais uma conferência de imprensa em que Villas-Boas me cativa. Simples, honesto, justo e correcto. Só falta ser campeão para lhe dar o mérito todo.

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Animalices

A agressão a Rui Gomes da Silva, confiando cautelosamente na história avançada pel’A Bola na sua capa, é mais um exemplo da falta de inteligência de muitos adeptos da bola. Este recurso permanente à violência física que parte sempre do mesmo tipo de gente é um acto que me envergonha como amante do futebol, porque mostra a pouca fibra moral e ética de muita malta que não resiste a partir para a estupidez e para o confronto em vez de se limitar ao seu quintal e permitir que cada um tenha a sua opinião, por mais bovina que seja. Este é o mesmo tipo de gado que existe em todas as cores e sabores e que parte para a pancada só porque discordam da opinião de outros ou porque estão cegos pela filiação clubística, à imagem do que aconteceu no passado com Rui Santos, Dias Ferreira e outros (a SIC Notícias é líder também nos cronistas agredidos que emprega, parabéns).

Quem acompanha o Porta19 sabe que não sou o maior fã dele. Diria que é mais provável concordar com o Emplastro em matéria das condições de segurança na Faixa de Gaza do que com o vice benfiquista. Já falei mal dele por várias vezes (aqui, aqui ou aqui, para exemplificar) e sempre que o vejo dá-me um certo refluxo gástrico e tenho de mudar de canal para não sujar a carpete. E se o encontrasse num restaurante na Foz ou em qualquer outro lado, provavelmente não lhe dirigiria a palavra, mas se o fizesse seria exactamente com esse método: verbal, usando retórica, aquele pequeno extra que nos ajuda a distinguir dos símios.

E surpreende-me, caso as agressões sejam verdadeiras, ler tantos portistas a defender as agressões e a atirar as culpas para o jornal que reportou a notícia ou para a cúpula vermelha. Este tipo de evento só pode ser condenado sem qualquer hipocrisia e fica o lembrete: para a próxima podem ser vocês a levar no focinho. E acreditem que um punho fechado não tem côr.

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Eu concordo com o Rui Santos

É com o devido sentimento de nojo e auto-flagelação que coloquei o título neste post. Enquanto o escrevia, por entre os vómitos secos e o som das vergastadas do ramo de oliveira com que punia a minha carne pelo impropério de colocar as palavras “concordo” e “Rui Santos” na mesma frase, dei comigo a pensar: “Será que fui duro demais para com o Rui quando escrevi sobre ele no passado, aqui ou ali? Conseguirão duas pessoas tão diferentes como nós estar em consonância de opinião uma vez por muito solitária que seja?”

A primeira página de ‘A Bola’ da passada segunda-feira é um atentado ao bom-senso.

O que é interessante neste artigo de opinião publicado n’o Relvado, com a qual concordo depois de discordar muitas vezes, é a forma como Rui critica a parcialidade evidente d’A Bola perante as “notícias” e a “verdade” como eles a vêem. O que é ainda mais interessante é perceber que o mesmo Rui exibe o mesmo tipo de atitude economicista, em que o que vende é que é importante, como podemos ver todos os Domingos à noite na SIC Notícias, onde entre algumas verdades e muitas conspirações acaba sempre por dar ênfase ao que interessa mais ao povo…dele. Talvez o único ponto de concordância que sempre tive com ele incide sobre os media, dos quais Rui faz parte apesar da pose “holier-than-thou” que tantas vezes exibe, que se focam sempre no que mais interessa em desprimor do que mais importa. É giro dizer mal dos outros, não é? É tão fôfo criticar a manha (wink wink, nudge nudge) da imprensa não-cronista para depois colocar ainda mais sal na ferida dos lesados, escudando-se por detrás de um capote de imparcialidade que faz um trabalho tão bom para esconder as idiossincrasias futebolísticas como uma tanga a tapar a pança do Gobern.

É, Rui. Tu que trabalhas para melhorar o futebol, como apregoas, tu que vives dele e para ele e que tanto lhe deste e tanto continuas a tirar, não podes desfazer uma piñata imaginária quando ela própria têm as tuas feições. Mas dou-te este crédito: o jornal que hoje criticas é de facto um jornal diferente. Mudou para pior e aguenta-se à custa de ódios, de fachadas e de jantares. Jornalismo? Isso era dantes.

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