Ah, la jeunesse!

Publico um post a dizer que não há jogadores duros no plantel do FC Porto.

No mesmo dia, Mangala assenta uma bordoada de levantar estádio ao David Simão no amigável contra Portugal.

Mangala faz parte do plantel do FC Porto.

Ergo, Mangala não só lê o Porta19 como também concorda comigo.

 

Bienvenue, Eliaquim! Prepara-te para seres queimado em praça pública antes de poderes dizer: “Oh lá lá” ou qualquer cliché parvo do género.

 

PS: se alguém tiver um video do abalroamento, faça favor de me informar da sua localização. A gerência agradece.

PS2: o video está aqui. Obrigado, Miguel e João!

Link:

Ui, partiu-lhe as pernas!

Onde estão os gajos duros da bola? No actual plantel do FC Porto não consigo vislumbrar um único jogador que me meta medo se fosse jogar contra ele. Sempre tivemos uma tradição de alinhar pelo menos com um ou dois gajos que assustam só de olhar para eles, como um Fernando Couto, um Jorge Costa ou um Paulinho Santos nos anos 90 e o Costinha ou o Bruno Alves (menos que os outros, já que este era mais bruto porque saltava muito mais que os outros. Não era nenhum menino mas não se comparava aos primeiros da lista, por muito que a imprensa e os adeptos adversários adorem dizer que sim e abanem todos com a cabecinha). O FC Porto que joga no futebol moderno, está cheio de gajos como o Materazzi, o Essien ou o Witsel (sim, porque o rapaz para além de saber jogar, sabe acertar e bem), parece ter abdicado deste tipo de jogadores em função de homens mais colectivos, mais pontualmente agressivos em vez de passarem o jogo todo a pensar na melhor forma de romper os gémeos do qualquer infeliz que se atravesse à sua frente. É verdade que qualquer equipa deve ter pelo menos um elemento que faz tremer o mais virtuoso dos avançados quando pensa no que será um simples treino confrontado com o que só pode ser visto como pura e inconfundível maldade. Hoje em dia, não o temos. E não vale a pena falar de algumas entradas rijas do Fernando ou do jogo de braços do Guarín, porque nenhum deles é um Roy Keane ou um Vinnie Jones. Nem perto.

É verdade que se torna um risco enorme ter um jogador deste calibre no onze, pela fácil constatação que esse mesmo onze se pode transformar num dez numa questão de segundos. Mas gajos como Souness, Gentile, Stiles, Montero ou Goikoetchea (“O carniceiro de Bilbau” não é uma alcunha derivada, estranhamente, do talento para desmanchar carnes verdes) foram vitais na ascensão das suas equipas ao zénite do futebol europeu noutros tempos. Hoje em dia é quase impensável assumir que há a necessidade de manter uma besta deste nível numa equipa de profissionais, mas admito com as bochechas ruborizadas que sinto algumas saudades de ver o medo nos olhos do jogador adversário que se vê envolvido numa entrada dividida contra o Paulinho Santos e que o faz pensar numa fracção de segundo em telefonar à seguradora e mandar uma carta aos pais a dizer que se calhar já não volta.

Gostava de rever algum tipo de jogador à imagem do que Bill Shankly, esse eminente poço de citações futebolísticas, disse uma vez de Tommy Smith, defesa do Liverpool nos anos 60/70: “Tommy Smith wasn’t born; he was quarried.”, que se traduz toscamente para qualquer coisa como: “Tommy Smith não nasceu: foi extraído de uma pedreira.”. E acho que não estava a falar do estádio do Braga.

Link:

Na estante da Porta19 – Nº4

É até agora o melhor livro sobre futebol que já li e que me motivou ainda mais a procurar outros livros que estejam escritos com a mesma narrativa atraente, interessante e cheia de pequenos nuggets de criatividade e pequenas histórias do jogo dentro do jogo. “Inverting the Pyramid: A History of Football Tactics” é da autoria de Jonathan Wilson, um dos mais reputados jornalistas e cronistas desportivos da actualidade, uma espécie de Luís Freitas Lobo britânico com mais nome no mercado e bastante mais lirismo na prosa. Sim, eu disse “mais”, não me enganei. Ao longo de quase 400 agradáveis páginas o leitor é arrastado para o maravilhoso mundo das tácticas de futebol e da sua evolução ao longo dos tempos, desde o famoso W-M passando pela introdução do quarto defesa por Chapman, olhando para os quadros tácticos e pessoais de Herrera, Michels, Lobanovsky, Sacchi e de todos os grandes treinadores que através da sua visão estratégica ajudaram a moldar o que é actualmente o futebol moderno. Para amantes da modalidade, principalmente, mas acaba por ser material adequado a qualquer pessoa pela qualidade da escrita e pela facilidade com que se absorvem as histórias das personagens que todos conhecemos ou devíamos conhecer.

Sugestões de locais para compra:

 

Link:

Leitura para um sábado tranquilo

Audespois da parvoíce do mercado de transferências, o fim-de-semana sem jogo do FC Porto é mais um deserto de futebol, por muito que os jogos das Selecções tenham um mínimo de interesse competitivo. Entretanto ficam alguns linques para o pessoal se ir entretendo:

  • “Aquela” jogada de Kleber na Supertaça é sintomática da pressão que o rapaz vai sentido, como se percebe neste artigo do Lateral Esquerdo;
  • Mário Fernando sobre o mercado e sobre o Carvalho-gate, no Jogo Jogado;
  • O Transfer Deadline Day seguido pelo Guardian é uma festa de especulação, desinformação e tabloidismo. Ver aqui: Parte 1, Parte 2 e Parte 3;
  • E para fazerem as contas, o TransferMarkt resume TODOS os nomes do mercado Português e não só;
  • Porque não optar por um esquema táctico deste género? Porque não somos o Barcelona, como ficou evidente no Mónaco. Ainda assim vale a pena ler: Paradigma Guardiola;
  • Os rapazes do Left back in the changing room abordam a temática do desaparecimento de duplas ofensivas (curiosamente como eu fiz aqui há uns dias, mas com mais nível);
  • Provando que “a conversar é que a gente se entende”, saúdo o regresso de João Paulo Meneses, jornalista da TSF e um dos bloggers mais interessados na contínua melhoria e evolução do seu clube, no Reis do Ave;
  • Reflexões sobre a globalização do futebol extraploadas do fenómeno Barcelona, no In Bed With Maradona;
  • O histórico When Saturday Comes dá a sua opinião sobre o evidente declínio do futebol escocês, particularmente depois da eliminação de Rangers, Celtic, Dundee United e Hearts nas elimninatórias europeias;
  • E se vos apetecer esquecer o futebol e ouvir boa música com a voz sempre agradável do grande Portista que é o Álvaro Costa, dêem um saltinho à secção de podcasts do Bons Rapazes;
Link:

Wait and ye shall…wait again.

Se Alex Sandro era expectável que ficasse de fora (estrangeiro, a recuperar de lesão e só disponível lá para Outubro…), Walter e Iturbe foram surpresas. Walter porque só teremos um avançado “de área”, o que leva a pensar que Hulk pode ser atirado lá para o centro, deixando espaço para…outro fazer o lugar dele. Mas mais uma vez, é estrangeiro e não formado no clube, o que limita as oportunidades que poderá vir a ter na Europa, o que é mau para o jogador e para o clube.

Já a situação de Iturbe deixa-me desiludido. Não sei se nos virá a fazer falta na Champions’ porque ainda é muito novo e provavelmente terá de se adaptar a um estilo muito diferente do que vinha habituado, mas estava à espera que o rapaz por lá pudesse andar para ir ganhando calo. A questão que já li a ser comentada em vários sites em que muitos afirmam que a idade lhe permite ser inscrito pela Lista B, pelo que vejo nos regulamentos está posta de parte.

Reparem no que diz a alínea 18.17 do Regulamento da Champions’ League 2011/2012:

Conditions for registration: List B

18.16 Each club is entitled to register an unlimited number of players on List B during the season. The list must be submitted by no later than 24.00 CET on the day before the match in question.
18.17 A player may be registered on List B if he is born on or after 1 January 1990 and has been eligible to play for the club concerned for any uninterrupted period of two years since his 15th birthday by the time he is registered with UEFA. Players aged 16 may be registered on List B if they have been registered with the participating club for the previous two years without interruption.

Ora estas condições não se aplicam a Iturbe, que apenas foi contratado este ano. Já Tiago Ferreira ou alguns outros júniores que pertençam aos quadros do FC Porto desde 2009/2010, pelas minhas contas, podem ser inscritos na Lista B até ao dia anterior ao jogo.

Todos os elementos que estão à frente do FC Porto sabem destas regras, como é evidente, por isso a não-aposta em Iturbe foi pensada. É evidente que todos temos esperança de o ver a jogar (e muito, e bem), mas achou-se que terá de esperar. A possível convocatória para os Jogos Pan-Americanos pode estar relacionada com a escolha, mas é sobre os ombros de Vítor Pereira que recai a selecção dos jogadores. Selecção essa que é sempre limitada por regras de mercado, mas a pressão para uma boa Champions’ (leia-se “passar a fase de grupos”) é intensa e qualquer resultado abaixo disso vai colocar em cheque qualquer naipe de jogadores que fossem ou não seleccionados.

Não quero começar a contestar políticas de gestão de plantel ou de activos quando ainda não vejo os resultados concretos, mas uma coisa é certa: estamos a ficar limitados nas escolhas que fazemos para compôr uma equipa de sucesso.

PS: Já agora, e Danilo? Entra para a lista quando chegar em Janeiro? Se sim, quem sai?

Link: