Toca a tirar as camisolas do armário!

Este Domingo, pelas 20h15, o FC Porto joga em casa contra o Benfica, depois de 9 quase-todas-boas jornadas de campeonato. Vou tirar a camisola do armário, vesti-la com orgulho e deslocar-me até ao estádio. Ainda não sei se vou de carro até lá perto ou se estacione em qualquer lado e apanhe o metro. Mas vou estar lá.

Esqueçam lá a parvoíce de atirar calhaus ou de se meterem com os gajos à chegada, tanto com a equipa como com os adeptos. O jogo é lá dentro. É ridículo pensar que todo o barulho à volta deste espectáculo tão belo e artístico se pode reduzir a energumenices (isto existe?) por isso se a polícia começar a bater a torto e a direito, pisgo-me e vou por outro lado.

Tirem vocês também a vossa camisola ou cachecol para fora e preparem-se para o jogo.
Bebam um fino com um grupo de amigos e discutam as nuances no plantel, discordem de algumas escolhas de Villas-Boas e elogiem as que gostarem.
Ponham-se à conversa com um colega Portista a descer a Alameda ou a subir de S.Roque e exultem com o regresso deste grande clássico.
Entrem no Dragão orgulhosos, usando as vestes das nossas cores e ostentando triunfantes o símbolo que nos une.
Paguem mais de um euro por um café que sabe a adubo e questionem-se: “Mas porque é que não dei um salto ao Bom Dia, raio de condutores-de-fim-de-semana/gajos-que-entram-tão-devagar-para-o-metro que me fazem chegar tarde à bola, palavra de honra que para a próxima atropelo/empurro a velha.”

Retomem as vossas rotinas habituais, meus senhores e minhas senhoras. O espectáculo está quase a começar.

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Baías e Baronis – FC Porto vs União Leiria

Foto retirada do MaisFutebol

Quando ia às Antas aqui há uns anos, na época do Oliveira e do Fernando Santos, regressava a casa e a minha mãe invariavelmente perguntava-me: “Salvé, meu primogénito! Que tal se portou a agremiação de camisolas verticais em tons de azul e branco que tu apoias com a força de mil sóis?”. A minha mãe é assim, um amor de formalidade e discurso retórico. Mãe, se estiveres a ler, estou a brincar. Continuando. Eu respondia: “São uns nabos.”. Ela retorquia: “Mas perderam?”. Eu, resignado: “Nah, ganhámos 3-0 mas podíamos ter ganho por muito mais!”. Hoje, esta história repetiu-se. Venham as notas:

(+) Hulk Como é que se pára um combóio? Deve ser mais ou menos isto que os jogadores adversários pensam. Hulk está em grande forma, com uma moral incrível, marcando golos atrás de golos, qual deles o melhor. Excelente nos arranques e nas combinações com Falcao, está a valorizar-se cada vez mais no futebol mundial e apesar de ainda precisar de crescer tacticamente, especialmente na cobertura defensiva do flanco onde joga, parece-me que temos já um jogador bem mais madura do que estava no ano passado. Villas-Boas está a conseguir potenciar o melhor Hulk que já vimos e o rapaz mostra serviço. E de que maneira!

(+) Falcao Actualmente é imprescindível no ataque do FC Porto, não só pelos golos que marca mas pelos espaços que abre e pela forma como funciona à pivot na criação de jogadas de ataque, jogando de costas para a baliza e aproveitando as movimentações de Moutinho e do colega-do-Moutinho que joga ao lado. O entendimento com Hulk está a beneficiar a equipa de uma forma como não se viu ano passado, em que Falcao “apenas” marcava golos e não encontrava um Hulk tão solto, tão liberto e tão pronto a receber as bolas com melzinho que o colombiano lhe coloca. Muito bem.

(+) Ruben Micael Dizia para o colega do lado no início do jogo: “Este jogo é muito importante para o Ruben, o rapaz precisa de minutos e de confiança”. E aproveitou-a da melhor maneira. Um jogo esforçadíssimo, cheio de garra e de inteligência, com passes excelentes a rasgar a defesa, assistências para golo e a somar à estrutura do meio-campo como Belluschi não tinha vindo a fazer nos últimos jogos. É o mais próximo de um número 10 que temos no plantel e sendo totalmente diferente do argentino que hoje substituiu, fez um jogo muito bom. Recebe a bola, pára, olha e roda. É isso que lhe é pedido e foi isso que fez hoje, na perfeição.

(+) Fernando Recuperou montanhas de bolas na primeira parte e o penalty não suja uma boa exibição, depois do enterranço no Bósforo. Já começo a desistir de pensar que tem de melhorar no passe longo porque, sinceramente, acho que já não vai lá, mas pode e deve continuar a fazer as arrancadas como fez já na parte final do jogo, voando pelos jogadores adversários durante uns bons 50 metros para sofrer falta à entrada da área e sacar um amarelo. Viste, Souza?

(+) Álvaro Pereira Melhor que o costume, principalmente na segunda parte. Falhou menos passes e entrou muito bem nos lances ofensivos. Deve haver qualquer relação entre os arranjos capilares e as boas exibições. Ainda hei-de descobrir qual é.

(-) Souza Perdeu já o capital de confiança que os adeptos lhe deram nos primeiros jogos e está a enfrentar uma batalha a subir uma montanha para a recuperar. Quando um jogador entra em campo para substituir João Moutinho, como tem acontecido com Souza, ninguém lhe pede que seja igual ao João Moutinho. No entanto, não pode fazer com que o meio-campo perca quase toda a dinâmica que tinha, que comece a falhar passes consecutivos, se enfie no meio de 2 ou 3 jogadores contrários de onde não vai conseguir sair com a bola controlada e que invente fintas quando não as sabe fazer. É essa a principal diferença para Moutinho: saber jogar à medida do que a situação exige. E Souza não o sabe, ou mostra ainda não o saber fazer. Tem de melhorar muito.

(-) Fucile Está a queimar jogos atrás de jogos com as falhas do costume, a lentidão do ano passado (pré-Mundial) e a indecisão no passe e na recepção. Nunca pensei vir a dizer isto, André, mas neste momento Sapunaru é a melhor solução para defesa-direito.

(-) Maicon Até esteve bem durante quase todo o jogo, por isso este Baroni não é exactamente pela exibição. É pelos ridículos passes longos falhados. Fico possuído quando vejo jogadores da minha equipa que se lembram de passar a bola ao longe, cheios de confiança e força, para um colega que está invariavelmente perto da linha e que vai ter de dominar a bola que chega a uma velocidade perto de uma V2 alemã da WWII com o peito ou com a cabeça enquanto é rapidamente pressionado por um defesa. A alternativa é passar para o lado ou para trás. Mas isso é fácil demais. E normalmente sai bem, ao contrário da primeira hipótese…

(-) União de Leiria (Mais) uma equipa que não devia estar na Liga. É fraco demais e não me digam que foi uma noite má. É constante vemos equipas deste calibre a jogar no nosso campeonato, com jogadores de nível baixo e que pouco ou nada contribuem para melhorar o futebol. Baixam a competitividade e diminuem o interesse nos jogos.

Jogo bonito, golos brilhantes, um meio-campo que troca a bola com dinamismo, com rapidez, com objectividade e à busca da baliza. O Trio de Ataque não é na RTPN…é nos estádios onde jogam Hulk, Falcao e Varela!!!

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Baías e Baronis – Vitória Guimarães vs FC Porto

Foto retirada de MaisFutebol

Primeiro de tudo, é um resultado cuja injustiça será sempre disputada pelos adeptos de ambas as equipas. Se o FC Porto fez tudo o que pôde par contrariar um jogo rijo e viril do adversário, dentro das leis mas perto, pertinho da linha que divide a violência da agressividade positiva, também a malta do Vitória pode dizer que podia ter ganho o jogo com mais alguma sorte. Fiquei com a sensação que foi um ponto perdido. Mas não posso deixar de referir que o Vitória é uma bela equipa. Futebol simples, prático, agressivo e directo ao assunto. Lixou-nos. To the notes:

(+) Fernando Em todo o lado. O rapaz está em todo o lado. Recupera dezenas de bolas, nunca perde a noção de onde está e é o complemento ideal para um resto de meio-campo criativo. Jogo quase perfeito.

(+) Helton Bem melhor a colocar as bolas em jogo directamente para os laterais, muito seguro na baliza e uma excelente defesa no último minuto que nos safou um ponto. Estou a gostar de o ver como capitão.

(+) Rolando Teve um jogo ingrato, admito mesmo que a maior parte do pessoal não tenha gostado de o ver hoje. Mas…e há quase sempre um “mas”, apanhou um Edgar que fez 209 faltas durante o jogo, quase todas sobre Rolando ou perto dele. A marcação que fez ao mesmo Edgar foi difícil mas era o único que a podia fazer. E não a fez mal, contra um adversário muito alto e brutinho.

(+) Maicon Excelente. Esteve quase perfeito nas dobras e não me lembro de uma única falha que tenha tido durante o jogo. Injusto ter sofrido com as (ausências de) dobras de Álvaro porque teve de correr mais do que era preciso, mas safou-se sempre bem. Cada vez gosto mais dele.

(+) Garra depois da expulsão Já não via isto desde o jogo contra o Benfica no Dragão, na época passada. A jogar sem…Fucile, a equipa jogou com garra, com empenho e conseguiu empurrar o adversário para a área e criou algumas jogadas de perigo. Com algum cansaço que se notava em Hulk e Falcao, coube a Fernando, Guarín e Rodriguez pressionar a todo o terreno e não se podia exigir mais. Se o tivessem feito desde o início da segunda parte…mas isto é um filme que já vimos este ano e era uma questão de tempo até sofrermos o primeiro revés…

(-) Fucile Jekyll & Hyde. Fez um jogo simpático, a mostrar que ganha a Sapunaru nos movimentos ofensivos…até começar a parvoíce. O golo do Guimarães nasce de uma falha enorme de posicionamento, a alhear-se do jogador e a contar que acertava na bola com facilidade. E depois, a expulsão. A calcadela ao Faouzi até pode ter sido acidental, mas é perto do árbitro e já se sabe que não deveria poder fazer este tipo de lances porque são demasiado arriscados. Houve fita do marroquino? E?…

(-) Varela Extraordinariamente mau, rapaz. Não fez uma única coisa de jeito e o jogo não lhe correu mesmo nada bem, foi bem substituído e espero que não tenha muitas mais jogos destes. Há dias assim…

(-) Bolas paradas Volto a bater na mesma tecla. Um desperdício quase a 100% de todos os lances de bola parada de que dispômos pode ser sinónimo de deficiências técnicas ou de falta de treino específico, mas começo a achar que as estatísticas não estão a ser bem recolhidas. Os cantos batidos para a área são absurdamente marcados ao primeiro poste para serem quase sempre facilmente interceptados pelo defesa que lá está; os curtos…dão remate pressionado de Hulk que…seguem para pontapé de baliza; os livres com cruzamentos para a área são mal marcados e o guarda-redes raramente tem problemas a agarrar a bola; os livres directos…são só maus. Perdem-se tantas bolas nestes lances que mais vale jogar curto e rodar para o lado.

(-) Villas-Boas Não gostei mesmo nada da flash-interview. Acredito que estivesse chateado pela derrota mas não me parece que Xistra tenha sido tão influente no resultado para justificar as frases do nosso treinador. Conhecendo a nossa imprensa e sabendo que se vão já lembrar dos jogos da pré-época no Torneio de Paris para lhe chamar arrogante, deselegante, violento e agressivo, escalar estas parvoíces só nos pode prejudicar, por isso preferia que mantivesse a calma e se abstivesse destas declarações. Não ganha nada com isso.

Estou à espera de ler em alguns blogs portistas qualquer coisa como “ah mas ainda estamos a 7 pontos do !”. É a pior coisa que podemos começar a pensar! É preciso jogar todos os jogos para vencer mas não vem mal nenhum ao mundo perder pontos, é preciso que os adeptos percebam isso. Foi um jogo bem disputado (não muito bem jogado) que qualquer equipa podia ter ganho. Fica-me na memória aquele lance do Moutinho em frente ao guarda-redes ainda na primeira parte. Esses golos não se podem falhar, nem em Portugal nem na Europa. A pausa pode fazer bem para descansar a equipa e acalmar o povo…

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Baías e Baronis – FC Porto vs Olhanense

Foto retirada do MaisFutebol

Um jogo fácil que a equipa soube tornear com simplicidade de processos e com uma primeira parte que arrasou a equipa do Olhanense. O Daúto gosta muito destas estratégias de fechar o meio-campo com uma barreira de 11 jogadores em 30 metros (entre a área e o meio-campo) e apesar de se terem notado algumas dificuldades na transição entre a defesa e os médios volantes, tal era a quantidade de gajos de vermelho e preto nessa zona, o FC Porto conseguiu criar várias oportunidades de perigo e chegou ao(s) golo(s) sem problema. A segunda parte…bem, é só olhar para o último Baroni. Vamos a notas:

(+) Fernando Todo o estádio ficou a segurar a respiração quando o viu deitado agarrado à coxa. Uma lesão nesta altura pode ser prejudicial à estrutura do meio-campo que tem em Fernando a garantia de segurança no controlo do jogo e da posse de bola. Quase perfeito na rotação entre os dois colegas mais volantes, o que mais surpreende a quem tem acompanhado a evolução deste puto, é a capacidade de subir com a bola controlada que tem vindo a mostrar. Podia aprender a rematar melhor e tornava-se num jogador ainda mais completo. É imprescindível e está em grande forma.

(+) João Moutinho Continua a falhar poucos passes e a jogar com uma inteligência acima da média. Vê na perfeição o posicionamento dos colegas em campo e está a trocar muito bem a bola e a posição com Belluschi. Como Helton e Fernando, é imprescindível no actual esquema de Villas-Boas porque joga e faz jogar, sempre com segurança e calma.

(+) Otamendi Para primeiro jogo, não esteve mal. O Baía é acima de tudo pelo golo marcado e pela união que a equipa mostrou à sua volta nos festejos. No resto do jogo não esteve mal mas teve algumas hesitações que podem custar caro à equipa. Não é alto mas é rijo e pareceu-me bom e seguro no 1×1. Acima de tudo .

(+) Hulk É quase impossível de parar quando arranca em velocidade e usa o corpo para ir ao choque. Na primeira parte teve quatro ou cinco acelerações que lixou a vida aos algarvios, que tentavam de tudo para impedir o avanço do brasileiro. O golo foi merecido mas um remate alguns minutos antes foi extraordinário na força que levava. Se fosse à baliza, Moretto não teria hipótese. Porra, acho que quatro Morettos não tinham hipótese.

(+) Moretto Um Baía, perguntarão?! Sim, um Baía. Um Baía porque Moretto é uma anedota e põe a malta na bancada a rir, o que é sempre bom. A hesitação, a falta de controlo na baliza, o mau posicionamento e a forma como não sabe pontapear uma bola são tudo componentes da inépcia deste rapaz. Moretto faz o Kralj parecer o Yashin e não entendo como é que alguma vez estivemos interessados nele…

(-) Álvaro Pereira Hoje, ao vê-lo a jogar, só me vinha à cabeça um nome: Rubens Júnior. Quem se lembra de ver esse rapaz a vestir a nossa camisola, recorda-se da incapacidade de colocação defensiva decente, dos cruzamentos sem grande pontaria e de inconsequentes correrias pelo flanco esquerdo. Era daqueles rapazes que não se sabia muito bem se era defesa-esquerdo, extremo-esquerdo ou burro. Não estou a gostar nada de Álvaro esta temporada, apesar dos elogios que vai recebendo da imprensa, que não entendo. Está muito longe da forma do ano passado e começo a pensar que precisa de parar um pouco. Aposto que os produtos que usa nos 47 penteados diferentes que já mostrou este ano (que não critico, que faça o que quiser com a trunfa) estão a ser absorvidos e a entrar na corrente sanguínea. Enfim, tem de melhorar muito.

(-) Falcao Continua a falhar golos a mais. Hoje teve pelo menos 3 oportunidades de golo quase feito que não conseguiu empurrar lá para dentro e está, muito à imagem de Cardozo, a perder muito em relação à época passada. Se em 2009/2010 não seria preciso apoiá-lo com muitos jogadores porque apesar de surgir muitas vezes sozinho no meio dos centrais, Falcao normalmente resolvia. Este ano ainda não o faz e a equipa sente. Se Hulk não estivesse em tão boa forma…

(-) Relaxar cedo demais Mourinho costumava dizer que uma equipa controlava o jogo quando, mesmo que não tivesse a bola, impedia o adversário de fazer qualquer coisa de produtivo com ela nos pés. Foi no fundo o que aconteceu durante a segunda parte, quando o Olhanense começava a subir no terreno e o FC Porto ia recuando mas não os deixava chegar muito perto da área. Assim sendo, o jogo tornou-se mais chato e menos corrido como na primeira parte e os adeptos não gostam, como é normal. Se na grande maioria dos jogos este factor de diferenciação tinha ocorrido ao contrário, onde as primeiras-partes tinham sido menos afoitas e eficientes que as segundas, hoje foi ao contrário. Fez lembrar alguns jogos de Jesualdo, com a diferença que não entrou nenhum golo na nossa baliza. E a única diferença foi essa.

Mais uma voltinha, mais uma vitória, mais uma exibição segura. O adversário não metia medo (se acabarem em lugar europeu prometo que bebo uma jarra de vodka de penalty) mas podíamos ter vencido com uma margem mais confortável se não houvesse preocupação excessiva com o descanso. Parámos cedo demais e apesar do jogo estar contr
olado, a malta gosta de ver mais ataques, mais golos e melhores jogadas. Não é que seja merecido, mas um 4-0 sabe muito melhor do que um 2-0. Siga para a Bulgária!

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